Quatro produtores portugueses no Top 50 do World’s Best Vineyards

Quintas do Crasto, do Noval e do Seixo, no Douro, e as caves de vinho do Porto da Graham’s estão no Top 50 dos prémios World’s Best Vineyards.

Quatro produtores vinícolas portugueses destacam-se, este ano, no Top 50 do World’s Best Vineyards (as melhores vinhas do mundo): Quinta do Crasto (Sabrosa) a liderar o ranking nacional com a 15.ª posição a nível mundial, a que se a segue a Quinta do Noval (Pinhão), a Quinta do Seixo (Tabuaço) e as caves de vinho do Porto da Graham’s (Vila Nova de Gaia). Figuram ao lado de projetos de renome internacional, entre os quais a adega argentina Catena Zapata, a “vencedora” desta extensa lista de vinhas, adegas e outros projetos vinícolas.

“Pelo quinto ano consecutivo estamos no Top 50 dos prémios World’s Best Vineyards, o que demonstra a consistência de que estamos a fazer bem, desde os vinhos até à forma como recebemos as pessoas. É uma prova de que estamos no bom caminho“, começa por afirmar Tomás Roquette, administrador da Quinta do Crasto, ao ECO/Local Online.

Na primeira posição deste ranking mundial surge a adega familiar Catena Zapata (Argentina), a que se segue a adega centenária Marqués de Riscal (Rioja, Espanha). Em destaque também estão as experiências enoturísticas da adega VIK ( Chile), da Creation (região vinícola sul-africana) e da Château Smith Haut Lafitte (Bordéus, França), em terceiro, quarto e quinto lugares, respetivamente.

Quinta do Crasto ocupa 15.ª lugar do World´s Best VineyardsQuinta do Crasto

Com o mote “Enoturismo. Uma experiência vínica de excelência”, a Quinta do Crasto lidera, assim, o ranking português de propriedades vinícolas. “Valorizamos muito esta classificação que é um reconhecimento“, frisa o administrador da propriedade que, este ano, participou na cerimónia de entrega dos prémios, em julho, em Rioja, Espanha, depois de já ter estado, em 2022, no evento que decorreu na Argentina.

Para esta classificação em muito contribuiu “a localização [da herdade], o enoturismo, a vinicultura e a qualidade do vinho” como um todo, sintetiza Tomás Roquette.

O júri do World’s Best Vineyards destaca, por isso, o local privilegiado [da propriedade], situado no coração do Cima Corgo, a sub-região mais nobre do Douro”, e o facto de a família Roquette “aproveitar as ótimas condições [da propriedade] para elaborar a sua gama de vinhos de mesa e fortificados, e de azeite de qualidade superior e premium“. A Quinta de Crasto “exporta 50% da produção para o mercado internacional. Registou um volume de negócios de 9,5 milhões de euros, em 2022, com a produção de vinhos e azeite, além do enoturismo, e fechou julho deste ano a crescer 7% em relação ao ano anterior”, avança o administrador ao ECO/Local Online.

Pelo quinto ano consecutivo estamos no Top 50 dos prémios World’s Best Vineyards, o que demonstra a consistência de que estamos a fazer bem, desde os vinhos até à forma como recebemos as pessoas. É uma prova de que estamos no bom caminho.

Tomás Roquette

Administrador da Quinta do Crasto

O júri também teve em consideração o facto de, “nos últimos 20 anos, a família ter estabelecido uma parceria com uma das grandes dinastias vinícolas de Bordéus, a família Cazes, para produzir um vinho tinto premium do Douro, o Xisto, que só é produzido nos melhores anos”.

Para esta distinção foram igualmente valorizadas as centenárias vinhas e as “técnicas de viticultura que preservam a identidade das vinhas, expressam o seu sentido de lugar e protegem a biodiversidade deste magnífico vale”.

