Partido de Merkel avisa que “bazuca” não pode dar azo a uma “união de dívidas”

A coligação CDU/CSU da Alemanha lembra que "o empréstimo europeu é temporário e único" e, em momento algum, deverá ser feita novamente uma mutualização de dívida.

O partido de Angela Merkel – atual chanceler alemã – CDU (União Democrata Cristã) e o seu partido irmão da Baviera, CSU (União Social Cristã) divulgaram esta segunda-feira o manifesto eleitoral, a cerca de três meses das eleições da Alemanha. No documento oficial, o partido que se encontra atualmente no poder rejeita qualquer mutualização de dívida futura, além da existente para a formação da “bazuca”.

Na ótica da CDU, a “União Europeia reagiu de forma apropriada e solidária à crise de coronavírus com o instrumento “Next Generation EU” [em português, “Próxima Geração UE” ou a comummente chamada “bazuca europeia”], em conjunto com o Quadro Financeiro Plurianual 2021 a 2027″ e têm estado “empenhados” a ajudar os países do sul da Europa (onde se inclui Portugal) que foram particularmente afetados pela pandemia. De recordar que Espanha e Itália foram severamente afetados pela Covid-19 e que dependem em parte do turismo para o crescimento das suas economias – tal como Portugal e Grécia (ainda que não tenham sido afetados com a mesma intensidade a nível sanitário).

Ainda assim, a união entre os dois partidos lembra que “o empréstimo europeu é temporário e único”. “Não é – e nunca deve ser – um ponto de entrada para uma união de dívidas”, sublinha.

Assim, no manifesto do partido está claro que a responsabilidade da dívida deve ser de cada país. “Os Tratados têm uma linguagem clara: cada Estado-membro é responsável pelas suas próprias dívidas. Continuamos a rejeitar a ideia de mutualizar as dívidas ou riscos dos Estados-membros. Isto porque queremos uma verdadeira união de estabilidade e não uma dívida e união de responsabilidade”, lê-se no documento.

A nível europeu o partido de Merkel apela ainda a uma “melhor coordenação da política económica europeia” e ao reforço do euro. Uma das medidas que considera fundamentais é a “independência do Banco Central Europeu (BCE)” pois “a política monetária e orçamental deve permanecer separada”.

No que diz respeito ao reforço monetário, o coligação CDU/CSU defende ainda que deveria haver um “euro digital” como forma de complemento da moeda física, mas que não comprometa a estabilidade dos preços.

A nível de política internacional, a União quer que haja estreita cooperação com a China, terminar com o conflito na Ucrânia e impedir que a Turquia adira ao bloco europeu.

As eleições na Alemanha estão marcadas para 26 de setembro deste ano. Angela Merkel é chanceler alemã desde 2005. Este ano é o primeiro desde as eleições de 2005 em que a CDU não é representada por Merkel, que deixou a liderança do partido em 2018. O seu sucessor é Armin Laschet.

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