Já há calendário e metas para as compras europeias conjuntas na defesa. O que propõe Bruxelas?
- Ânia Ataíde
- 16 Outubro 2025
Comissão Europeia divulgou roteiro para preparar a Europa no setor da defesa até 2030, estabelecendo marcos e objetivos para as iniciativas. Compreenda os detalhes em cinco perguntas e respostas.
Já há calendário e metas para as compras europeias conjuntas na defesa. O que propõe Bruxelas?
- Ânia Ataíde
- 16 Outubro 2025
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O que é o Roteiro 2030 para a defesa?
O Roteiro para a Defesa foi apresentado esta quinta-feira pela Comissão Europeia aos Estados-Membros e é composto por quatro iniciativas “emblemáticas”, definindo os objetivos e metas para o concretizar até 2030.
O executivo comunitário propõe quatro linhas de ação: a Iniciativa Europeia de Defesa contra Drones, a Vigilância do Flanco Oriental, o Escudo Aéreo Europeu e o Escudo Espacial Europeu. No entanto, também define o caminho para aumentar a capacidade da indústria europeia da defesa.
O objetivo final passa por orientar os progressos da União Europeia no sentido da plena prontidão em matéria de defesa a médio prazo.
Proxima Pergunta: Em que âmbito se inserem as compras conjuntas dos Estados-membros?
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Em que âmbito se inserem as compras conjuntas dos Estados-membros?
Bruxelas entende que alcançar a plena prontidão em matéria de defesa significa “assegurar que as forças armadas dos Estados-membros possam antecipar, preparar-se e responder a qualquer crise, incluindo conflitos de alta intensidade”.
Para isso apela aos Estados-membros para que concluam a formação de coligações de capacidades, ou seja, compras conjuntas na área da defesa em novo domínios: defesa aérea e antimíssil, capacidades estratégicas de apoio, mobilidade militar, sistemas de artilharia, ciberdefesa, inteligência artificial e guerra eletrónica, mísseis e munições, drones e contra drones, combate terrestre e defesa marítima.
Como meta existe uma quota de aquisição conjunta de 35%. Através deste incentivo, o executivo comunitário considera que será possível “colmatar lacunas críticas em matéria de capacidades através do desenvolvimento conjunto e da contratação pública”.
Proxima Pergunta: O que é que a Comissão Europeia pede às coligações?
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O que é que a Comissão Europeia pede às coligações?
A Comissão Europeia pede aos Estados-membros para concluírem “rapidamente” o processo em curso de formação de coligações de capacidades dos Estados-membros.
Neste sentido, deve ser especificado quais os Estados-membros que irão responder a quais lacunas e estabelecer a governação de cada coligação, bem como quem irá liderar e co-liderar a coligação, assim como os objetivos de capacidade e os projetos colaborativos a serem lançados para os alcançar.
No âmbito destas coligações, a Comissão Europeia realça que “os Estados-membros irão continuar a ser soberanos na decisão do seu papel e contribuição”.
Proxima Pergunta: Qual é o calendário previsto?
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Qual é o calendário previsto?
A Comissão Europeia propõe:
- Estabelecimento das coligações em todas as áreas prioritárias, decisão sobre as nações líderes e co-liderantes, e os respetivos planos de implementação – no primeiro trimestre de 2026;
- Recolher os dados iniciais sobre a capacidade industrial de defesa da União Europeia nas áreas prioritárias de capacidade, com o apoio da Comissão – até meados de 2026;
- Lançar projetos em todas as áreas prioritárias – primeiro semestre de 2026;
- Organizar pelo menos 40% das compras de defesa como compras conjuntas – até ao final de 2027;
- Garantir a existência de projetos, contratos e financiamento para colmatar as lacunas críticas de capacidade nas áreas prioritárias – até ao final de 2028;
- Receber todas as compras financiadas pelo SAFE, contribuindo para colmatar todas as lacunas de capacidade nas áreas prioritárias – até o final de 2030.
Proxima Pergunta: E o que é que a Comissão propõe para indústria da defesa?
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E o que é que a Comissão propõe para indústria da defesa?
Para aumentar as linhas de produção europeia e reduzir os prazos de entrega de material crítico de defesa, Bruxelas defende ser necessário aumentar a “resiliência” das cadeias de abastecimento, incluindo a redução das dependências críticas de matérias-primas.
Neste sentido espera que estejam formadas Alianças Tecnológicas para a Defesa até o final de 2025. Paralelamente, pretende reforçar o diálogo estratégico com a indústria no primeiro semestre de 2026 e organizar a primeira Cimeira Industrial de Defesa até meados de 2026, bem como apresentar uma visão geral do aumento da capacidade industrial necessário para garantir o fornecimento confiável para as áreas de capacidade acordadas.
