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Cervejeira Letra investe nas sidras e quer “encher copos” em Lisboa

Produzida em Vila Verde, a primeira sidra feita com maçã da variedade Porta da Loja exigiu um investimento na adaptação da fábrica. Fundadores da Letra querem abrir mais três lojas próprias.

Filipe Macieira e Francisco Pereira foram colegas de curso na Universidade do Minho. Após terminarem o curso de Engenharia Biológica, no ramo de tecnologia alimentar, uniram-se para criar a Letra, uma marca de cervejas produzida de forma artesanal. O projeto nasceu em 2013 em Vila Verde e já conta com quatro lojas próprias, empregando 30 pessoas. Em entrevista ao ECO, os empresários minhotos anunciam que vão lançar uma linha de sidras artesanais.

Esta primeira sidra, que deve chegar ao mercado até ao final do primeiro semestre, vai ser produzida a 100% com maçã Porta da Loja. “As sidras que existem no mercado são muito mais industriais e comerciais. O projeto visa a recuperação da identidade e a valorização das variedades regionais de maçã, como a Porta da Loja, que é muito conhecida e tem elevado valor”, resume Francisco Pereira.

Para lançar esta nova gama de sidras artesanais, os empreendedores nortenhos investiram cerca de 200 mil euros. Francisco Pereira conta ao ECO que foi criada uma pequena área de produção na unidade de Vila Verde (distrito de Braga), que permite produzir 15 a 20 mil litros de sidra por ano.

No que toca ao negócio principal da cerveja, o objetivo passa por abrir mais três lojas no prazo de três anos. Guimarães, Porto e Lisboa podem ser as próximas paragens da Letra. Os fundadores têm aberto uma nova Letraria a cada dois anos: a primeira foi inaugurada em 2015 em Vila Verde e inauguraram depois espaços no Porto (2017), em Braga (2019) e em Ponte de Lima (2021).

“Este ano estamos a trabalhar em duas cidades. Guimarães é a cidade que está mais próxima de acontecer, não descurando também o Porto. Temos uma loja no Porto e achamos que nesse mercado há espaço para abrirmos mais um espaço. Estamos também com um projeto para lançar em Viana do Castelo, mas sem pressas”, adianta Francisco Pereira.

Da letra A ao G, existem Letras para todos os gostos e paladares. Cada uma delas corresponde a um estilo diferente de cerveja e o objetivo da dupla passa por “introduzir novas cervejas no mercado, através de novas letras”.

Fundadores da Letra

No ano em que a Letra completa uma década de existência, Filipe Macieira e Francisco Pereira estão a organizar a primeira Rota da Cerveja Artesanal, em parceria com a Associação Empresarial de Braga. O evento decorre de 2 a 31 de maio e tem como finalidade colocar cada Letra a dialogar com petiscos típicos da região num total de 27 espaços, desde restaurantes a bares.

Parceria com C2 Capital Partners

Foi em 2010 que Filipe Macieira e Francisco Pereira perceberam que “a dinâmica das cervejas artesanais em Portugal ainda não existia” e que esse era um “mercado muito parado em termos de referenciação”. Viram nas cervejas artesanais uma oportunidade de negócio e nesse mesmo ano desenvolveram um plano de negócios, juntamente com a Universidade do Minho, com o apoio da TecMinho. Passados três anos, já com a fábrica instalada em Vila Verde, lançaram a Letra.

Já consolidada no mercado, foi com o objetivo de acelerar o negócio que em fevereiro do ano passado estabeleceram uma parceria com o fundo C2 Capital Partners. Existia “uma necessidade de estender o projeto e a marca para a vertente nacional”, explica Francisco Pereira.

Dentro de dois anos teremos o máximo da capacidade [tomada], o que levará ao desafio de criar outra unidade de produção.

Francisco Pereira

Fundador da Letra

Parte do investimento do fundo foi usada para aumentar a capacidade de produção da fábrica para os 40 mil litros de cerveja. “Estamos a 70% dessa capacidade e acreditámos que, dentro de dois anos, teremos o máximo da capacidade, o que levará ao desafio de criar outra unidade de produção”, revela o fundador.

“Neste momento, estamos a tentar criar infraestruturas de apoio de enchimento, alguma automatização, algum investimento nessa parte de controlo para permitir levar a infraestrutura que temos ao máximo da capacidade. Neste momento estamos com mais de 30 mil litros”, detalha o fundador da Letra, que que faturou 1,3 milhões de euros em 2022.

Este ano querem alcançar as vendas para dois milhões de euros. Num futuro próximo, salienta a dupla de empresários, os planos passam por aumentar o número de lojas e a exportação, aumentar a produtividade na área de fabrico e crescer na área de distribuição a nível nacional.

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