Autárquicas no Seixal: a música do PCP ainda vai avante? Chega e PS querem novo ritmo

Comunista desde 1976, inclusive nas freguesias, casa da Festa do Avante, o Seixal cresce em população e supera 100 nacionalidades. Isso pode ser um risco num concelho onde o Chega ganhou a 18 de maio.

Em 308 municípios, nenhum se veste de vermelho com o Seixal, onde o PCP lidera a Câmara desde 1976, somou absolutas por 41 anos, até 2017 – ano da perda surpreendente do bastião Almada, bem como Barreiro e Alcochete -, local, desde 1990, de realização da Festa do Avante – “a maior, a mais extraordinária, a mais fraterna e humana, jamais realizada no nosso país”, nas palavras de Álvaro Cunhal – e até, de forma meramente simbólica, local escolhido para a “cidade desportiva” do Sport Lisboa e Benfica.

O bastião da CDU é um dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes num universo de 308 concelhos do país. E, juntamente com a capital de distrito, Setúbal, forma a dupla que resta aos comunistas.

Até 2017, os comunistas governavam em maioria. Já em 2017 e 2021, o PS ficou a apenas vereador da CDU, num universo de 11 mandatos desta Câmara. Foi exatamente em 2017 que os socialistas começaram a provocar rombos nos dois porta-aviões do PCP, a Península de Setúbal e o Alentejo.

Em 2023, o Governo de António Costa apresentava os navios elétricos para a travessia do Tejo. Não são confiáveis, acusa o presidente da autarquia, e com isto a população concentra-se no comboio. ANTÓNIO COTRIM/LUSAANTÓNIO COTRIM/LUSA

No caso da margem esquerda do Tejo, Almada foi a grande surpresa de 2017, numa vitória à justa de Inês de Medeiros, uma novata das autarquias locais e então com apenas oito anos de experiência na política ativa – entrou no Parlamento no mesmo ano em que foi mandatária do cabeça de lista do PS às europeias, Vital Moreira, um ex-deputado comunista em 1987 se desvinculou do PCP por desacordo com Álvaro Cunhal.

No mesmo ano em que o PSD teve o seu pior desempenho de sempre neste tipo de eleição – ao ponto de a sua candidata a Lisboa ter ficado atrás de Assunção Cristas, com menos de metade dos votos na capital –, o PS somou o maior número de câmaras de sempre: 153, acima até das 151 obtidas em 2013.

Em 2017, a CDU foi varrida pelos ventos rosa da “geringonça”, perdendo a liderança em dez dos 34 concelhos que dominava. Na noite de 1 de outubro, num ambiente de euforia no Hotel Altis, ouvia-se um discurso cauteloso de António Costa. O secretário-geral do PS e primeiro-ministro escolhido em 2015 após conseguir a maioria parlamentar que Passos Coelho, vencedor em votos nas legislativas, não conseguira, tentava puxar pelo ânimo de Jerónimo de Sousa. “A vitória do PS não é derrota de nenhum dos parceiros parlamentares: é a vitória do PS”. Havia então um Governo de “geringonça” com apenas dois anos.

Na campanha, António Costa tinha ido a território comunista pedir votos, e Jerónimo de Sousa afirmava, num comício em Corroios, freguesia do Seixal fronteiriça com Almada, não levar a mal tal apelo. Na reação à derrota em vários municípios – Almada, Castro Verde, Barreiro, Beja, Peniche -, e que no Seixal acabou por ser apenas uma perda de maioria absoluta que levava 41 anos, Jerónimo disse ser “sobretudo uma perda para as populações, que não demorarão a perceber o quanto errada foi essa opção“.

Jerónimo avisara nas vésperas da eleição para que “no domingo ninguém fique em casa”, e os seixalenses não se negaram, aumentando a participação dos 39% de 2013 para 43%, com mais 7.000 votos. Só que a CDU não levou daí qualquer dividendo, perdendo um milhar de votos, enquanto o PS crescia em 6.000. Já o PSD, que teve esporádicas subidas a segunda força partidária no Seixal ao longo das décadas de democracia, conquistava mais 1.500 eleitores.

