Porto de Leixões deixa cair unidade de produção de hidrogénio

Incubadora de base tecnológica na antiga refinaria da Galp foi relocalizada devido aos níveis de contaminação do solo e traçado inicialmente previsto para o BRT de Matosinhos foi ajustado.

O Porto de Leixões vai deixar cair a unidade de produção de hidrogénio que estava inicialmente prevista. Apesar de manter o objetivo de atingir a neutralidade carbónica em 2035, essa meta será alcançada através de investimento em energias renováveis para autoconsumo. A decisão foi aprovada no início de dezembro e é uma das alterações ao Plano Territorial de Transição Justa de Matosinhos.

O Porto de Leixões vai recorrer a “soluções de Onshore Power Supply (OPS) e a painéis fotovoltaicos em alternativa à unidade de produção de hidrogénio”, lê-se na deliberação da Comissão Interministerial de Coordenação do Portugal 2030, que decorreu a 4 de dezembro e que aprovou a primeira alteração ao Norte 2030.

“Foi proposta a alteração da tipologia de investimento para o Porto de Leixões, uma vez que estudos técnicos desenvolvidos durante os últimos meses com vista à montagem técnica e financeira do projeto inicialmente proposto na fileira do hidrogénio evidenciaram que o nível de maturidade das tecnologias e as características dos equipamentos detidos pela APDL não os permitiriam rentabilizar de forma adequada”, explicou ao ECO fonte oficial do programa regional do Norte.

No entanto, “a reformulação proposta mantém a prioridade de promoção de um roadmap para a neutralidade carbónica do Porto de Leixões em 2035, através de um investimento em energias renováveis para autoconsumo (previsto no Plano Territorial para uma Transição Justa de Matosinhos), passando a abranger, quer soluções Onshore Power Supply no Terminal de Cruzeiros de Leixões, quer painéis fotovoltaicos nas instalações do Porto de Leixões”, acrescentou a mesma fonte.

Esta não é a única alteração aprovada. A incubadora de base tecnológica foi relocalizada devido aos níveis de contaminação do solo na área da antiga refinaria da Galp.

A Universidade do Porto recebeu um convite, em julho do ano passado, para “criar/construir/dinamizar o centro de inovação, investigação e incubação para a transição justa (Jus3I), promovendo um ecossistema favorável ao desenvolvimento de novos serviços e produtos que contribuam para os objetivos enquadrados nos domínios prioritários de especialização inteligente associados à energia e transição justa”. O Fundo para a Transição Justa tem cerca de 23,5 milhões de euros, sendo que a taxa máxima de cofinanciamento é de 85%, se não se enquadrar no regime de auxílios de Estado.

Face aos níveis de contaminação ainda presentes na zona norte da área da ex-refinaria, o projeto JUS3I “Centro de Inovação, Investigação e Incubação para a Transição Justa”, foi relocalizado para a zona exterior leste”, detalhou fonte oficial do Norte 2030.

Esta relocalização obrigou ao ajustamento do “traçado inicialmente previsto para o BRT de Matosinhos”. Esta segunda-feira foi publicado em Diário da República a alteração ao concurso público lançado a 16 de dezembro pela Câmara de Matosinhos para a conceção-construção da Linha Metrobus/BRT de Matosinhos, com um preço base de 23 milhões de euros, sem IVA.

Estas três alterações não têm qualquer implicação financeira. No caso do BRT de Matosinhos, o Fundo para a Transição Justa tem uma dotação prevista de 20 milhões de euros, com uma taxa máxima de cofinanciamento também de 85%.

A autoridade de gestão do Norte 2030 propôs esta “primeira alteração ao programa”, para “proceder a alguns ajustes que decorrem da experiência de implementação dos primeiros anos do Norte 2030 e da necessidade de considerar novas elegibilidades”, pode ler-se na deliberação da CIC que deu luz verde às decisões aprovadas pelo comité de acompanhamento do programa regional a 18 de novembro.

A entidade liderada por António Cunha, o presidente da CCDR Norte, que é por inerência o gestor do Norte 2030, recorda que apesar destas mudanças, está “prevista uma alteração mais profunda no início de 2025, associada à revisão intercalar” do programa. Uma alteração que terá de acomodar eventuais investimentos do Plano de Recuperação e Resiliência que venham a ser faseados e cuja elegibilidade encaixe no Norte 2030.

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