Economia britânica entrou em recessão no final de 2023

Queda do PIB no último trimestre foi a maior desde o primeiro trimestre de 2021. Indústria, construção e vendas grossistas foram os setores que mais contribuíram para a contração no Reino Unido.

A economia britânica entrou em recessão no segundo semestre de 2023, um contexto difícil para o primeiro-ministro Rishi Sunak, que prometeu impulsionar o crescimento antes das eleições previstas para 2024.

O Gabinete de Estatísticas Nacionais (ONS) revelou que o Produto Interno Bruto (PIB) contraiu 0,3% no quarto trimestre de 2023. Um desempenho pior do que o esperado, depois de já ter também contraído 0,1% nos três meses anteriores.

Uma poll da Reuters com economistas apontava para uma queda menor, de 0,1%, entre outubro e dezembro do ano passado.

A queda do PIB no quarto trimestre foi a maior desde o primeiro trimestre de 2021, refere o ONS. A indústria, a construção e as vendas grossistas foram os setores que mais contribuíram para esta contração.

A economia britânica está estagnada há quase dois anos. O Banco da Inglaterra (BoE) disse que espera uma ligeira recuperação em 2024.

É provável que essa recessão seja relativamente superficial e de curta duração”, diz Michael Brown, analista de mercados na Pepperstone. “Especialmente com os inquéritos mais recentes do PMI a mostrarem que a atividade económica começou a recuperar no início de 2024”, justifica num comentário enviado ao ECO.

O ministro das Finanças, Jeremy Hunt, disse que há “sinais de que a economia britânica está a virar uma esquina” e que é necessário “seguir o plano – cortar impostos sobre o trabalho e as empresas para construir uma economia mais forte”. A imprensa britânica tem revelado que Hunt está a tentar cortar milhões de libras em gastos públicos para financiar os cortes de impostos pré-eleitorais. O Orçamento britânico deverá ser apresentado a 6 de março.

As empresas já não tinham ilusões sobre as dificuldades que enfrentam e esta notícia, sem dúvida, fará soar o alarme no Governo”, diz, por seu turno, Alex Veitch, um responsável da Câmara de Comércio Britânica, citado pela Reuters. “O ministro das Finanças deverá usar o seu orçamento, dentro de pouco menos de três semanas, para estabelecer um caminho claro para o crescimento das empresas e da economia”, acrescenta.

A libra esterlina enfraqueceu moderadamente em relação ao dólar e ao euro logo após a divulgação dos dados do PIB.

“De um modo mais geral, os dados pouco farão para alterar a narrativa mais ampla e de longa duração de que o crescimento económico do Reino Unido permanece incrivelmente lento, nem contribuirá muito para alterar a perspetiva política do BoE, daí a falta de qualquer reação significativa nos mercados”, sublinha Michael Brown. Frisa, porém, que os dados vão alimentar “manchetes que os políticos terão de enfrentar, à medida que as eleições se aproximam ainda este ano”.

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