Um facto relevante que se nota aqui é o crescimento demográfico do Seixal. Se em 2005 havia 116 mil eleitores inscritos, em 2017 já eram 137 mil, um crescimento de quase 20% na população face aos anos dourados do comunismo seixalense. E em 2021 já eram 143 mil.

Terra das 100 nacionalidades

“Nos descobrimentos, fomos porto de abrigo para as naus e caravelas que descobriram o mundo. Nestes 47 anos de abril, somos porto de abrigo para milhares de pessoas que vindo de todos os cantos do país e do mundo, escolheram o concelho do Seixal para viver, graças à transformação operada pela CDU no nosso Município”, dizia na sua apresentação como recandidato em 2017 o presidente da Câmara, Joaquim Santos.

E, num prenúncio da redução da relevância comunista face ao PS, deixava uma bicada ao PS: “a CDU tem um projeto coletivo de desenvolvimento para o nosso concelho, os outros só têm projetos pessoais ou de grupo, como se constata nos concelhos vizinhos sob gestão do PS”.

Até 1997, as coligações encabeçadas pelo PCP nunca baixaram dos 50% de votos, e chegaram mesmo a superar 60%, em 1985, mas Joaquim Santos, que em 2013 saiu com maioria, vira este instrumento de autonomia de governação esfumar-se em 2017. Em 2021 voltou a ter de governar numa minoria de 5-6. No ano seguinte abandonava a autarquia.

Paulo Silva, o seu sucessor, defendeu, em entrevista ao ECO/Local Online, esta opção de setembro de 2022. Joaquim Santos, que atingiria o limite de mandatos agora em outubro, não tinha mais caminho para andar como presidente do Seixal, e não podia adiar mais o seu regresso ao mundo profissional fora de funções autárquicas.

O atual presidente, que subiu da vice-presidência, teria de prosseguir com uma governação em minoria, algo que apenas Joaquim Santos vivera desde 1976. A CDU somava cinco vereadores, o PS quatro e o PSD um. O 11.º vereador, vindo da terceira força mais votada, já não era o Bloco de Esquerda, que em 2017 tinha alcançado, pela primeira vez no Seixal, um mandato fora do trio PCP/PS/PSD.

Nesta altura, ao contrário do Bloco, o Chega, nas suas primeiras autárquicas de sempre, conseguiam, neste concelho que a Câmara diz conter mais de 100 nacionalidades, superar o voto no PSD numa das freguesias, a União de Freguesias de Seixal, Arrentela e Paio Pires, que com a desagregação de freguesias se vão tornar em três distintas. O mandato do Chega acabaria, contudo, por ser valioso para Paulo Silva, o que provocou a ira na sede do Chega. Já lá vamos.

Chegados a 2025, as terceiras eleições legislativas antecipadas desde 2022 provocou uma onda do Chega com a vitória na votação em dezenas de municípios, e o Seixal foi um deles. Ainda que por apenas 500 votos em mais de 96 mil eleitores que foram às urnas a 18 de maio, o partido de Ventura liderou neste concelho da margem esquerda do Tejo.

Conheço muita gente que diz que é o do Chega mas que nas autárquicas que vai votar na CDU”, diz o autarca Paulo Silva ao ECO/Local Online. “Acho que o Chega está com uma linguagem populista de discurso anti-imigração e que os imigrantes são os culpados de todos os males de todo o país. Isto, nalguns setores da população vai pegando, e é isso que temos de combater”, destaca o político que até recentemente, antes de assumir responsabilidade política no Seixal, deteve um escritório de advocacia em Almada – que reclama como o maior da margem sul.

Acho que o Chega está com uma linguagem populista de discurso anti-imigração e que os imigrantes são os culpados de todos os males de todo o país. Isto, nalguns setores da população vai pegando, e é isso que temos de combater.

Paulo Silva

Presidente da Câmara Municipal do Seixal

Primeiro como FEUP, depois APU e CDU a partir da cisão interna de 1987 – ano em que o MDP-CDE e “o grupo dos seis” de Vital Moreira se desvincularam da APU e o PCP e PEV responderam com a CDU – as frentes unidas de esquerda encabeçadas pelo Partido Comunista Português fizeram do Seixal um marco da sua força popular.

