No centro do Porto, Katrin e Marcella criaram a marca de chocolate artesanal Glad com grãos de cacau originários do Equador, Madagáscar, Nicarágua e República Dominicana.

Nas vitrinas do número 162 da Rua Rodrigues Sampaio, no centro histórico do Porto, estão dispostas tabletes de chocolate artesanal, feitas a partir de grãos de cacau com origem no Equador, Madagáscar, Nicarágua e República Dominicana. Os sabores e aromas são criações das chocolateiras Katrin e Marcella Cavalcanti, que já investiram cerca de 200 mil euros desde o início da marca Glad em 2023.
Só neste novo ponto de venda, no centro da Invicta, Katrin e Marcella investiram 100 mil euros no final de 2024 e o resultado está à vista: um modelo de negócio que reúne, no mesmo espaço, o trio chocolataria, cafetaria e uma sala no piso inferior para a realização de workshops e provas das iguarias.
Enquanto nos guia pelo espaço, Marcella Cavalcanti, 32 anos, confidencia que gostaria de reposicionar a marca no mercado e abrir outras lojas Glad no país. Têm a cidade de Lisboa na mira, mas não será para já. Por enquanto, as atenções focam-se nesta nova loja, localizada numa zona turística da Invicta. Aumentar a gama de produtos de venda direta ao consumidor também faz parte da estratégia das duas empresárias.
Para percebermos melhor a história deste negócio familiar temos de recuar até 2020. Em plena pandemia da Covid-19, as irmãs suíço-brasileiras, grandes apreciadoras de chocolate, lembraram-se de criar produtos que “introduzissem o verdadeiro sabor do cacau às pessoas”, lembra Marcella enquanto aponta para as vitrinas repletas de tabletes de chocolate com a descrição dos ingredientes na frente do rótulo. Um pormenor de “transparência” que, assegura, também contribui para diferenciar a empresa no mercado.
Quando surgiu a ideia de criar a marca, sabiam que “teria de ser algo marcante e requintado q.b com uma boa dose de felicidade”. Daí a escolha do nome: Glad. Depois de algum tempo de pesquisa e umas quantas experiências de “tentativa e erro”, as irmãs encontraram a fórmula certa para criarem os primeiros chocolates veganos com “origem em plantações sustentáveis” do Equador, Madagáscar, Nicarágua e República Dominicana.
Mas só em 2023 é que as chocolateiras apresentaram a Glad ao mercado. “Demorámos três anos a construir a marca, a pesquisar equipamentos e a conseguir pôr em prática a nossa metodologia de trabalho do grão à tablete. O processo de fabrico de chocolate demora sete dias, com diferentes passos”, detalha Marcella, que trabalhava em Londres na área da informática antes de se aventurar na confeção destas guloseimas. Também a irmã Katrin Cavalcanti, 34 anos, se dedicava a outra área antes de se apaixonar pela arte do chocolate artesanal.
Com o crescimento da marca sentimos necessidade de ter uma loja própria e num local mais turístico, onde as pessoas pudessem experimentar o produto em diferentes formas, como cookies, brownies e granola.
Começaram o negócio numa fábrica na zona da Boavista, a que ainda hoje chamam “Lab”, e onde mantêm a produção das referências de chocolate e restantes produtos com receitas criadas à medida. É aqui que a “magia” acontece e as irmãs arregaçam as mangas com a ajuda de um forno para torrar o cacau, uma máquina que separa a casca ou um outro equipamento que tritura a matéria-prima, descreve Marcella ao ECO/Local Online, enquanto dá uma provar a infusão de chocolate disposta ao lado de uma taça com os crocantes de cacau.
Com o passar do tempo, as vendas aumentaram — cujo valor preferem não divulgar — e o negócio ganhou novo fôlego. “Com o crescimento da marca, sentimos necessidade de ter uma loja própria e num local mais turístico, onde as pessoas pudessem experimentar o chocolate em formas diferentes, como cookies, brownies e granola, por exemplo”, elucida Marcella. Katrin acrescenta, por sua vez, que “nesta nova morada foram lançados produtos novos” combinados com “café de especialidade, num menu variado e completo”.
A proposta incide num menu de iguarias confecionados pelas chocolateiras, como tabletes de chocolate com diferentes formas e sabores, e combinadas com uma pitada de sal marinho do Algarve ou ingredientes tão diferentes como a aveia, café e framboesas. Acrescem uns quantos “nibs” ou infusões de cacau que deliciam o paladar de miúdos e graúdos neste novo espaço.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
“Do grão à tablete”. Manas Cavalcanti adoçam negócio Glad no Porto
{{ noCommentsLabel }}