Linha Rubi obriga a compra de 22 novos comboios para Metro do Porto

Nova linha entre Casa da Música e Santo Ovídio começará a ser construída ainda este ano e terá de ficar pronta até ao final de 2026. Haverá comboios a cada três minutos em hora de ponta.

A Linha Rubi vai obrigar a Metro do Porto a comprar 22 novos comboios. O concurso público vai ser lançado ainda neste ano e permitirá que a nova linha, entre Casa da Música e Santo Ovídio, tenha circulações a cada três minutos. As obras para a Linha H deverão começar ainda em novembro e têm de terminar até ao final de 2026.

Até ao final deste ano vamos lançar mais um procedimento concursal para a aquisição de 22 novas unidades, com a opção de mais 10 unidades para fazer face às necessidades da nova linha”, referiu nesta quarta-feira o presidente da Metro do Porto. Tiago Braga falava à margem do lançamento do concurso para as obras da nova Linha Rubi, que decorreu na Alfândega do Porto.

Embora ainda não esteja definido o preço-base para os 22 novos comboios, a Metro do Porto prevê que cada unidade custe o mesmo que os comboios da CRRC, que começaram a chegar a Portugal no final de 2022. Em dezembro de 2018, o preço base do concurso para os 18 novos comboios foi de 56,1 milhões de euros, ou seja, 3,12 milhões de euros cada. Mantendo-se o valor por comboio, no concurso poderão ser investidos 68,64 milhões de euros para as unidades da Linha Rubi, estima o ECO.

Esta quarta-feira foi lançado o concurso público para a construção da Linha Rubi, no valor de 379 milhões de euros. Os candidatos terão de submeter as propostas até 17 de julho e as obras deverão começar no final deste ano. “A nossa intenção é começar em novembro”, sinalizou Tiago Braga.

Em Gaia, as estações previstas para a Linha Rubi são Santo Ovídio, Soares dos Reis, Devesas, Rotunda, Candal e Arrábida, e no Porto Campo Alegre e Casa da Música, estando prevista a construção de uma nova ponte sobre o rio Douro. As obras têm de terminar até ao final de 2026, para beneficiarem das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Maquete da ponte sobre o rio Douro que fará parte da Linha Rubi (H) do Metro do Porto durante a sessão de lançamento do concurso público internacional para a construção da Linha Rubi (H) do Metro do Porto, 10 de maio de 2023.JOSÉ COELHO/LUSA

Tendo em conta o “calendário bastante exigente”, esperam-se que as obras decorram em simultâneo em vários pontos das cidades de Gaia e do Porto, além da nova travessia sobre o rio Douro.

Quando a Linha Rubi entrar em funcionamento, em 2027, haverá um comboio a cada três minutos em cada sentido na hora de ponto. No entanto, a frequência pode ser ainda mais acelerada, com uma circulação “a cada dois minutos ou dois minutos e meio, ao nível das melhores práticas do metro”. Para isto irá contribuir o facto de todas as passagens de nível na nova linha serem subterrâneas, ao contrário do que acontece em boa parte da rede do Metro do Porto.

Somadas as obras com os os custos com a fase de projeto, expropriações, equipamento e assistência técnica, a linha que vai ligar a Casa da Música a Santo Ovídio vai custar mais 45,5% do que estava inicialmente previsto, dos 299 para 435 milhões de euros. O agravamento do orçamento para esta construção deve-se ao “expressivo aumento dos custos de mão-de-obra, das matérias-primas, dos materiais de construção e do custo dos combustíveis e da energia”.

Também contribuiu para a subida dos custos o “cumprimento das medidas impostas pela avaliação de impacte ambiental, a evolução dos estudos em resposta às condicionantes locais e às solicitações das autarquias, a evolução do projeto da nova ponte sobre o rio Douro e a verificação da necessidade de expropriações não previstas”, segundo informação divulgada na terça-feira.

Com o aumento do orçamento, o PRR deixa de suportar todas as despesas com a construção da Linha Rubi. Agora, o PRR tem 365 milhões de euros para esta despesa. O Fundo Ambiental entra em cena com 40 milhões de euros, divididos pelos anos de 2024, 2025 e 2026. O Orçamento do Estado pode entrar com até 96 milhões de euros, que podem ser reduzidos se houve ainda mais financiamento do PRR e ainda envolver receitas relativas à operação do BRT.

A nova linha pretende retirar 5,2 milhões de carros das estradas por ano e captar, só no primeiro ano, 12 milhões de utentes.

Veículos da CRRC só depois do São João

Sobre os veículos fornecidos pelos chineses da CRRC, a primeira das 18 unidades ainda está na fase de ensaios na linha para que possa ser homologado pelas autoridades portuguesas. Tiago Braga prevê que o primeiro comboio da série CT comece a circular na primeira quinzena de julho.

A tempo do regresso às aulas, em setembro, deverão estar nos carris mais quatro comboios da CRRC. As restantes 13 unidades entrarão ao serviço entre o final de 2023 e o início de 2024, a tempo da expansão da Linha Amarela até Vila d’Este, a partir de abril de 2024.

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