A Quinta do Crasto – que já recebeu famosos como o ator Harrison Ford, Ronnie Wood dos Rolling Stones ou Simon LeBon, vocalista da banda pop britânica Duran Duran – é visitada sobretudo por turistas brasileiros e americanos, canadianos e ingleses.

Quinta do Seixo ocupa 42.º lugar do World´s Best Vineyards

Júri destaca qualidade dos vinhos produzidos

Em 16.º lugar da lista da World’s Best Vineyards situa-se a Quinta do Noval, com 192 hectares, em pleno coração do Douro. O júri destaca as diversificadas castas, como a Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinto Cão e Sousão, plantadas entre os socalcos em pedra de xisto. De realçar o facto de “a Quinta do Noval ser o único exportador histórico de vinho do Porto que tem o nome da sua quinta, e que produz Porto Vintage de uma única parcela, quando declarado”, lê-se no site da propriedade.

Já na 40.ª posição, uma estreia nestes prémios, surgem as caves de vinho do Porto e o centro de visitas da Graham’s (Symington Family Estates), em Vila Nova de Gaia. A organização do World’s Best Vineyards teve em consideração nesta distinção a “inesquecível apresentação” das caves e da história da região vitivinícola do Douro desenvolvida pela marca, avança a Graham’s em comunicado. De ascendência escocesa, inglesa e portuguesa, os Symington são produtores de vinho do Porto no norte de Portugal, desde 1882.

Fazer parte de uma seleção, que inclui os principais produtores e adegas de renome a nível internacional, reforça, sem dúvida, a Sandeman como uma referência na arte de bem receber no Douro.

Joana Pais

Sogrape

Em 42.º destaca-se a Quinta do Seixo, da Sandeman (Sogrape); uma classificação recebida com satisfação pelo grupo. Em declarações ao ECO/Local Online, Joana Pais, da Sogrape, considera que “a entrada direta da Quinta do Seixo para o Top 50 desta lista de melhores do mundo é um reconhecimento da aposta que a Sogrape tem feito no enoturismo”. Aliás, justifica Joana Pais, “a forma como os visitantes são recebidos na adega, a paisagem e os ambientes criados, bem como a qualidade dos vinhos produzidos, foram alguns dos critérios valorizados pelo diversificado painel de jurados da World Best Vineyards”.

Por tudo isto, conclui, “fazer parte de uma seleção, que inclui os principais produtores e adegas de renome a nível internacional, reforça, sem dúvida, a Sandeman como uma referência na arte de bem receber no Douro”.

Quinta da Pacheca em 55.º no World´s Best VineyardsQuinta da Pacheca

 

Há nove portugueses no Top 100

O World´s Best Vineyards coloca ainda a Quinta da Pacheca, em Lamego, no Douro Vinhateiro, na 55.ª posição do Top 100; distinção que foi acolhida com satisfação nesta propriedade com um hotel de cinco estrelas e as Wine Barrels Wine House Hotel com vista para as vinhas e atualmente com ocupação lotada. “Ficar no Top 100 é excelente, um grande prestígio. Este ranking acaba por fomentar a notoriedade da marca”, considera Sandra Dias, diretora-geral da Quinta da Pacheca que atrai turistas de todo o mundo, principalmente provenientes dos mercados brasileiro e americano.

Ficar no top 100 é excelente, um grande prestígio. Este ranking acaba por fomentar a notoriedade da marca.

Sandra Dias

Diretora-geral da Quinta da Pacheca

Entre os grandes trunfos desta propriedade estão a unidade hoteleira e a diversidade de experiências proporcionadas aos visitantes, como a pintura com vinho, no ateliê de arte, ou a vivência na horta biológica.

A lista dos 100 distinguidos, a nível mundial, integra ainda o Soalheiro (vinho verde da Quinta Soalheiro, de Melgaço) na 64.ª posição, a que se segue a Quinta do Infantado (Pinhão) em 66.º lugar, a Quinta da Aveleda (Penafiel) em 78.º e a Herdade do Esporão (Alentejo) na 85.ª posição.

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