Até Joaquim Cardador dos Santos, que deixou o terceiro mandato a um terço, o Seixal tinha conhecido apenas dois presidentes, Eufrazio José, de 1976 a 1997, e Alfredo Monteiro da Costa, de 1997 a 2013 (fora vereador a partir de 1990). Em 2013, Joaquim Santos candidatou-se, venceu, mas logo em 2017 perdeu a maioria detida pelos comunistas desde 1976.

À entrada para o seu último mandato, Alfredo Costa enfrentou acusações da Inspeção Geral de Finanças de “infrações financeiras” e, anos mais tarde, em novembro de 2022, já presidente da Assembleia Municipal, o grupo municipal do PS, no qual se incluía o candidato a presidente da Assembleia Municipal em 2025, Samuel Cruz, pediu a sua destituição.

Chega perde vereador e direção de Ventura recebe críticas ferozes

À luz dos mais recentes atos eleitorais, o concelho que se tornou casa da Festa do Avante – evento que esta semana assinala 49 anos do evento inicial na FIL, em Alcântara, marcado pela explosão de uma infraestrutura elétrica, de que nunca se esclareceu cabalmente se fora ou não uma sabotagem – poderá abanar a sede da Soeiro Pereira Gomes a 12 de outubro.

Não só o PS se aproximou nas últimas duas eleições locais, como existe um novo dado no espetro político: um Chega empoderado nas legislativas de 18 de maio por uma vitória (à justa).

Não poderá, contudo, ser desligada desta antevisão a outra face da conquista do Chega, a quebra considerável do PS a nível nacional para terceira força política na Assembleia da República.

Rita Matias ao telefone, ladeada por André Ventura e Marta Silva. A primeira é a escolha para Sintra. Marta Silva tem a confiança do partido para o Seixal, onde o vereador eleito em 2021 se tornou independente, com ferozes críticas à liderança de VenturaHugo Amaral/ECO 17 junho, 2025

Entre os socialistas da Península de Setúbal acredita-se que o Chega não terá aqui a força que poderá revelar em Sesimbra, Moita ou Montijo.

Contudo, o partido parece apostado em conquistar o Seixal. Na opção por levar a votos nas autárquicas 95% dos seus deputados eleitos a 18 de maio, o partido candidata no município três dos 60 deputados que tem em São Bento.

Cristina Rodrigues, ex-deputada eleita pelo PAN, integra a lista para a Assembleia Municipal, órgão em que Daniel Teixeira é cabeça de lista do partido. Já a candidata a presidente é Marta Silva, residente noutro concelho da Península de Setúbal onde o Chega se destacou nas legislativas, Sesimbra, e filha de pais nascidos em duas cidades algarvias onde o partido se tem destacado nas eleições, Silves e Albufeira.

Há quatro anos, quando se candidatou pela sua terra natal, Barreiro, a arquiteta que esta semana completou 46 anos referiu à revista Sábado que quando lhe começaram a chamar fascista preocupou-se em aprender. “Eu sou de Artes. Em cultura política estou ao nível do cidadão comum. Quando me começaram a chamar fascista, tive de ir ler sobre o fascismo. E, de facto, não me parece que seja uma coisa boa de voltar”.

A democracia interna do Chega acabaria, contudo, por ser questionada no Seixal meses depois pelo vereador ali eleito. “Para quem se arroga a ambição de querer fundar uma nova República, tememos que nada tenha de original e se aproxime bem mais dos sórdidos aspectos de uma outra que existia à [dixit] cerca de cinquenta anos […] O pensamento crítico não tem lugar neste partido autocrático e encapsulado em si mesmo. O culto do líder é próprio dos regimes que o Chega condena”.

