“Do grão à tablete”. Manas Cavalcanti adoçam negócio Glad no Porto

No centro do Porto, Katrin e Marcella criaram a marca de chocolate artesanal Glad com grãos de cacau originários do Equador, Madagáscar, Nicarágua e República Dominicana.

Marcella e Katrin Cavalcanti, sócias da marca de chocolate artesanal Glad15 abril, 2025

Nas vitrinas do número 162 da Rua Rodrigues Sampaio, no centro histórico do Porto, estão dispostas tabletes de chocolate artesanal, feitas a partir de grãos de cacau com origem no Equador, Madagáscar, Nicarágua e República Dominicana. Os sabores e aromas são criações das chocolateiras Katrin e Marcella Cavalcanti, que já investiram cerca de 200 mil euros desde o início da marca Glad em 2023.

Só neste novo ponto de venda, no centro da Invicta, Katrin e Marcella investiram 100 mil euros no final de 2024 e o resultado está à vista: um modelo de negócio que reúne, no mesmo espaço, o trio chocolataria, cafetaria e uma sala no piso inferior para a realização de workshops e provas das iguarias.

Enquanto nos guia pelo espaço, Marcella Cavalcanti, 32 anos, confidencia que gostaria de reposicionar a marca no mercado e abrir outras lojas Glad no país. Têm a cidade de Lisboa na mira, mas não será para já. Por enquanto, as atenções focam-se nesta nova loja, localizada numa zona turística da Invicta. Aumentar a gama de produtos de venda direta ao consumidor também faz parte da estratégia das duas empresárias.

Para percebermos melhor a história deste negócio familiar temos de recuar até 2020. Em plena pandemia da Covid-19, as irmãs suíço-brasileiras, grandes apreciadoras de chocolate, lembraram-se de criar produtos que “introduzissem o verdadeiro sabor do cacau às pessoas”, lembra Marcella enquanto aponta para as vitrinas repletas de tabletes de chocolate com a descrição dos ingredientes na frente do rótulo. Um pormenor de “transparência” que, assegura, também contribui para diferenciar a empresa no mercado.

Quando surgiu a ideia de criar a marca, sabiam que “teria de ser algo marcante e requintado q.b com uma boa dose de felicidade”. Daí a escolha do nome: Glad. Depois de algum tempo de pesquisa e umas quantas experiências de “tentativa e erro”, as irmãs encontraram a fórmula certa para criarem os primeiros chocolates veganos com “origem em plantações sustentáveis” do Equador, Madagáscar, Nicarágua e República Dominicana.

Mas só em 2023 é que as chocolateiras apresentaram a Glad ao mercado. “Demorámos três anos a construir a marca, a pesquisar equipamentos e a conseguir pôr em prática a nossa metodologia de trabalho do grão à tablete. O processo de fabrico de chocolate demora sete dias, com diferentes passos”, detalha Marcella, que trabalhava em Londres na área da informática antes de se aventurar na confeção destas guloseimas. Também a irmã Katrin Cavalcanti, 34 anos, se dedicava a outra área antes de se apaixonar pela arte do chocolate artesanal.

Com o crescimento da marca sentimos necessidade de ter uma loja própria e num local mais turístico, onde as pessoas pudessem experimentar o produto em diferentes formas, como cookies, brownies e granola.

Marcella Cavalcanti

Sócia da marca de chocolates artesanais Glad

Começaram o negócio numa fábrica na zona da Boavista, a que ainda hoje chamam “Lab”, e onde mantêm a produção das referências de chocolate e restantes produtos com receitas criadas à medida. É aqui que a “magia” acontece e as irmãs arregaçam as mangas com a ajuda de um forno para torrar o cacau, uma máquina que separa a casca ou um outro equipamento que tritura a matéria-prima, descreve Marcella ao ECO/Local Online, enquanto dá uma provar a infusão de chocolate disposta ao lado de uma taça com os crocantes de cacau.

Com o passar do tempo, as vendas aumentaram — cujo valor preferem não divulgar — e o negócio ganhou novo fôlego. “Com o crescimento da marca, sentimos necessidade de ter uma loja própria e num local mais turístico, onde as pessoas pudessem experimentar o chocolate em formas diferentes, como cookies, brownies e granola, por exemplo”, elucida Marcella. Katrin acrescenta, por sua vez, que “nesta nova morada foram lançados produtos novos” combinados com “café de especialidade, num menu variado e completo”.

A proposta incide num menu de iguarias confecionados pelas chocolateiras, como tabletes de chocolate com diferentes formas e sabores, e combinadas com uma pitada de sal marinho do Algarve ou ingredientes tão diferentes como a aveia, café e framboesas. Acrescem uns quantos “nibs” ou infusões de cacau que deliciam o paladar de miúdos e graúdos neste novo espaço.

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