Câmaras querem mais quatro ligações à A1 entre Lisboa e Leiria
Transformar em nó a área de descanso de Fátima, encerrada pela Brisa, ou criar nova ligação em Leiria são pontos em discussão na região. Vila Franca de Xira quer mais dois nós. Brisa não descarta.
A auto-estrada do Norte, principal via nacional, ficou concluída há cerca de 30 anos, altura em que a economia da região centro e o volume de tráfego nas vias secundárias era bem distinta da atual. Hoje, há um estrangulamento em estradas regionais e municipais que urge resolver com uma ligação mais direta à A1, defendem vários autarcas no eixo Alcanena-Leiria.
O plano de Alcanena passa por transformar a área de descanso de Fátima, no km 105 da A1, a norte do nó de Alcanena/Torres Novas/A23, num novo ponto de de ligação das vias regionais com a auto-estrada do Norte. O presidente da Câmara Municipal de Alcanena, Rui Henriques, defende esta solução. A Brisa, em declarações ao ECO/Local Online, não descarta a solução para uma estrutura que durante décadas serviu para paragem intermédia entre as áreas de serviço de Leiria e de Santarém, mas encerrada há alguns meses, com rails contínuos a inviabilizar qualquer acesso. “A BCR – Brisa Concessão Rodoviária está disponível para, com o devido enquadramento, estudar a viabilidade técnica de reconversão da área de repouso de Fátima (A1) num novo nó de ligação à A1”, esclarece a empresa.
Mais a norte, já está em curso um estudo de tráfego para avaliar uma solução de ligação da auto-estrada do Norte ao IC9, via transversal que liga a Nazaré e Tomar. Entre os municípios atravessados por esta estrada encontra-se Porto de Mós, cujo autarca, Jorge Vala, realça, em declarações ao ECO/Local Online, a importância de se desfazer um nó cego que estrangula o importante Itinerário Complementar, que apesar de estar aberto há 12 anos, continua a desaguar tráfego dentro da localidade de Fátima, no concelho de Ourém, situação preocupante sobretudo quando se trata dos camiões com grandes dimensões e peso transportado.
A solução para desviar esse tráfego varia entre um novo troço para ligar o IC9 ao nó atual de Fátima, no km 114, ou criar um outro nó para a A1, num ponto de interceção existente entre o IC9 e a A1, em Santa Catarina da Serra, concelho de Leiria, no km 120 da principal via rodoviária do país. Leiria, e também Alvaiázere, são outros municípios defensores da necessidade de corporizar uma nova solução de ligação à A1, adianta Jorge Vala.
A opção preconizada por Porto de Mós, entre outros municípios vizinhos, já foi discutida numa reunião com o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, afirmou Jorge Vala ao ECO/Local Online. Ao governante foi solicitada a inscrição da verba para a obra no Orçamento do Estado, por impossibilidade de inscrever estas vias em sede de PRR, afirma o autarca.
Vila Franca de Xira quer mais dois nós e isenção de portagem
Mais a sul, em Vila Franca de Xira, o autarca pede um reforço dos pontos de ligação da auto-estrada do Norte ao concelho. Ao nó original e ao nó parcial de Alhandra, Fernando Ferreira pretende juntar novos pontos para aceder a uma via que atravessa todo o município. Ao ECO/Local Online, diz que um deles ficaria entre Alverca e Santa Iria da Azóia, em Caniços, e outro entre Alverca e Vila Franca de Xira, no Sobralinho.
De acordo com o autarca, o presidente da Brisa afirmou, em conversas entre ambos, “que eles estão disponíveis para poder vir a considerar estes investimentos. O Governo, acho, deve encetar negociações o mais rapidamente possível. Falo por mim e pelos meus colegas que têm questões destas nos seus territórios e está tudo a aguardar que o Governo entre em negociações com a Brisa para renegociação da concessão, porque isto vem tornar estes investimentos possíveis”.
Para lá deste tema, soma-se a pretensão do município de ver deslocada a praça de portagem de Alverca para Castanheira do Ribatejo, o que colocaria a autoestrada do Norte sem cobrança de portagem em toda a extensão entre a sede do concelho e Lisboa.
“A A1 tem uma característica de via rápida. A estrada nacional já não cumpre esse papel que tem, uma vez que o desenvolvimento urbano do conjunto da área metropolitana de Lisboa transformou essa estrada nacional numa avenida urbana”, defende Fernando Ferreira. Assim, a A1 não é uma via alternativa, é “uma solução”, defende. Perante a necessidade, o autarca realça que “é uma decisão do país, não tanto da Brisa”, embora admita que sem renegociar o contrato não será possível avançar.
Contactado pelo ECO/Local Online sobre a possibilidade de ir ao encontro das pretensões dos autarcas, o Ministério das Infraestruturas e Habitação não respondeu.
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