Exclusivo Das lamas aos pinguins, maior zoo do Norte gasta meio milhão para renovar habitats
Parque de Vila Nova de Gaia alberga mais de 700 animais de 200 espécie e pertence ao grupo francês Thoiry, que comprou o negócio à família Aveleda. Em 2023 recebeu uma média de 700 visitantes por dia.
O Zoo Santo Inácio, localizado em Vila Nova de Gaia, vai avançar com obras no valor de meio milhão de euros que contemplam a renovação dos habitats dos tapires, capivaras, lamas e maras. Uma das maiores novidades será a criação de um habitat direcionado aos pinguins de huhboldt. Com 50 funcionários, o maior zoo do Norte tem 15 hectares e acolhe mais 700 animais de 200 espécies diferentes.
“Vamos dar início à reformulação do zoo, recriando habitats e criar outros que permitam a coabitação de novas e várias espécies. Esperamos ainda receber novos habitantes para completar as famílias já existentes. Estamos a trabalhar num plano de ampliação do zoo, tal como de melhoria de espaço já existentes e criação de novos serviços complementares à visita”, avança Teresa Guedes, diretora do Zoo Santo Inácio, em declarações ao ECO/Local Online.
O Zoo Santo Inácio teve o “melhor ano de sempre” em 2023 com um total de 245 mil visitantes. Um aumento de 33 mil face ao ano anterior, equivalente a um crescimento de 14%. Em média, recebeu 700 visitantes por dia, maioritariamente provenientes das regiões do Porto, Braga, Viana do Castelo, mas também do Centro do país, de cidades como Viseu e Aveiro. Entre os visitantes internacionais destacam-se os espanhóis, que representam mais de 7% das entradas, e os franceses, cerca de 3% das visitas.
Hipopótamos pigmeus, chitas, leões asiáticos, girafas, tigres, hienas, rinocerontes e suricatas são apenas alguns dos animais no maior zoo do Norte de Portugal. No total, tem 700 habitantes de 200 espécies diferentes, sendo que já nasceram mais de 275 crias integradas nos programas de Preservação EEP (Programa Europeu de Espécies Ameaçadas de Extinção), pertencentes à EAZA (Associação Europeia de Zoos e Aquários).
Uma das iniciativas que está a atrair visitantes ao zoo é a exposição das Luzes Selvagens. Teresa Guedes explica que, ao anoitecer, os visitantes podem desfrutar de uma “experiência imersiva, interativa e mágica, deslumbrando figuras iluminadas de animais e da natureza espalhadas ao longo de um percurso com cerca de um quilómetro”. A exposição termina dia 25 de fevereiro.
O projeto Inácio surgiu da paixão pela Natureza da família Guedes, detentora dos vinhos da Aveleda. Fundado em 2000, mas idealizado a partir de 1996, o projeto foi desenhado por Roberto Guedes depois de visitar alguns zoos nacionais e internacionais. Os outros cincos irmãos aprovaram a ideia e nasceu o maior zoo do Norte.
Teresa Guedes, filha de Roberto, conta que “a ambição era grande e moderna: criar um zoo diferente, rodeado de jardins e bosques, onde os animais pudessem coabitar em áreas grandes, exibindo todos os seus comportamentos genuínos e naturais, como descansar, comer, nadar, saltar ou correr”.
A ambição era grande e moderna: criar um zoo diferente, rodeado de jardins e bosques, onde os animais pudessem coabitar em áreas grandes, exibindo todos os seus comportamentos genuínos e naturais, como descansar, comer, nadar, saltar ou correr.
No entanto, em 2014 o zoo passou para as mãos do grupo francês Thoiry. Teresa Guedes conta que esta aquisição começou com um encontro na Loja da Aveleda, enquanto o casal de La Panouse adquiria vinhos. No decorrer da conversa foi mencionado que a Aveleda tinha um Zoo e, curiosamente, o casal era proprietário de dois zoos em França, um em Thoiry (região de Versailles) e outro em Peaugres (região de Lyon).
“A paixão com que a família de La Panouse se dedicou a estes dois Zoos foi percebida pela família Guedes, com a certeza de que os valores de conservação, de educação e de valorização dos recursos humanos eram os mesmos, transmitido a confiança para esta passagem”, acrescenta.
A diretora do Zoo Santo Inácio destaca que a missão passa por manter vivo o sonho que nasceu em 1996, receber mais espécies de animais e aumentar o apoio a associações de conservação de espécies in-situ.
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