“Quem vai beneficiar da bazuca europeia são as empresas privadas”

O ministro dos Negócios Estrangeiros rejeita a ideia de que a bazuca europeia vá ser canalizada apenas para o investimento público. Em entrevista ao Diário de Notícias, Augusto Santos Silva afirma que “o Estado não é dono das empresas” e que, por isso, serão abertos concursos destinados a empresas privadas que, por sua vez, irão satisfazer as necessidades do Estado.

“Essa divisão entre o privado e o público é um pouco obsoleta”, diz o ministro, referindo que não se deve olhar para os programas do plano “como se (…) não beneficiassem as empresas privadas, porque é o contrário que acontece”. Augusto Santos Silva enumera mesmo alguns investimentos feitos pelo Estado, a habitação ou as linhas de metro, que “criarão riqueza e oportunidades para as empresas”.

E deu ainda o exemplo do programa de digitalização do ensino do português no estrangeiro, para o qual será aberto um “concurso a que se candidatarão empresas privadas que se encarregarão de, com os seus bens e os seus serviços, satisfazerem essa necessidade do Ministério dos Negócios Estrangeiros”. “Quem vai beneficiar são as empresas privadas”, garantiu Santos Silva.