Identificadas 181 “gazelas” na região Centro. CCDR revela lista com quase 700 milhões de faturação

Lista da CCDR mostra preponderância do turismo. Mais de 90% das “gazelas” são pequenas e microempresas, numa mistura que vai de pequenos restaurantes às duas empresas que faturam dezenas de milhões.

Isabel Damasceno, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), em entrevista ao podcast "ECO dos Fundos" - 31OUT24
Isabel Damasceno, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, assinala que com as 181 empresas agora identificadas sobe para 869 o número de empresas Gazela listadas na região centro desde 2012, primeiro ano da iniciativa da CCDRHugo Amaral/ECO

A zona centro acolheu, no último ano, 181 empresas gazela, mais 35% do que as da listagem anterior organizada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), entidade que aponta um acumulado de quase 700 milhões de euros de faturação acumulada. O valor supera em mais de cinco vezes o verificado pelas “gazelas” da região em 2020, ano em que o país acordou para a pandemia de Covid-19.

Os critérios estabelecidos pela CCDR-Centro para a compilação que realiza há 13 anos são a soma de pelo menos meio milhão de euros de faturação, um crescimento do volume de negócios acima de 20% em todos os anos de 2021 a 2023, um mínimo de dez trabalhadores e nascimento societário de 2015 a 2020.

Entre o total de duas dezenas de agrupamentos setoriais, a restauração e hotelaria regista o mais notório ganho de dimensão entre as empresas gazela da região centro, uma posição que encaixa na prevalência crescente do turismo na economia nacional. O máximo que o turismo havia conseguido desde o início da década eram os 9% do total em 2023, mas no ano passado já contava por 19% do total, com 35 empresas, o que o tornou no maior agrupamento setorial da lista.

Num reflexo do tecido empresarial nacional, 82% são de pequena dimensão, às quais se juntam mais 10% de microempresas.

Pelo contrário, das “gazelas” de 2024, apenas duas entram na categoria de grande empresa. Uma é a CS Wind Portugal, braço nacional da maior fabricante mundial de torres eólicas, sedeada em Sever do Vouga, a outra a FTD-Alimentação, S.A. Esta, criada em janeiro de 2017, é parte do grupo FTD, fundado em 1979 em Vila Nova de Paiva e conhecido pelos fumeiros Terras do Demo. A dupla é também a de maior crescimento anual médio do volume de negócios, o qual duplicou de 2020 para 2023.

Isabel Damasceno, presidente da CCDR Centro, assinala, em comunicado, que, “com estas 181 empresas, eleva-se para 869 o número de empresas que, ao longo dos últimos treze anos, alcançaram esta distinção, que reconhece as suas capacidades de inovação, de criação de emprego, de dinamização do mercado e de estímulo ao desenvolvimento económico nos territórios onde se inserem”.

A ajudar na performance financeira estão os fundos europeus, com os quais 60 empresas viram aprovados financiamentos de 46 milhões de euros, num total de 87,5 milhões de euros de investimentos aprovados em 97 candidaturas.

Dos vários programas, o Sistema de Incentivos à Inovação Empresarial e Empreendedorismo registou a maior procura e volume de investimento, destaca o relatório agora disponibilizado pela CCDR-Centro, com 23 candidaturas apresentadas por 17 empresas gazela e 40 milhões de euros angariados junto da União Europeia.

A região de Aveiro, que era a mais fértil em empresas Gazela desde 2019, primeiro ano constante no estudo, tornou-se em 2024 a terceira, após a subida de Coimbra a segunda e Leiria a líder na zona centro. Uma posição que nunca, nos 13 anos da listagem da CCDR Centro, havia sido ocupada por Leiria.

Leiria vence também na dimensão municipal, ao acolher 23 empresas com o reconhecimento Gazela, seguida de Coimbra e Ourém, com 14 cada, e Aveiro e Torres Vedras, ambas com uma dezena.

No total de 181 empresas gazela, 72 exportam os seus produtos, movimento gerador de 186 milhões de euros em 2023. Na região de Aveiro, 62% da faturação das empresas provêm precisamente do exterior, acima de Leiria (46%) e Coimbra (40,5%), enquanto no lado oposto encontramos as Beiras, abaixo de 3%.

Para a análise de 2024, a CCDR-Centro recorreu aos dados do ano anterior obtidos pelas empresas criadas entre 2015 e 2020. O último ano do intervalo, aquele em que despontou a pandemia de COVID-19, é aquele em que menos destas empresas foram constituídas (15%) e 2019 aquele com maior número (19%).

Em termos de território, no total de 100 concelhos, há agora 60 municípios da região centro com gazelas à solta.

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