Fernando Araújo defende “boa utilização” do PRR para “salto tecnológico” do SNS
O diretor executivo do SNS reconhece que a disponibilidade financeira não é muita, mas reitera o objetivo de que o sistema de informação do SNS seja "muito mais simples de ser usado por todos".
O diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Fernando Araújo, afirmou esta sexta-feira que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) “tem de ser muito bem utilizado” para permitir o “salto tecnológico” dos sistemas de informação de saúde.
“O PRR é um dos últimos instrumentos que temos à disposição para conseguir fazer esta revolução tecnológica. Em termos de disponibilidade financeira não é muita, mas tem de ser muito bem utilizado para conseguir dar este salto tecnológico que nós queremos em muitas destas dimensões“, afirmou Fernando Araújo, na sessão de encerramento da segunda “eHealth Sessions”, que decorreu na Fundação Eng. António de Almeida, no Porto.
Destacando que a Direção Executiva do SNS não foi criada para “ser mais uma camada administrativa”, Fernando Araújo disse esperar que o PRR permita “mudar a realidade” dos atuais sistemas de informação. “Acredito que os Sistemas Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) estão a fazer esse trabalho. Acredito que vamos, ao fim destes três a quatro anos, conseguir mudar, conseguir dar este salto qualitativo em termos de sistema de informação e, com ele, o salto qualitativo do ponto de vista do funcionamento do SNS”, disse, salientando, no entanto, a necessidade de envolver “todos os parceiros e profissionais de saúde” na discussão das estratégias a adotar.
Ao longo da sua intervenção, Fernando Araújo partilhou ainda alguns dos seus “anseios”, nomeadamente, a necessidade de os sistemas de informação serem “robustos”, assim como a necessidade de desburocratizar os processos, dizendo que essa será uma das apostas da direção executiva do SNS neste primeiro mandato.
“Uma das ações em que vamos apostar, seguramente, nesta primeira fase do mandato é na simplificação dos processos e para isso precisamos dos sistemas de informação que nos ajudem a mudar esse tipo de abordagens, que muitas das atividades que são pedidas sejam feitas de forma automatizada, sem necessidade de intervenção humana”, afirmou, referindo-se a processos como atestados, declarações médicas e outros documentos em papel ou digitais que “infernizam” a vida dos médicos e limitam “o tempo que têm para ver os utentes”.
Realçando que o objetivo é que o sistema de informação do SNS seja “muito mais simples de ser usado por todos”, Fernando Araújo disse também ser fundamental existir “transparência” em todo o processo. “Precisamos de resultados no presente e nos quais as pessoas acreditem”, acrescentou.
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