Empresários lançam marca de “vinhos sem regras”. Angola e Reino Unido são principais mercados
Empresários calculam atingir cinco milhões de euros em vendas até 2030, comprar uma vinha no Douro e concluir a sala de provas na adega. Têm como principais mercados Angola e Reino Unido.
O que podem ter em comum o enólogo e consultor Tiago Macena em vias de ser o primeiro Master of Wine português – o título mais cobiçado pelos profissionais do setor –, o consultor internacional de vinhos Cláudio Martins, que lançou a série “Vinhos do Outro Mundo” como o “Saturn”, e António Sousa Martins, dono da Quinta do Jugais, empresa líder na distribuição de cabazes de Natal no país? O know-how e o amor à terra que os levou a criar, com um investimento de um milhão de euros, a marca de “vinhos sem regras” (“No rules wines”) para colocar o Dão no mapa das regiões vinícolas europeias de referência.
Os três empresários calculam faturar um milhão este ano e atingir os cinco milhões de euros até 2030 em vendas, assim como adquirir uma vinha no Douro e concluir a sala de provas na adega para enoturismo que têm em Nelas (Viseu). Têm como principais mercados Angola e Reino Unido. O empresário António Sousa Martins diz que o objetivo é “continuar a explorar novos mercados” e posicionar a “No rules wines” entre as melhores do setor vinícola. “Desde a produção de vinhos mais requintados, em poucas quantidades e valores mais elevados, a vinhos “simples” e “descomplicados”, a preços mais acessíveis e em maiores volumes, a empresa quer “promover o melhor do Dão”, refere.
Com ligações reconhecidas no mundo vínico, os três lançaram a empresa há já dois anos, em Oliveira do Hospital, com o objetivo de produzir “vinhos tranquilos do Dão sem regras”, honrando a tradição do Dão, mas procurando “elevar esta região vitivinícola a um patamar superior”, sustenta Cláudio Martins.
“Temos alguns vinhos menos usuais, tirando partido do potencial enológico da região e da nossa vontade de arriscar em alguns vinhos. A maior parte dos vinhos são DOC Dão, mas também temos vinhos Indicação Geográfica Protegida (IGP), nos quais nos é permitido o trabalho com outras técnicas e castas”, completa, por sua vez, Tiago Macena.
“CÓDIGO” foi a primeira marca de vinhos que apresentaram no mercado, com quatro propostas, entre brancos e tintos. Em poucos meses, o stock de cerca de três mil garrafas de cada referência esgotou, refere.
Entre o cardápio de vinhos constam “Encruzado”, “Granius”, “Origem”, “Solstício”, Bical” e “Uva Cão”. Estes são os seis vinhos que fazem parte da marca “Código”, que custam entre 20 e 35 euros. Mas para os colecionadores especiais, há uma edição limitada, de seis garrafas, pelo valor de 200 euros. Em julho, do Código serão lançadas novas colheitas de “Bical” e “Uva Cão” e duas novas referências “Infusão Subtil” e “Manifesto”.
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