Universidade Católica Portuguesa integra projeto europeu para combater desperdício alimentar

Projeto de investigação “Microorc", que integra 18 parceiros de nove países europeus, visa melhorar a sustentabilidade no processamento alimentar, aumentar o prazo de validade e reduzir o desperdício.

O Centro de Biotecnologia e Química Fina da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa integra o projeto europeu de investigação “Orchestrating Food System Microbiomes to Minimize Food Waste”, que procura contribuir para reduzir a degradação dos alimentos e o desperdício alimentar. O projeto, que teve início em novembro deste ano e termina em outubro de 2027, integra 18 parceiros, públicos e privados, de nove países europeus.

“O Centro de Biotecnologia e Química Fina participará ativamente em todas as tarefas do projeto, mas o maior input será no estudo de culturas microbianas para substituir conservantes químicos sintéticos e no desenvolvimento de novas soluções de embalagem, grupo de trabalho que será coordenado por nós,” explica Paula Teixeira, investigadora principal do projeto em Portugal e membro do Centro de Biotecnologia e Química Fina, citada em comunicado.

Ao longo do projeto, os investigadores vão basear-se em cinco abordagens para melhorar a sustentabilidade no processamento alimentar, aumentar o prazo de validade dos alimentos e reduzir o desperdício alimentar com base na monitorização e “orquestração” de microbiomas de alimentos e de ambientes de processamento alimentar.

A Universidade Católica Portuguesa detalha que o “projeto procurará desenvolver modelos de análise preditiva que incorporam informações do microbioma para prever o tempo de vida útil; indicadores de tempo-temperatura (TTIs), sensores e rótulos inteligentes para rotulagem dinâmica do prazo de validade”. Assim como “métodos de deteção rápida de indicadores de degradação microbiana dos alimentos, sistemas de utilização de culturas microbianas para substituir conservantes químicos sintéticos e aumentar o tempo de vida útil”. Além da segurança de alimentos e novas soluções de embalagem para prevenir ou reduzir a deterioração de alimentos, permitindo o aumento dos prazos de validade. O desenvolvimento de embalagem será coordenado pelo Laboratório de Embalagem do CINATE e visa a aplicação de materiais com barreira a gases “tailor-made” e embalagens com revestimentos ativos antimicrobianos.

Numa altura em que “20% dos alimentos produzidos na União Europeia para consumo humano são atualmente perdidos ou desperdiçados”, o projeto europeu “Microorc – Orchestrating Food System Microbiomes to Minimize Food Waste” procura contribuir para reduzir a degradação dos alimentos e consequentemente o desperdício alimentar. Para o efeito, “serão desenvolvidas soluções sustentáveis baseadas na monitorização, utilização e modulação dos microbiomas nos alimentos e ao longo da cadeia de transformação alimentar,” refere a investigadora principal do projeto em Portugal e membro do Centro de Biotecnologia e Química Fina.

Financiado pela Comissão Europeia através do Programa HORIZON, o projeto Microorc inclui ainda a participação de empresas globais e Pequenas e Médias Empresas (PME) de tecnologia, como a Vizelpas – Comércio de Artigos Plásticos Limitada (Portugal), Christian Hansen (Dinamarca) e bioMérieuxSA (França). Além de produtores e associações do setor alimentar, como a Lusiaves-Indústria e Comércio Agro-alimentar, Primor Charcutaria Prima (ambas de Portugal) assim como instituições de investigação, como é o caso da Nofima (Noruega) e da Universidade Católica Portuguesa. Integra ainda um parceiro com conhecimento especializado em disseminação, inovação e atividades de exploração: a CiaoTech S.r.l (Itália).

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