Ex-futebolista de Guimarães “chuta” na indústria têxtil para fintar lesões e pandemia

Lesões e pandemia ditaram o fim do "sonho" de Miguel Soares no futebol. Habituado aos rolos de tecido da pequena fábrica de confeções do avô em Guimarães, viu na moda uma oportunidade de negócio.

Miguel Soares, 23 anos, sempre sonhou ser futebolista e chegou a fazer parte dos plantéis de formação do Moreirense, do Vizela e do Vitória de Guimarães. No entanto, as lesões irreversíveis e a pandemia da Covid-19 ditaram o fim da carreira no futebol. Consciente que o futebol não seria o caminho a seguir, chegou a entrar num curso de comércio interacional no Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP), mas três semanas depois decidiu congelar a matrícula para se dedicar ao setor têxtil.

Viu na indústria têxtil uma oportunidade de negócio, já que cresceu “entre os rolos de tecido” da pequena fábrica de confeções do avô em Guimarães. “Já tinha um conhecimento na área e sempre estive ligado à moda, de alguma forma”, conta Miguel Soares ao ECO/Local Online. Em 2020 criou a BYMS que, desde o lançamento, contabiliza já ter vendido mais de 1.200 peças, desde t-shirts e camisas, a calções e boxers, entre outros produtos.

O jovem empreendedor é responsável pelo design das peças, produção, controlo de qualidade e envio. A produção é subcontratada em pequenas confeções de Guimarães. Os produtos são unissexo e estão à venda na loja online e numa loja multimarca na Bélgica. Os produtos da BYMS já chegaram à Suíça e França.

Na lista de clientes diz ter o músico Fernando Daniel ou o futebolista João Neves, do Benfica. “Fiquei muito surpreendido e quando vi a encomenda do João Neves e pensei que não era possível. Tirei um print e enviei-lhe uma mensagem através do Instagram e tive a sorte de ele responder a dizer que tinha sido mesmo ele. Fiquei muito feliz e fiz questão de entregar-lhe as peças pessoalmente”, relata.

A mais recente criação é o fato desportivo “Milenário”, inspirado na tradição do futebol português e num café com mais de 70 anos. “Foi o primeiro café em Guimarães e foi neste espaço que nasceu a ideia de fundar o Vitória Sport Clube”, explica o fundador da BYMS, que por estes dias joga no Grupo Desportivo União Torcatense “para manter viva a paixão, fazer exercício e distrair-se um pouco”.

Num futuro próximo, Miguel Soares quer levar a marca além-fronteiras e apostar na internacionalização, “principalmente em países onde a cultura do futebol esteja enraizada, como Espanha, Itália ou Inglaterra”. Os “valores que a marca defende são os mesmos que procurava no futebol: a união e a camaradagem”, acrescenta.

Outro plano passa por criar eventos que estejam ligados ao futebol, como torneios para “perceber melhor a comunidade” e obter feedback sobre o posicionamento da marca e qual o caminho a seguir. “Não queremos ser mais uma marca. Pretendemos criar uma ligação com o consumidor e criar uma comunidade internacional que goste de futebol”, afirma Miguel Soares.

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