BRANDS' Local Online Castanheira de Pera distinguida com Prémio Autarquia do Ano
Foi por projetos nas categorias de educação, desporto e vida saudável, cultura e património, segurança, saúde e proteção civil, que Castanheira de Pedra foi distinguida no Prémio Autarquia do Ano.
O município de Castanheira de Pera foi distinguido com quatro galardões no Prémio Autarquia do Ano. A autarquia foi premiada em quatro categorias diferentes, nomeadamente educação, desporto e vida saudável, cultura e património, segurança, saúde e proteção civil.
Foram quatro os projetos premiados, em diferentes subcategorias:
- Na categoria de Educação, e na subcategoria de Ensino Básico, foi premiado o projeto «Comunidade Geração». Esta iniciativa tem como principais objetivos promover a inclusão social de crianças economicamente desfavorecidas, combater o insucesso e o abandono escolar e desenvolver competências individuais e relacionais, através da formação musical. São 42 crianças que têm a oportunidade de aprender a tocar violino, viola d’arco, violoncelo, contrabaixo, flauta transversal e saxofone. Além da aprendizagem do instrumento musical e da introdução às ciências musicais, o programa inclui sessões de musicoterapia, artes cénicas e psicologia. Financiado na totalidade pela autarquia, o projeto resulta da parceria firmada com a Associação das Orquestras Sinfónicas e Juvenis Sistema Portugal.
- Na categoria de Desporto e Vida Saudável, foi premiado o programa Doze Meses, Doze Caminhadas, dinamizado pela empresa municipal Prazilândia – Turismo e Ambiente, que mensalmente reúne largas dezenas de pedestrianistas. Este projeto promove o estilo de vida saudável, combinado com a fruição da beleza das paisagens e da riqueza do património natural e cultural de Castanheira de Pera. Os percursos temáticos desdobram-se entre as encostas ensolaradas da Serra da Lousã, os tons rosáceos das urzes pintadas no amarelo primaveril da carqueja com sabor a mel, os passadiços das Quelhas ou o Caminho dos Mortos, e no calcorrear do trilho do Neveiro, até se avistar a capela de Santo António da Neve. No outono ecoa a brama dos veados ao amanhecer e ao entardecer. O vale de encantos dos soutos do Coentral e do carvalhal monumental do Poço Corga estimula os cinco sentidos da rota botânica e trazem na memória vislumbres da lenda da Princesa Peralta. Já em Agosto, há ainda caminhadas aquáticas nas águas cristalinas de Ribeira de Pera, no percurso de novos roteiros do património industrial pelas ruínas de moinhos e de antigas fábricas de lanifícios. Ao longo de 2023, foram mais de 32 mil os pedestrianistas que percorreram os quatro percursos homologados ao redor do Coentral e de Pera, a que se somam o milhar de caminhantes que participaram nas rotas singulares da agenda Doze Meses, Doze Caminhadas e no pacote turístico do Festival de Caminhadas da Serra da Lousã, realizado no outono.
- Na categoria de Cultura e Património, e na subcategoria de Imagem Criativa, foi premiada a «Rota do Neveiros». Noutras épocas, quando havia abundantes nevões que cobriam de branco a cumeada do Cabeço do Pereiro (Santo António da Neve – Serra do Coentral e Lousã), os neveiros recolhiam a neve, que ficava armazenada em grandes poços no pico da invernia, para que no verão não faltasse o gelo, servido em bebidas refrescantes para requinte da realeza. Em finais do séc. XVIII, Julião Pereira de Castro era o neveiro-mor, proprietário dos Poços da Neve do Coentral e da Fábrica de Gelo de Montejunto, encarregue de abastecer a corte. Foi esta a história que levou à criação desta rota, que liga os municípios de Castanheira de Pera e Cadaval.
- Na categoria de Segurança, Saúde e Proteção Civil, e na subcategoria de Combate e Prevenção aos Incêndios Florestais, foi distinguido o projeto Castanheira Melhor Floresta. Após a tragédia de 17 de junho de 2017, o município decidiu que tinha de tomar medidas no sentido de tornar o território mais seguro e resiliente contra a ocorrência de incêndios florestais. Dentro das múltiplas abordagens a esta problemática, o projeto Castanheira Melhor Floresta, financiado pelos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência no montante de 1,2 milhões de euros, contempla a intervenção em 1500 hectares de eucaliptal, que inclui ações de corte e remoção de madeiras ardidas, desmatamento, desbaste e redução da carga de combustível. Promovido pela Biond, em parceria com o Município de Castanheira de Pera, o projeto-piloto visa a implementação de boas práticas florestais, que incrementam o potencial silvícola das espécies com interesse para a indústria de celulose, designadamente o eucalipto, que diminuam o risco de propagação de incêndios e que contribuam para uma maior rentabilidade das pequenas propriedades. Outras ações previstas incluem a contenção da proliferação de espécies invasoras, o controlo fitossanitário de doenças e pragas e a valorização da diversidade e resiliência dos ecossistemas através do plantio de outras espécies florestais.
São quatro projetos em áreas sensíveis do governo municipal que se afirmam como respostas disruptivas diante das fragilidades do território. Em comum pesa o desafio demográfico, motor da economia local desde a segunda metade de novecentos. O declínio da indústria de lanifícios conduziu ao êxodo migratório e ao acelerado decréscimo populacional. Em 40 anos, entre os censos de 1981 (5137 habitantes) e 2021 (2657 habitantes), Castanheira de Pera perdeu cerca de metade dos residentes.
Diante da falência das fábricas, a resposta da autarquia foi a tentativa de alavancagem do turismo. Em 2005 seria inaugurado o complexo balnear da Praia das Rocas. Mais de 100 mil visitantes durante os meses de verão – atraídos pelas ondas com vista para a serra, a 80 km do mar – trouxeram movimento e notoriedade à vila – sem que se invertesse o continuado declínio demográfico. Da necessidade de implementar uma estratégia de “turismo todo ano” têm sido pensados projetos imersivos na natureza, capazes de oferecer experiências únicas e autênticas combinadas com a valorização das paisagens e do património cultural, como sejam o pedestrianismo das Doze Meses Doze Caminhadas e a revisitação histórica da Rota do Neveiro.
Quase metade do concelho de Castanheira de Pera está enquadrado na área da conservação dos habitats da rede europeia Natura 2000, inserido no sítio da Serra da Lousã. Manchas de floresta autóctone, onde predominam os carvalhos e castanheiros, que dão lugar à flora, rastejam do manto de urzes e carquejas que cobre as vertentes das serranias. Mas, se este quadro pinta as paisagens mais a norte do concelho, na outra metade a monocultura do eucalipto impõe-se de sobremodo sobre o olhar que percorre a EN 236-1. A autarquia sentiu, por isso, a necessidade de ultrapassar a imagem negativa associada aos incêndios de 2017, através da implementação de novos projetos, entre os quais o Programa Melhor Floresta, direcionados a uma gestão inovadora e mais eficiente dos recursos florestais, que transmitissem a segurança de um território atrativo para se visitar, viver e investir.
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