Moedas quer liderar Área Metropolitana de Lisboa e gerir o metro da capital
“Não é normal - nem penso que seja de bom senso - que a Área Metropolitana não seja dirigida pelo presidente de câmara mais relevante por razões económicas”, argumenta o autarca lisboeta.
Carlos Moedas defendeu esta terça-feira que devia ser o autarca da capital a liderar a Área Metropolitana de Lisboa [AML] uma vez que, entre os 18 municípios associados, é aquele que tem o maior peso económico, “representando 80% da economia da região”. O social-democrata também clamou para a autarquia a tutela do metropolitano de Lisboa, alegando que são as câmaras que “gerem toda a cidade”.
“A AML poderia funcionar melhor se a governança fosse do presidente da câmara de Lisboa”, afirmou Carlos Moedas durante um debate em que participou o homólogo do Porto, Rui Moreira, com o tema da “Mobilidade nas Grandes Cidades”. Atualmente, é o autarca de Sintra, Basílio Horta, quem lidera o Conselho Metropolitano de Lisboa. Foi eleito a 11 de julho com 17 votos a favor e um voto branco.
Durante uma iniciativa da Rádio Renascença, em parceria com o município da Invicta, o edil lisboeta assinalou que “o peso de Lisboa não está refletido na AML como deveria, [já que] representa 80% da economia da região”.
“Não é normal – nem penso que seja de bom senso – que a área metropolitana não seja dirigida pelo presidente de câmara que é mais relevante por razões económicas”, reiterou, argumentando ainda com o “mais de um milhão de pessoas que vão para a cidade de Lisboa todos os dias”. Ainda assim, fez questão de salientar que “obviamente [se dá] muito bem com os colegas [da AML]”.
Sobre este tema, o independente Rui Moreira considerou que o Porto não tem a mesma centralidade metropolitana, em comparação com Lisboa.
O peso de Lisboa não está refletido na AML como deveria [já que] representa 80% da economia da região.
Além do município assumir a liderança da AML, Carlos Moedas defendeu igualmente que a gestão do metropolitano de Lisboa seja da câmara de Lisboa. “Gerimos a cidade e toda a área metropolitana depende de nós”. Aliás, interpelou: “Porque é que tenho a Carris e não tenho o Metro?”. Para o autarca, esta situação “não faz sentido, até porque a mobilidade tem de ser gerida em conjunto”.
Por outro lado, Rui Moreira e Carlos Moedas concordaram na necessidade de reforçar as polícias municipais. Enquanto o autarca do Porto reivindica mais 200 polícias municipais e continua “à espera da promessa que foi feita [pelo Governo] de ter mais 100” agentes, o homólogo lisboeta exige ainda que a polícia municipal tenha competências de detenção.
Carlos Moedas já pediu, inclusive, à ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, que altere a lei nesse sentido. “Pedi à ministra uma mudança da lei para que os polícias municipais possam fazer detenções e [ela] percebeu o problema. Estou preocupado com a segurança das pessoas: não há visibilidade da polícia”, destacou.
O autarca lisboeta lamenta, contudo, que o número de agentes tenha diminuído ao longo do tempo. “Há 25 anos Lisboa tinha 8.000; hoje não chega a ter 7.000 polícias. Há um problema de número e de visibilidade”, reclamou.
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