Quem tem salário de quatro mil euros vai descontar menos 347 euros de IRS em 2026. Veja as simulações
Atualização automática dos escalões e alívio das taxas vai fazer rendimento líquidos dos portugueses subir em 2026. Salário de quatro mil euros vai descontar menos 347 euros, calcula a EY.
Quem tem um salário bruto de quatro ou cinco mil euros mensais vai descontar menos 347 euros de IRS no próximo ano, por efeito da atualização (automática) dos escalões e do novo alívio de algumas taxas desse imposto já acordado no Parlamento. As simulações foram feitas pela EY, consultora que já tinha calculado que um solteiro com um ordenado bruto de 1.500 euros vai “poupar” cerca de 58 euros em 2026 em consequência destas mudanças.
Durante muitos anos, a atualização dos escalões de IRS era decidida no âmbito do Orçamento do Estado, mas desde 2024 que está previsto um mecanismo de atualização automática com base na produtividade e inflação.
Foi com base nesses indicadores que o Governo fez publicar, em Diário da República, uma portaria que indica que, só por esta via, os escalões de IRS serão atualizados em 3,5% no próximo ano.
Na proposta de Orçamento do Estado que o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, vai entregar esta sexta-feira, 10 de outubro, no Parlamento, o Executivo poderá ainda ir mais longe – terá mesmo de o fazer se quiser evitar um agravamento da carga fiscal face aos referenciais para os aumentos salariais do privado –, mas, pelo menos, essa atualização automática já está garantida.
Certo também é que haverá um novo alívio do IRS no próximo ano, de 0,3 pontos percentuais das taxas entre o segundo e o quinto escalão. Uma vez que o IRS é um imposto progressivo, também os escalões superiores beneficiarão, contudo, dessa diminuição.
Com base nessas duas mudanças, a EY já tinha calculado que, por exemplo, um solteiro com um salário de 1.500 euros beneficiará de uma poupança de 57,92 euros em 2026. E que um solteiro com um salário de três mil euros verá o seu rendimento líquido aumentar 203,72 euros no próximo ano.
Agora, a consultora faz as contas relativamente a quem recebe salários de quatro e cinco mil euros brutos, mostrando que, nestes casos, a poupança chegará a 347,19 euros.
Vamos aos exemplos concretos. No caso de um solteiro, sem filhos e com um salário mensal de quatro mil euros brutos, o IRS a pagar hoje é de 14.134,13 euros. No próximo ano, com as duas medidas já referidas, a fatura será de 13.786,94 euros. Quer isto dizer que o rendimento líquido anual desse contribuinte aumentará 347,19 euros, segundo a EY.
Já no casado de um casado (dois titulares) com um filho e cinco mil euros de salário bruto mensal por titular, a poupança será de 694,39 euros. Importa notar que esse é o valor para o total dos dois titulares. Por contribuinte, a poupança será de 347,19 euros, em linha com o exemplo já referido.
Neste caso, em vez de este casal pagar 38.782,58 euros de IRS no conjunto do ano, passará a ter de entregar ao Fisco 38.088,19 euros.
E no caso dos pensionistas? A poupança será semelhante, de acordo com as simulações da EY. Um reformado solteiro com uma pensão de quatro mil euros brutos verá a sua fatura de IRS passa de 14.891,37 euros para 14.544,18 euros, o equivalente a uma poupança de 347,19 euros.
Já se receber uma pensão de cinco mil euros brutos mensais, o IRS a pagar desce dos atuais 21.135,37 euros para 20.788,18 euros, também deixando mais 347,19 euros na carteira desse contribuinte.
A proposta de Orçamento do Estado para 2026 será entregue na sexta-feira, seguindo-se um processo de negociação com os vários partidos. As taxas e escalões de IRS que sairão desse processo poderão ser diferentes dos usados para estas simulações, pelo que a “poupança” para os contribuintes portugueses poderá vir a ser mais expressiva, conforme a decisão do Parlamento. A votação final do Orçamento do Estado está marcada para 27 de novembro.
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