Empresas portuguesas vão contratar menos trabalhadores no arranque de 2024

Criação de emprego líquida vai manter-se positiva no primeiro trimestre de 2024, mas abrandará face ao final deste ano. É na Grande Lisboa que as organizações mais pretendem recrutar, revela Manpower.

Num cenário de abrandamento económico, crise política e instabilidade internacional, as empresas portuguesas estão a contar abrandar o ritmo das contratações de trabalhadores no primeiro trimestre de 2024. A previsão consta de um estudo divulgado esta terça-feira pela Manpower, que indica é nos setores das tecnologias de informação, serviços de comunicação e transportes, logística e automóvel que as perspetivas são mais otimistas.

“As preocupações das organizações relativamente à incerteza económica, a par do impacto das tensões geopolíticas – nomeadamente os conflitos entre Israel e o Hamas e a Ucrânia e a Rússia –, parecem refletir-se nas intenções de contratação dos empregadores, que revelam um abrandamento na procura de profissionais para o primeiro trimestre de 2024, a nível nacional e internacional”, sublinha a empresa de recursos humanos, numa nota enviada esta manhã às redações.

Em concreto, 42% das empresas indicam querer aumentar as suas equipas no arranque do próximo ano, o que compara com 14% das empresas que estão a contar reduzir o número de trabalhadores e com 41% das empresas que preveem manter as equipas em níveis estáveis.

Perante estes dados, a Manpower calcula que a criação líquida de emprego deverá ser de +28%, entre janeiro e março de 2024, valor que “traduz uma descida de sete pontos percentuais face ao trimestre anterior“. Ainda assim, face ao período homólogo de 2023, significa um aumento de 16 pontos percentuais.

“Estes valores posicionam Portugal dois pontos percentuais acima da média global e cinco pontos percentuais acima da região EMEA (Europa, Médio Oriente e África). Portugal é, no entanto, o 5º país a apresentar a maior redução trimestral a nível global e o 2º a nível da região EMEA, a par da África do Sul, e abaixo da Irlanda, que cai 10 pontos percentuais”, realça a Manpower.

O estudo divulgado esta manhã dá conta, por outro lado, que é na Grande Lisboa que a projeção de criação de emprego é mais forte, seguida do Grande Porto e da Região Norte, que revelam um abrandamento moderado.

Além disso, a Manpower avança que são as médias e grandes empresas até 5.000 trabalhadores as que mais esperam contratar nos primeiros três meses de 2024.

Para o próximo ano, o Governo estima que o desemprego deverá estabilizar, mas vários economistas já vieram assinalar que poderá haver aumentos no número de pessoas sem emprego, face à crise política, mas também ao abrandamento da atividade económica e ao impacto que as guerras poderá ter nas exportações.

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