Concessionário do novo teleférico promete “benefício económico” de 400 milhões na Madeira

Apesar do mega projeto no Curral das Freiras estar atualmente suspenso pelo Governo Regional, a empresa confia que este investimento "totalmente privado" de 47 milhões de euros irá abrir em 2026.

Vai nascer no Curral das Freiras, no concelho de Câmara de Lobos (Madeira) um teleférico que terá o segundo maior vão suspenso do mundo, com um percurso de 3.070 metros e um desnível de 230 metros. O mega projeto, que resulta de um investimento de 47 milhões de euros, inclui ainda um Centro de Interpretação da Natureza e um Parque Aventura com um slide de 2.300 metros, o maior da Europa e o segundo maior do mundo. Apesar de estar atualmente suspenso pelo Governo Regional, o concessionário confia ao ECO/Local Online que a abertura ao público deverá acontecer mesmo em 2026.

“Este projeto inédito e pioneiro é estruturante para o turismo da Madeira e, em particular, para o desenvolvimento do Curral das Freiras, devido ao impacto direto na criação de emprego e no comércio local”, afirma Nuno Freiras, CEO do Madeira SkyPark Adventure, notando que o investimento é “totalmente privado” e ascende a 47 milhões de euros, dos quais 8,5 milhões já foram executados. “Tendo em conta o pagamento das rendas da concessão, assim como a receita fiscal prevista durante a duração da mesma, a região da Madeira terá benefícios económicos superiores a 400 milhões de euros”, garante o gestor.

Tendo em conta o pagamento das rendas da concessão, assim como a receita fiscal prevista durante a duração da mesma, a região da Madeira terá benefícios económicos superiores a 400 milhões de euros.

Nuno Freiras

CEO do Madeira SkyPark Adventure

Em comunicado enviado às redações esta segunda-feira, a Madeira SkyPark Adventure adianta ainda que o projeto vai criar cerca de 40 postos de trabalho diretos numa localidade que tem, atualmente, cerca de 1.500 habitantes.

O projeto envolve dois teleféricos, ambos com duas cabinas em sistema de vai-vem. Um deles vai ligar o centro do Curral das Freiras ao Miradouros do Paredão – com cabinas para 15 pessoas, num percurso de 1.012 metros de comprimento e um desnível de 789 metros; e um segundo teleférico, com cabinas para 50 pessoas, que ligará o Miradouro do Paredão à Boca da Corrida, numa distância de 3.070 metros e com um desnível de 230 metros.

Este será, a nível mundial, o teleférico com o segundo maior vão suspenso, apenas superado pelo exemplar instalado em Zugspitz na Alemanha, construído pela Doppelmayr, que é também a empresa responsável pela execução do projeto dos teleféricos do Curral das Freiras.

Na Boca da Corrida ficará instalado o Centro de Interpretação da Natureza, que será implementado em parceria com a Secretaria regional da Agricultura e Ambiente, e um Parque Aventura para atividades radicais, que será complementado com um zip line (slide) num percurso de 2.300 metros até ao Curral das Freiras, que será o mais longo da Europa e o segundo mais longo do mundo, apenas superado pelo existente nos Emirados Árabes Unidos.

Projeto polémico, da política às redes sociais

Este negócio do teleférico no Curral das Freiras surge nas suspeitas do Ministério Público no processo que tem como arguido Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira. No sábado, o diretor executivo da empresa mostrou-se convicto de que o projeto vai avançar, apesar de ter sido suspenso pelo Governo Regional, que está em gestão depois da queda do Executivo. Há eleições antecipadas agendadas para maio.

“Acredito que as entidades oficiais estão a fazer o que têm de fazer para retomar a normalidade do decorrer do projeto. Não temos razão nenhuma para duvidar de que o projeto irá retomar a sua normalidade e, portanto, continuamos a fazer a nossa parte de acordo com o que foi contratualizado”, indicou Nuno Freitas, em declarações aos jornalistas.

Citado igualmente pela Lusa, António João Costa, porta-voz de um grupo que tem contestado o projeto nas redes sociais, acompanha com “alguma preocupação e constrangimento” esta construção. No seu entender, a missão do Instituto de Florestas e Conservação da Natureza da Madeira, promotor do sistema de teleféricos, “não será de promover este tipo de investimentos, turísticos na sua larga essência, ainda que tenha sido apresentado um centro de interpretação da natureza”.

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