Esta violenta acusação surgiu meio ano após o ato eleitoral. Em janeiro de 2022, André Ventura anunciara a retirada de confiança política a Henrique Freire, vereador eleito quatro meses antes no Seixal, tal como fez em Sesimbra. Também em Moura, distrito de Beja, a eleita pelo partido se tornou independente. Em março, o próprio Henrique Freire assegurou, em comunicado, que a decisão de passar a vereador independente partira de si, acusando a força partidária de André Ventura de “autocrático” e considerando “razoável suspeitar que este partido nunca será democrático”.

A causa para este rompimento, que abrangia também um deputado da Assembleia Municipal e dois membros de Assembleias de Freguesia no concelho – apesar de Ventura dizer dois meses antes que os deputados municipais estavam “inabalavelmente ao lado do Chega” e era “firmemente leais” –, tinha sido a viabilização do orçamento da CDU.

O presidente do partido ordenou o voto contra, mas o vereador absteve-se. Ventura considerara, numa conferência de imprensa em janeiro, que “houve uma violação direta das regras do partido de não pactuar com partidos que têm destruído Portugal”.

Sobre este episódio, o atual presidente da autarquia, que em 2022 ainda era vice-presidente de Joaquim Santos, afirmou, numa entrevista ao ECO/Local Online pelo presidente da autarquia: “votou a favor do plano de integração da comunidade cigana e defendeu-o porque o plano foi aprovado pelo vereador do PSD e ele defendeu o plano, e disse que vereador do PSD devia conhecer a realidade antes de falar e ir ao concreto ver como a Câmara Municipal do Seixal trabalha com comunidades ciganas e que era um exemplo de integração e por isso ele tinha de votar a favor… como votou a favor, o Chega tirou-lhe a confiança política”.

Versão diferente tem o líder parlamentar do Chega, Pedro Pinto, que numa outra entrevista ao ECO/Local Online assegurou que “não foi por isso. Não é verdade. Esse vereador, a primeira coisa que fez foi ir contra as indicações do partido. Foi apoiar este Executivo, votar a favor deste orçamento do Partido Comunista, por uma coisa muito simples, é porque trabalhava na câmara. Até creio que subiu de escalão por causa disso. Não tem nada a ver com a comunidade cigana, tem a ver com não ter seguido as diretrizes do partido”.

Nesta entrevista, realizada em julho, Pedro Pinto deixou ainda um aviso à navegação: “as pessoas têm de pensar que se querem política efémera, para durar quatro anos como vereador, tudo bem. Mas acho que a política é outra coisa, acho que quando nós somos eleitos temos de respeitar quem vota em nós e respeitar o partido. Não estamos nada preocupados com o que aconteceu no passado. Procuraremos não errar no futuro”.

A escolha de Marta Silva tem assim um significado especial, ela que é dirigente do partido e, admiradora assumida do trabalho efetuado por Pedro Passos Coelho de 2011 a 2015, justificou a adesão ao Chega pela capacidade de liderança de André Ventura.

Seixal é, ou não, o concelho com menos criminalidade da Península de Setúbal?

Município outrora com forte componente industrial pesada na Siderurgia, o Seixal tornou-se crescentemente um concelho dormitório. Com o crescente número de pessoas a procurarem o seu território, a segurança começou a ser um tema quente.

O município vem esperando há quase duas décadas pelo avanço da reabilitação prometida com o projeto Arco Ribeirinho Sul, que poderia ajudar a criar bastante mais emprego local. E, em simultâneo, continua a lutar contra a construção clandestina, de que o bairro da Jamaica foi até há pouco um exemplo bastante negativo.

Agora, com os executivos de Luís Montenegro, a recuperação dos terrenos da Siderurgia, importante porção deste concelho, surge mais uma promessa para os seixalenses, a Parque Cidades do Tejo, ideia apresentada a autarcas de 18 concelhos em março.

O presidente da autarquia critica: “Fazem-se excelentes vídeos e apresentações, mas não se concretiza”. E, diz Paulo Silva ao ECO/Local Online, “há ali mais de 300 hectares para instalar muitas empresas e começa a haver falta de terrenos disponíveis para instalação de empresas. Temos aquele espaço ali desaproveitado”. Nesta entrevista, o autarca que vai pela primeira vez a votos para presidente, diz esperar “que se passe das palavras aos atos. Vão apresentando projetos, nomes, empresas, mas tudo não sai do papel. É fácil apresentar um projeto, o difícil é executá-lo. Nós, autarcas, queremos que haja a execução e que finalmente se dê o pontapé de saída nesse projeto que consideramos essencial para o desenvolvimento de toda a Península de Setúbal”.

