Vão nascer duas cooperativas de habitação em Gaia e Porto no valor de 40 milhões

Liderada por Francisco Rocha Antunes, a gestora de cooperativas de habitação Mome tem dois novos projetos em carteira no Norte do país no valor de 40 milhões de euros, num total de 60 fogos.

Numa conjuntura de aumento dos preços na habitação a Mome, gestora de cooperativas de habitação, tem como objetivo projetar, desenvolver e construir soluções de habitação com preços 20% mais baixos que os praticados no mercado. A empresa que nasceu há dois anos já tem dois projetos em curso, que representam investimentos cooperativos de 40 milhões e 60 fogos.

Neste momento tem dois projetos em carteira: o Pedras.coop, em Lavadores (Vila Nova de Gaia); e o Hera.coop, no Carvalhido (Porto), estando previsto que fiquem concluídos em 2025 e 2026, respetivamente. A cooperativa Pedras.coop será composta por 13 habitações privadas com quatro quartos, com pátio e piscina aquecida, enquanto a Hera.coop será uma cooperativa de 47 apartamentos com tipologia T3 e T4 e lofts.

Em declarações ao ECO/Local Online, Francisco Rocha Antunes não revela o preço final das casas, tendo em conta que ainda estão a “finalizar os orçamentos da empreitada”, mas garante que “serão 20% mais baratas que as casas equivalentes que existem no mercado”.

A Mome, que é uma participada da +urbano, pretende dinamizar cinco novas cooperativas por ano a partir de 2024, a que se juntam as duas já iniciadas. Num horizonte de cinco anos, estima a construção de 1.500 novas casas, num total de investimento cooperativo de 700 milhões de euros. “A partir do próximo ano, o nosso objetivo é lançar quatro a cinco cooperativas por ano. O nosso projeto a cinco anos tem como objetivo 1.500 fogos”, explica Rocha Antunes, fundador e presidente executivo da Mome, que é formado em Gestão de Empresas na Universidade Católica.

A partir do próximo ano, o nosso objetivo é lançar quatro a cinco cooperativas por ano. O nosso projeto a cinco anos tem como objetivo 1.500 fogos.

Francisco Rocha Antunes

Fundador e presidente executivo da Mome

A primeira fase do projeto, centrada na região urbana do Porto, terminará em 2028. A próxima etapa passa por alargar a intervenção às restantes áreas urbanas do país. Nos próximos cinco anos, o objetivo da cooperativa é concentrar-se na região da Invicta, com foco no Porto, Matosinhos e Vila Nova de Gaia, embora admita alargar a concelhos como Gondomar, Valongo e Santo Tirso. “Se aparecerem terrenos que consideramos interessantes, obviamente faremos cooperativas nessas regiões”, destaca o gestor da Mome. Na fase seguinte, planeia alargar o negócio à Área Metropolitana de Lisboa.

A empresa nortenha fica responsável por todas as fases do projeto, desde a conceção à escritura de cada unidade – incluindo as etapas de montagem, análise de candidaturas e adesão, construção e entrega. Isto é, identifica terrenos potencialmente interessantes para fazer cooperativas, contratualiza a arquitetura e engenharia necessária, trata do licenciamento, seleciona a construtora e contratualiza os custos de construção dos projetos, negociando o financiamento da construção com as entidades bancárias.

“Quando este conjunto de contratos estão todos fechados do ponto de vista dos preços e prazos, fazemos a abertura da adesão à cooperativa. As pessoas olham para a proposta, analisam detalhadamente todos os contratos que em nome da futura cooperativa foram realizados e, caso concordem e tenham condições financeiras para assumir a respetiva responsabilidade, entram. Ela é formalizada e, a partir desse momento, a Mome gere o processo até ao fim e entrega as casas às pessoas, de acordo com o que está contratualizado”, detalha o gestor.

O presidente executivo da Mome, que emprega oito pessoas, salienta que “este sistema não é novo”, pois as primeiras cooperativas de habitação portuguesas datam de 1894. As cooperativas de habitação “são um conjunto de pessoas que se juntam para fazer as suas casas e a ideia passa por fazerem casas a custo de uma forma mais económica”, acrescenta o responsável.

A Mome é uma participada da +urbano, empresa com duas décadas de experiência no desenvolvimento de projetos imobiliários de referência no Porto e Norte de Portugal. Do portefólio fazem parte a coordenação do processo de restauro e modernização do Mercado do Bolhão, o Passeio dos Clérigos, o Quarteirão D. João I, o Continente Via Rápida-Viso ou a fábrica ASA, em Guimarães. A +urbano emprega nove pessoas e fatura cerca de 350 mil euros por ano.

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