Pedro Nuno Santos escreve a Montenegro com condições para aprovar orçamento retificativo

Pedro Nuno Santos escreveu uma carta a Luís Montenegro na qual diz estar disponível para trabalhar com o PSD, nomeadamente para valorizar carreiras e salários da Função Pública.

Pedro Nuno Santos escreveu uma carta a Luís Montenegro onde elenca as condições para aprovar um orçamento retificativo. Na carta, a que o ECO teve acesso, o líder do PS diz estar disposto a “trabalhar em conjunto com o Governo com o objetivo de construir um acordo que permita encontrar soluções, se necessário em sede de orçamento retificativo, para um conjunto de matérias sobre as quais existe um amplo consenso político”. Um acordo que o líder socialista acredita ser possível alcançar num prazo de 60 dias.

O secretário-geral do PS pede entendimentos ao nível da valorização das carreiras e dos salários da Função Pública, “em especial dos profissionais de saúde (de todos, e não apenas dos médicos), das forças de segurança, dos oficiais de Justiça e dos professores”.

Relativamente aos professores, Pedro Nuno Santos especifica que o PS está disponível para apoiar a recuperação da totalidade do tempo de serviço dos educadores de infância, mas também dos professores do ensino básico e secundário.

Mas a abertura do PS vai mais longe. Na missiva, o secretário-geral especifica que está disponível também para “uma revisão da carreira docente que permita reduzir o hiato entre os índices remuneratórios do início e do fim da carreira”. O objetivo é torna-la “mais atrativa”, quando começa a escassear o número de professores, à medida que os docentes em funções vão partindo para a reforma.

“O interesse do PS em trabalhar em conjunto com o Governo” pressupõe, contudo, uma “negociação prévia com as organizações representativas dos trabalhadores”, detalha Pedro Nuno Santos.

Negociações essas que terão de ser céleres, de modo a poder “construir esse acordo num prazo de 60 dias”. A justificação de Pedro Nuno Santos é querer “resolver a situação” dos funcionários públicos “ainda antes do fim do período de funcionamento da Assembleia da República em julho”.

Pedro Nuno Santos toma, assim, a iniciativa de procurar um acordo com o Governo, depois de Luís Montenegro ter imputado ao PS a responsabilidade de deixar o Governo trabalhar, reiterando a sua posição face ao Chega de que “não é não”. Um recado que Pedro Nuno Santos não ouviu, porque não esteve presente na cerimónia de tomada de posse.

Segundo a próxima líder da banca parlamentar do PS, a iniciativa de governar cabe à coligação que venceu nas eleições e não ao PS. “O PS deve ser fiel ao seu programa e não ser o principal responsabilizado da governabilidade. Quem tem de assegurar a governabilidade é o Governo e quem foi indigitado”, disse Alexandra Leitão no seu comentário semanal no programa da CNN “Princípio da Incerteza”. A coordenadora do programa eleitoral do partido nas últimas eleições legislativas admitiu que não percebe qual a estratégia de Luís Montenegro que tão depressa apela ao diálogo como usa “expressões bastante infelizes como ‘deixem-nos trabalhar’ e ‘forças de bloqueio'”.

Leia aqui a missiva de Pedro Nuno Santos a Luís Montenegro.

(Notícia atualizada pela última vez às 14h03)

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