Algarve teve o mais baixo volume de negócios por empresa do país entre 2019 e 2021
Entre 2019 e 2021 verificou-se um acentuado aumento das desigualdades de rendimento, a nível nacional, de acordo com o relatório "Melhores Municípios para Viver, do INTEC.
A região do Algarve foi a que registou o mais baixo volume de negócios por empresa de Portugal, entre 2019 e 2021, na zona do país mais dependente do turismo e que terá sido mais afetada pela pandemia que parou, por completo, a atividade turística. Mas, a generalidade dos municípios nacionais teve um decréscimo neste indicador, de acordo com o relatório “Melhores Municípios para Viver – M2V, Edição 2023” do Instituto de Tecnologia Comportamental (INTEC). Já o poder de compra aumentou em quase todos os municípios do país.
Este relatório – que o INTEC apresenta esta terça-feira na Universidade Lusófona, em Lisboa – dá conta de que “o volume de negócios por empresa foi significativamente menor nos municípios pequenos por comparação com os outros”. Fonte: INTEC – Instituto de Tecnologia Comportamental
Por arrasto do impacto da pandemia da Covid-19, que parou o país nos anos de 2020 e 2021, o estudo aponta para uma maior gravidade no Algarve. Precisamente no que concerne ao setor do turismo, as dormidas em estabelecimentos de alojamento turístico desceram significativamente em 2021, quando comparadas com 2019.
Os municípios do litoral apresentaram, por outro lado, uma taxa líquida de ocupação-cama superior em relação aos concelhos do interior.
Apesar de o país estar preso na teia da Covid-19, os portugueses tiveram mais poder de compra, entre 2019 – ano pré-pandémico – e 2021. O que pode estar relacionado com os apoios sociais que o Governo atribuiu à população por causa da pandemia, das revisões nos escalões do IRS ou do aumento do emprego. Este relatório também dá conta de que o ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem subiu significativamente entre 2019 e 2021, a nível nacional.
Mas quando comparados por municípios, o estudo refere que o poder de compra per capita foi superior nos municípios do litoral por oposição aos pequenos concelhos onde é significativamente mais reduzido. Já os municípios das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira tiveram menos poder de compra.
Ao contrário das anteriores edições, o INTEC não apresenta um ranking entre os municípios, mas avalia, sim, as condições de vida nos 308 municípios nacionais, em 12 domínios: ensino; cultura, lazer, desporto; comunidade e participação cívica; mobilidade e transportes; economia; segurança; saúde; serviços públicos; turismo; urbanismo e habitação; ambiente; e emprego.
Em contrapartida verificou-se um acentuado aumento das desigualdades de rendimento, a nível nacional, e não existem diferenças entre litoral e interior na taxa de indivíduos desempregados. Estas são mais algumas das principais conclusões do relatório “Melhores Municípios para Viver – M2V, Edição 2023” que o coordenador Miguel Pereira Lopes, na Universidade Lusófona, apresenta esta terça-feira.
Gastou-se menos água em todo o país, durante 2021 em relação a 2019, mas ainda assim, foi nos municípios do litoral que o consumo por habitante foi significativamente maior quando comparado com o interior. Mesmo assim, os municípios da região Norte apresentaram níveis de consumo de água mais baixos do que as restantes regiões.
O estudo passa a dividir os municípios em função de municípios do interior – sem ligação direta ao mar e que não tenham ligação com outro município com ligação direta ao mar –, pequenos municípios – com menos de 20.000 habitantes –, municípios do litoral – com ligação direta ao mar ou que tenham ligação com outro município com ligação direta ao mar –, médios municípios – com mais de 20.000 e menos de 100.000 habitantes – e por fim, grandes municípios – com mais de 100.000 habitantes.
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