Autarca de Guimarães diz que via ao AvePark “é compromisso assumido pelo Governo”
Presidente da Câmara de Guimarães "não vai desistir" da via do AvePark, de 40 milhões de euros. Até porque, garante, este "é um compromisso assumido pelo Governo".
O presidente da Câmara de Guimarães, Domingos Bragança (PS), disse esta quinta-feira que a via ao AvePark, de 40 milhões de euros, “é um compromisso assumido pelo Governo”, sublinhando que “não vai desistir” do projeto, apesar da decisão desfavorável da Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT).
A IGAMAOT solicitou ao Ministério Público (MP) “a invalidade” da decisão da Entidade da Reserva Agrícola do Norte que permite avançar com o projeto da construção de uma via de ligação ao Parque de Ciência e Tecnologia, AvePark.
A decisão IGAMAOT, divulgada na semana passada e a que a agência Lusa teve acesso, surge após uma exposição enviada, em dezembro de 2022, pela Associação Vimaranense para a Ecologia (AVE), que está contra a construção deste projeto rodoviário que prevê atravessar Ponte, União de Freguesias de Prazins Santo Tirso e Corvite, Santa Eufémia de Prazins e Barco, ao longo de sete quilómetros de extensão no concelho de Guimarães, distrito de Braga.
O município e o presidente da câmara não podem desistir do que consideram estratégico para o desenvolvimento económico e social de Guimarães.
“Esta Inspeção-Geral suscitou, junto do Ministério Público, através do seu Departamento Central de Contencioso do Estado e Interesses Coletivos e Difusos, a invalidade da decisão tomada pela Entidade Regional da Reserva Agrícola Nacional do Norte [ERRAN] na sua reunião, realizada a 9 de junho de 2022″, refere a IGAMAOT. E que “determinou a utilização não agrícola de 158.873 metros quadrados de solos da RAN [Reserva Agrícola Nacional], no município de Guimarães, para implementar o projeto de uma nova via de acesso ao Parque de Ciência e Tecnologia AvePark”, completa.
Confrontado esta quinta-feira pela oposição PSD/CDS-PP com esta decisão durante a reunião do executivo, e desafiado pela coligação a abandonar o projeto, o presidente da Câmara de Guimarães assumiu que esse não é o caminho.
“O município e o presidente da câmara não podem desistir do que consideram estratégico para o desenvolvimento económico e social de Guimarães. Esta variante, de Guimarães à zona norte do concelho, tendo saída na parte final em Barco e nas Taipas, no AvePark, serve todo um conjunto de freguesias e a população desta zona Norte do concelho”, respondeu Domingos Bragança, lembrando que a variante servirá também para ligar a mobilidade de Guimarães a Braga e à linha de alta velocidade.
O presidente do município vimaranense recordou que todas as entidades envolvidas “aprovaram o projeto”.
“A câmara vai continuar com todos os trabalhos para a execução da obra, nomeadamente a negociação dos terrenos, obviamente com prudência”, assegurou o autarca socialista. “Quero que esta situação que a IGAMAOT levantou, antes da adjudicação do contrato para a obra e a aquisição dos terrenos, verificação e escrituras, fique resolvida. Se o tribunal entender que a IGAMAOT tem razão, temos de alterar o projeto. Não é desistir, é alterar o projeto”, vincou Domingos Bragança aos jornalistas, após a reunião camarária.
A via do AvePark é uma responsabilidade assumida pelo Governo. E foi exatamente por esta assunção da responsabilidade do Governo que demos início e fizemos este percurso. Se, eventualmente, este processo [IGAMAOT] atrasar o início da obra e colocar em causa os calendários do PRR, esta obra tem der ser financiada integralmente pelo Orçamento do Estado, como estava previsto no início.
A empreitada custará 40 milhões de euros, que o Governo optou por integrar nos apoios do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O autarca do PS esclarece que a obra “não pertencia nem pertence às obras originárias do PRR”, sublinhando que o Governo “é que entendeu integrar nos apoios do PRR”.
“A via do AvePark é uma responsabilidade assumida pelo Governo. E foi exatamente por esta assunção da responsabilidade do Governo que demos início e fizemos este percurso. Se, eventualmente, este processo [IGAMAOT] atrasar o início da obra e colocar em causa os calendários do PRR, esta obra tem der ser financiada integralmente pelo Orçamento do Estado, como estava previsto no início”, afirmou.
Dos 40 milhões de euros, 14/15 milhões de euros estão previstos vir do PRR e o restante do Orçamento do Estado.
“Se o Governo não der esse financiamento dos 40 milhões de euros, seja pelo PRR, seja pelo Orçamento do Estado, a câmara municipal não avançará para o concurso da obra. Agora, obviamente, espero que os compromissos assumidos por todos sejam respeitados”, sustentou o edil vimaranense. “Que os compromissos do Governo sejam respeitados para o financiamento desta obra fundamental”, concluiu Domingos Bragança.
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