Dona da Fruut compra produtor de fruta em Armamar por quatro milhões de euros
A Fruut emprega mais de 30 pessoas, fatura 2,2 milhões de euros e vende snacks de fruta natural para 35 países. O mercado externo absorve quase metade da produção.
A Frueat, empresa portuguesa de snacks de fruta natural que é detida pela Sociedade Agrícola Quinta de Vilar, comprou em junho deste ano a empresa Frutas Cruzeiro em Armamar por 4,2 milhões de euros. A dona da marca Fruut, que transforma 3,75 milhões de quilos de fruta feia por ano, está presente em 35 países e contabiliza já ter vendido 26 milhões de embalagens. Emprega 32 pessoas e fatura 2,2 milhões de euros.
“O investimento da Sociedade Agrícola Quinta de Vilar na aquisição e melhoria das instalações da Frutas Cruzeiro em Armamar foi de 4,2 milhões de euros”, revela Filipe Simões, diretor executivo da Frueat, em entrevista ao ECO/Local Online. “Como o negócio da Quinta de Vilar, que é quem fornece a maçã à Fruut, está a crescer na fruta fresca, decidiu comprar um grande player no mercado“, explica o gestor. A empresa que detém uma exploração agrícola de 65 hectares na Beira Alta começou por deter 50% deste negócio, mas em 2020 comprou os restantes 50%.
Como o negócio da Quinta de Vilar, que é quem fornece a maçã à Fruut, está a crescer na fruta fresca, decidiu comprar um grande player no mercado.
Os mercados externos absorvem 46% da produção, sendo Espanha, Reino Unido e Coreia do Sul os principais destinos. Fundada há uma década, a marca Fruut está também prestes a entrar na Austrália. Além da internacionalização, a empresa vai apostar em snacks de fruta salgados e, também este ano, lançar uma linha de palitos de fruta com aromas doces, salgados e picantes.
“Vamos lançar novos produtos e novas linhas de produto, com o objetivo de reforçar o posicionamento no snacking. Produtos mais crocantes, com novas experiências de sabor. Queremos cruzar com especiarias. Temos vários testes aprovados, estamos na fase da seleção”, relata Filipe Simões, diretor executivo da Frueat.
Na linha de tortitas, a empresa vai lançar três novas referências, com “sabores com sabores mais intensos e mais exóticos”, como o tomate com orégãos. No próximo ano, acrescenta ainda o gestor, sem detalhar porque a “receita final ainda não está desenvolvida”, a Fruut vai lançar um novo tipo de snacks de fruta.
Desde a fundação, a Fruut calcula ter já transformado 67 milhões de peças desta fruta “feia”, rejeitada pelo mercado, “em fruta bonita, crocante e sem adição de açúcares, corantes nem conservantes”. Até as cascas e os caroços são aproveitadas no decorrer do processo produtivo, sendo encaminhadas para a alimentação animal.
“É um orgulho disponibilizar a mercados tão distantes fruta feia portuguesa que há dez anos não tinha valor e hoje é distribuída pelo mundo”, salienta o diretor executivo da Frueat, de 49 anos.
Fábrica em Viseu e 7.000 pontos de venda
Desde a apanha da fruta até ao embalamento e controlo, todo o processo produtivo está concentrado na fábrica da marca em Viseu. A unidade fabril, inaugurada em 2016, representou um investimento global de mais de três milhões de euros. Para responder à procura, em 2019 foi ampliada esta unidade industrial, com uma segunda linha de produção.
“A nossa fábrica é uma referência nesta área em termos de qualidade e é certificada pela IFF Health, que é um dos maiores standards mundiais de qualidade”, afirma o gestor, formado em Relações Internacionais na Universidade Lusíada e com uma especializado em Gestão tirada na Porto Business School.
Desde supermercados a gasolineiras, passando por máquinas de vending e cinemas, os snacks da Fruut estão à venda em mais de sete mil pontos de venda. A marca produz ainda snacks saudáveis de fruta para grandes cadeias de supermercados, como a Mercadona.
Com a sustentabilidade no topo das prioridades, a empresa diz ter reduzido em três anos 48% do plástico usado nas embalagens. Em 2020, a Sociedade Agrícola Quinta de Vilar investiu 250 mil euros em mil painéis solares, com a Frueat a aplicar 65 mil euros em 250 painéis — suficiente para abastacer 35% da energia elétrica consumida pela empresa.
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