PS fala em situação financeira grave em Coimbra. Câmara diz que finanças estão estáveis
O PS realça que Coimbra teve o terceiro pior resultado líquido dos municípios portugueses em 2023, com 16,4 milhões de euros negativos.
A concelhia do PS de Coimbra afirmou, esta quinta-feira, que a situação financeira na Câmara Municipal é “grave”, apontando para indicadores do Anuário Financeiro dos Municípios, mas autarquia vinca que finanças estão saudáveis esperando regresso a resultados positivos este ano.
Em comunicado divulgado esta quinta-feira, o PS de Coimbra salienta que Coimbra foi apontado como “o município do país com pior resultado operacional em 2023”, no Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, considerando os dados “muito preocupantes” para a situação financeira da autarquia.
O PS realça que Coimbra teve o terceiro pior resultado líquido dos municípios portugueses em 2023, com 16,4 milhões de euros negativos, e o pior resultado operacional, com 5,39 milhões de euros negativos.
“O município de Coimbra nunca tinha apresentado um resultado operacional negativo, tendo mesmo apresentado resultados operacionais muito positivos nos últimos anos de governação municipal socialista”, salienta a concelhia do PS.
Esta é a prova cabal da total impreparação de José Manuel Silva para o cargo de presidente da Câmara Municipal. Coimbra merece melhor.
No comunicado, o PS vinca ainda que Coimbra foi o 13.º município “com maior passivo exigível” (dívidas a pagar), situado em 64,2 milhões de euros. Para a concelhia, está-se perante “um desequilíbrio grave”.
“Esta é a prova cabal da total impreparação de José Manuel Silva para o cargo de presidente da Câmara Municipal. Coimbra merece melhor”, realçou o comunicado, assinado pelo presidente da concelhia, Ricardo Lino.
Em resposta aos dados publicados no Anuário Financeiro dos Municípios e esclarecendo que ainda não tinha tido acesso ao documento, o município afirmou à Lusa que o aumento de dívida em 2023 estava diretamente relacionado “com o resultado líquido negativo”, que considerou ser “uma situação perfeitamente pontual”.
Esse resultado negativo, esclareceu a câmara de Coimbra, devia-se “exclusivamente à obrigação do registo contabilístico, superior a 15 milhões de euros, em provisões para três processos judiciais em curso, dois dos quais no início dos anos 2000, com alguma probabilidade de resultar, no futuro, em indemnizações a pagar pelo município”. Para a autarquia, esta é “uma decisão responsável e que em nada belisca as finanças do município”.
O município de Coimbra salientou que se registou um saldo de gerência de 16,7 milhões de euros entre receitas arrecadadas e despesas efetuadas e uma poupança corrente de 16,3 milhões de euros, “que foi utilizada para financiar os investimentos da Câmara Municipal”, acrescentou.
Apesar do aumento do passivo e da contratação de um empréstimo no valor de cerca de 13 milhões de euros, “a capacidade de endividamento adicional do município de Coimbra aumentou, situando-se atualmente em 24 milhões de euros”, sublinhou.
Até junho de 2024, o município registava um resultado líquido positivo de cerca de quatro milhões de euros, sendo “expectável que esta tendência se mantenha até final do presente ano, perspetivando-se um resultado positivo à semelhança do verificado até 2023”, disse fonte oficial da autarquia.
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