Metalomecânica Inovocorte alarga e “pinta” fábrica em Paredes

Nos últimos dois anos, empresa de componentes metalomecânicos liderada por José Machado calcula ter investido 15,2 milhões de euros em tecnologia de ponta e na construção da nova unidade industrial.

A Inovocorte, empresa portuguesa de componentes metalomecânicos que pertence ao Synere Group, tem em marcha um plano de investimento de 19 milhões de euros divididos em três fases. O negócio liderado por José Machado está a executar a última fase do investimento no valor de 6,4 milhões de euros, que servirá para aumentar as instalações, criar uma nova linha de pintura robotizada e investir em recursos tecnológicos e qualificação dos recursos humanos. Com sede em Paredes (distrito do Porto), emprega 125 pessoas, fatura cerca de 10 milhões de euros e prevê exportar 75% da produção até 2030.

“Já temos a primeira e a segunda fase do investimento concluída, e a terceira está em curso. Desde 2022 já foram investidos 15,2 milhões de euros e o restante ocorrerá até final de 2025. Estamos a aumentar a capacidade produtiva e a transformar a tipologia de negócio”, detalha ao ECO/Local Online o diretor geral do Synere Group, Pedro Costa.

Já temos a primeira e a segunda fase do investimento concluída, e a terceira em curso. Desde 2022 já foram investidos 15,2 milhões de euros e o restante ocorrerá até final de 2025.

Pedro Costa

Diretor geral do Synere Group

A primeira fase do investimento, no valor de 9 milhões de euros, foi fechada em 2022 e direcionada à automação e aumento da capacidade em operações primárias. Deste montante, 6,5 milhões foram alocados à construção de uma nova unidade industrial da Inovocorte e 2,5 milhões de euros foram investidos em automação Industrial, mais concretamente num centro laser tubo 3D e num centro laser chapa.

No final do ano passado, a empresa pertencente a José Machado executou um investimento de 3,6 milhões de euros que serviu para aumentar a capacidade produtiva, nomeadamente no desenvolvimento de peças mecanosoldadadas de alta precisão. Pedro Costa detalha ao ECO/Local Online que 60% do investimento nesta fase foi direcionado a processos de robotização em soldadura e acabamentos (cerca de 2,2 milhões) e 40% para o aumento de capacidade do centro de maquinação (CNC), no valor aproximado de 1,4 milhões.

A terceira e última fase do investimento (6,4 milhões de euros) está em curso e servirá para aumentar as instalações, criar uma nova linha de pintura robotizada e investir em recursos tecnológicos e qualificação de capital humano. O diretor geral do Synere Group adianta que “dos 6,4 milhões de investimento previstos nesta fase, 3,8 milhões estão em fase concretização”. Esta última fase estará concluída no final de 2025.

“O que nos propomos fazer é uma linha de montagem totalmente automatizada desde a soldadura à pintura. Entra uma peça em bruto e sai no final da linha uma peça lacada, seca e pronta a entregar ao cliente sem intervenção humana”, detalha Pedro Costa. A Inovocorte trabalha apenas em regime de subcontratação, em marca própria. “Em conjunto com o cliente, desenvolvemos o produto dele e industrializamo-lo, desde a transformação da chapa até à assemblagem mecânica e elétrica”, explica o gestor.

Pedro Costa, diretor-geral do Synere Group

Foi há menos de dois anos que a Inovocorte apostou na internacionalização e está atualmente presente em sete países europeus: Espanha, França, Alemanha, Suíça, Dinamarca, Suécia e Finlândia. O diretor geral assegura que o objetivo é chegar a 2030 a exportar 75% da produção, contra os atuais 12%.

Estamos muito focados no mercado interno, mas o plano passa por estarmos mais concentrados no mercado externo com uma base europeia, não desalavancando o mercado interno”, enfatiza Pedro Costa. No final da década, acrescenta, o grupo espera alcançar um volume de negócios entre 40 a 50 milhões de euros.

José Machado, chairman do Synere GroupInovocorte

A génese da empresa remonta a 1974 com a designação de Serralharia Abreu Machado (SAM). Foi fundada por Salvador Abreu Machado, avô do atual acionista do grupo, após um regresso forçado de Angola, onde tinha um cargo de relevo na Serralharia Artística do Exército português. A empresa arrancou com a produção de componentes metálicos para a indústria do mobiliário, no cluster de Paços de Ferreira e Paredes, onde atuou durante várias décadas.

Em 2010, José Machado funda a Inovocorte, empresa que em 2017 integra a SAM com um processo de aquisição na família, tornando-se José Machado o acionista único. Assume então a designação de Synere Group, criando as participadas Inovocorte e Muvv Forward, que desenvolve sistemas de bastidores e corrediças direcionadas à indústria de mobiliário doméstico. O grupo emprega 150 pessoas e fatura 11 milhões de euros.

 

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