Segundo o Relatório Nacional de Segurança Interna (RASI), o Seixal é o segundo concelho com índice de criminalidade mais baixo da Área Metropolitana de Lisboa e o melhor classificado no distrito de Setúbal, conforme destaca o presidente da autarquia.

Apesar disso, há inegáveis problemas graves em pontos específicos, caso da Quinta da Princesa, na freguesia de Amora, onde se somam notícias de insegurança. O Executivo tem respondido com programas comunitários para envolvimento da população, melhoria de infraestruturas e investimentos do PRR, defendeu o presidente da Câmara num debate realizado pela plataforma Conta Lá. O autarca aponta essa imagem de insegurança como sendo “mais a fama que o proveito”.

Falando da Quinta da Princesa, o autarca coloca, numa entrevista ao ECO/Local Online, a responsabilidade sobre o IHRU, que “vendeu algumas frações em prédios que eram da sua propriedade” e “para fazer reabilitação desses prédios, essas pessoas têm que comparticipar”, sendo que, explica, não têm dinheiro para tal.

Polícia municipal, videovigilância e mais iluminação são reivindicações da coligação do PS e PAN, cuja candidatura é feita em parceria com o PAN, sob a liderança do Miguel Ferreira Feio, ainda vereador.

O PSD de Bruno Vasconcelos valida a polícia municipal e câmaras de videovigilância e quer um quartel da GNR em Fernão Ferro e uma nova esquadra da PSP no Seixal (cujo apetrechamento com forças policiais depende do Estado central). Já a coligação entre o Livre e o Bloco de Esquerda, liderada por Nurin Mirzan (tal como faz em Almada, onde tinha uma vereadora, o Bloco entrega a liderança da coligação ao partido de Rui Tavares, apesar de este não ter histórico de eleição tanto em Almada quanto no Seixal) defende os valores do RASI e dispensa a formação de uma Polícia Municipal.

No mesmo debate na plataforma Conta Lá, a candidata do Chega, não contestando os números do RASI que esmiúça a taxa de criminalidade, puxou de notícias pesquisadas, segundo a própria, durante cinco minutos na internet, para salientar a insegurança no concelho – entre elas, a notícia da detenção de um cidadão no âmbito da Operação Apagão, referente a burlas realizadas maioritariamente na Madeira. “Isto são notícias de 2025, o relatório é referente ao ano anterior”, afirmou Marta Silva, deputada em São Bento.

O edifício da Câmara está inserido num bairro em que crescem a ritmo veloz novos edifícios de habitação com preços até há pouco inéditos por estas paragens, superando o meio milhão de eurosHugo Amaral/ECO

Ao mesmo tempo que se fala de insegurança em alguns bairros, na baía do Seixal cresce construção que, para o histórico do concelho, é de classe média/alta, e chegam cidadãos estrangeiros com poder de compra. “São principalmente já de alguma idade, estão reformados nos seus países e vêm para cá usar a reforma, porque com o valor das reformas que têm nos países de origem, aqui têm uma vida de excelência”, descreve o autarca. Um resultado, diz, do trabalho comunista em quase meio século a renovar o Seixal.

Num retrato do que era este concelho, o último autarca da CDU a governar sempre em maioria afirmou, em 2001, que “em 1974 o concelho do Seixal era uma terra de gente de trabalho, de fortes tradições associativas e antifascistas, que produzia para o país – o aço, a cortiça – mas estava votado ao abandono pelo regime ditatorial”.

Por força da democracia, a 12 de outubro os seixalenses escolherão aquele que será apenas o seu quarto presidente eleito desde 1976. Ou mantêm Paulo Silva, que nunca foi a votos para presidente, ou escolhem um partido inédito na história do concelho onde anualmente se ouve a Carvalhesa na festa na Quinta da Atalaia, Amora, Seixal.

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