Viana transforma antigo matadouro no primeiro edifício do país alimentado a hidrogénio
O antigo matadouro será o primeiro edifício em Portugal totalmente alimentado a hidrogénio. Deverá estar concluído em dezembro de 2026. Projeto tem um custo superior a seis milhões de euros.
Num investimento superior a seis milhões de euros, a câmara de Viana do Castelo vai transformar o antigo matadouro municipal num edifício “inteligente” com um “centro de inovação internacional” que, garante o município, será o primeiro em Portugal totalmente alimentado a hidrogénio. Deverá estar concluído em dezembro de 2026.
No antigo matadouro municipal vai nascer, assim, o Viana STARTS, um laboratório criativo e comunitário, baseado no “espírito da Ciência + Tecnologia + Arte, para que este seja um futuro espaço de criação”, avança a autarquia. Será ponto de encontro de cientistas, artistas, designers nacionais e internacionais para trocarem sinergias e “coproduzirem soluções inovadoras, conteúdos criativos de teor científico e artístico, em harmonia com a natureza e os oceanos nos termos da sustentabilidade ambiental”, detalha o município.
Por isso mesmo, no âmbito do projeto de reabilitação e reconversão do antigo matadouro municipal no edifício do Viana STARTS, dedicado à tecnologia e artes, a autarquia vai recorrer a uma panóplia de soluções inovadoras de eficiência energética e hídrica, baixo teor de carbono e economia circular.
Aprovado no âmbito do programa Iniciativas Urbanas Europeias, este projeto tem um custo superior a seis milhões de euros e é cofinanciado em quase cinco milhões de euros pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).
Durante a apresentação do projeto, esta quarta-feira, o presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, Luís Nobre, considerou que o Viana STARTS “é um dos maiores projetos que aconteceram em Viana do Castelo nas últimas décadas”. Acredita mesmo que “pode transformar e projetar [a cidade minhota] a nível europeu e global, afirmando-a em todo o mundo enquanto cidade de criação”.
Mas a grande novidade deste projeto passa pela criação de uma solução de reserva de energia à base de hidrogénio. “O edifício irá ter elevada eficiência energética, prevendo-se que o excesso de energia renovável, obtida num sistema híbrido fotovoltaico e eólico, seja armazenada num sistema a hidrogénio, pioneiro a nível nacional em edifícios públicos“, adianta a autarquia.
Com foco na sustentabilidade ambiental e inovação digital, esta empreitada vai apostar na eficiência hídrica e na instalação de painéis fotovoltaicos, turbina eólica, além da utilização de sistemas inteligentes, automatização e sistemas de gestão centralizada. “Temos a oportunidade de mostrar ao mundo o que pode acontecer quando conjugamos ciências, artes e tecnologia em prol de um futuro melhor”, assinalou, por sua vez, o vereador com o pelouro da Inovação, Ricardo Rego.
Pode transformar e projetar [a cidade minhota] a nível europeu e global, afirmando em todo o mundo enquanto cidade de criação.
O projeto de criação do Viana STARTS foi a única candidatura portuguesa selecionada em 2023 pela Iniciativa Urbana Europeia. Viana do Castelo integra, por isso, “um grupo restrito de 14 cidades europeias que serão o exemplo europeu na implementação de ações inovadoras para enfrentar desafios urbanos”, destacou o município.
A autarquia tem como parceiros neste projeto a Associação Juvenil de Deão, o Itecons – Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico para a Construção, Energia, Ambiente e Sustentabilidade, a Inova+, o Dinamo10 – Creative Hub, a Associação Empresarial do Distrito de Viana do Castelo e o Instituto Politécnico de Viana do Castelo.
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