Bactéria que ataca culturas e plantas detetada no Alentejo
Xylella fastidiosa tem potencial para causar danos num elevado número de espécies de plantas ornamentais e também em espécies de culturas como a oliveira, a amendoeira, a videira ou a figueira.
A bactéria xylella fastidiosa foi detetada em cinco zonas dos concelhos alentejanos de Marvão e Portalegre, o que obriga à aplicação de medidas fitossanitárias naquele território, indicou a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV). Esta bactéria afeta um elevado número de espécies de plantas ornamentais e também espécies de culturas como a oliveira, a amendoeira, a videira ou a figueira. A transmissão surge por via de insetos, propagando-se por via do comércio de plantas infetadas e da enxertia de plantas contaminadas. Antes de chegar a Portugal, foi detetada em Espanha, França e Itália.
“Foi identificada a subespécie responsável pelo resultado positivo na planta de ‘Cytisus striatu’ como sendo ‘Xylella fastidiosa subsp. Fastidiosa’. Os restantes resultados positivos estão a aguardar pela identificação da subespécie da bactéria”, informou a DGAV num despacho consultado pela Lusa. As freguesias assinaladas são Santa Maria de Marvão e São Salvador da Aramenha, em Marvão, e, no concelho de Portalegre, Reguengo e São Julião, Ribeira de Nisa e Carreiras.
Dando cumprimento a um regulamento europeu e a uma portaria nacional sobre esta matéria, a zona demarcada é alvo de “uma prospeção intensiva” e, quando “é oficialmente confirmada a presença da bactéria em novos locais, há lugar ao alargamento da zona demarcada”, o que agora aconteceu com a de Marvão.
A DGAV explicou que “os trabalhos de prospeção realizados pelos serviços oficiais espanhóis em território espanhol junto à fronteira com Portugal detetaram a presença da bactéria”.
“A zona demarcada em Espanha é interrompida pela fronteira com Portugal e o estabelecimento da zona tampão dessa zona demarcada coalesce com a zona tampão estabelecida no lado português, incrementando a dimensão do território nacional afetado”, disse.
De acordo com a DGAV, as plantas identificadas infetadas na Zona Demarcada de Marvão, até à presente data, pertencem aos seguintes géneros e espécies: ‘Acacia dealbata’, ‘Cistus spp.’, ‘Cistus ladanifer’, ‘Cytisus spp.’, ‘Cytisus lanigerus’, ‘Cytisus scoparius’, ‘Cytisus striatus’, ‘Genista triacanthos’, ‘Genista tridentata’ e ‘Rubus ulmifolius’.
Para eliminar a bactéria, a DGAV notificou todos os proprietários, usufrutuários, possuidores, detentores ou rendeiros de quaisquer parcelas de prédios rústicos ou urbanos para o cumprimento obrigatório de medidas de proteção fitossanitária. Além destas e de outras medidas que estão determinadas, a DGAV proibiu as plantações nas zonas infetadas dos vegetais, dos géneros e espécies detetadas infetadas na zona demarcada.
Classificada como “bactéria de quarentena” pela Organização Europeia para a Proteção das Plantas (EPPO), a ‘Xylella fastidiosa’ foi detetada pela primeira vez em Portugal em janeiro de 2019, em plantas de lavanda num ‘zoo’ em Vila Nova de Gaia, no Porto. A bactéria é transmitida pelo inseto ‘Philaenus spumarius’ (vulgarmente conhecido como cigarrinha-da-espuma), que se alimenta do xilema das plantas e cujo ciclo se inicia na primavera.
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