ICNF exige remoção de eucaliptos de projeto de reflorestação em Pedrógão Grande
O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas notifica Associação de Produtores Florestais de Pedrógão Grande para arrancar eucaliptos ilegalmente instalados em projeto de reflorestação.
Após as associações ambientalistas Quercus e Acréscimo terem denunciado ilegalidades num projeto de reflorestação em Pedrógão Grande, que envolvia a Celpa (Associação da Indústria Papeleira), o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) procedeu a uma vistoria ao local. “Resultou da vistoria, a existência de factos numa parcela suscetíveis de constituir uma infração”, cuja contraordenação é punível por uma coima de 1.000 a 3.740 euros, avançou o ICNF à agência Lusa.
A fim de repor a legalidade do projeto, a Associação de Produtores Florestais de Pedrógão Grande (APFlor) — a entidade promotora do projeto –, “foi notificada para o arranque e remoção dos eucaliptos ilegalmente instalados na parcela onde apenas estava autorizada plantação de medronheiro”, frisou aquela instituição.
Ainda segundo o ICNF, foi levantado um auto de notícia àquela associação, que se “encontra agora em fase de instrução”. A agência Lusa tentou obter uma reação junto da APFlor, mas sem sucesso até ao momento.
As associações ambientalistas Quercus e Acréscimo denunciaram, no início de agosto, uma alegada ilegalidade num projeto de reflorestação em Pedrógão Grande, onde terão sido plantados eucaliptos em área destinada a medronheiros com cerca de 4,6 hectares.
Após as denúncias, a APFlor demarcou-se de “qualquer ilegalidade” que possa ter sido cometida naquele projeto, intitulado “ReNascer Pedrógão”. “A participação da APFlor, no âmbito deste projeto, passou por identificar as áreas suscetíveis de enquadramento no programa-piloto, promover e desenvolver ações de divulgação e de angariação de áreas junto dos proprietários de terrenos situados em áreas ardidas de eucalipto e em subprodução”, aclarou a associação, em comunicado enviado à agência Lusa, salientando que sempre se pautou “pelo estrito cumprimento das normas legais”.
Na quinta-feira, a Celpa afirmou, em comunicado, que não é “formalmente responsável pela manutenção das áreas em causa”, mas que solicitou ao ICNF que “desenvolva os procedimentos que considere necessários” para que a área abrangida seja “novamente espelho da legalidade que se impõe”.
A Câmara de Pedrógão Grande e a Associação das Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande (AVIPG) afirmaram que não estão associados ao projeto-piloto, ao contrário do que tinha sido dito pela Celpa.
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