Poder de compra de 90% dos municípios fica abaixo da média nacional
Os 31 municípios que em 2021 apresentaram um nível de poder de compra acima da média nacional estavam maioritariamente localizados nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto.
Apenas 31 dos 308 municípios portugueses (cerca de 10%) apresentavam, em 2021, um poder de compra acima da média nacional, sendo que quase metade (15) situavam-se nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto. Por oposição, é nas sub-regiões do Alto Tâmega, Tâmega e Sousa e Douro que se concentravam os concelhos com menor riqueza, segundo o Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio (EPCC) – 2021, do INE, publicado esta terça-feira.
Isto significa que, em 2021, cerca de 90% dos 308 municípios apresentavam um nível de poder de compra abaixo da média nacional. Além disso, os dados do INE revelam ainda que cerca de 81% dos municípios (249) apresentavam um poder de compra per capita, simultaneamente, aquém da média nacional e da respetiva média regional, com alguns concelhos a apresentarem um poder de compra de 35% abaixo da média nacional.
Nestas três sub-regiões, o poder de compra médio por habitante não atinge 80% do valor médio nacional, sendo apenas superadas pelas sub-regiões Beiras e Serra da Estrela (80,5), Terras de Trás-os-Montes (81,5), Alto Minho (82,2) e Viseu Dão Lafões (83,8), apesar de se apresentarem igualmente abaixo da média nacional.
Apoiado na análise das 25 sub-regiões NUTS III portuguesas, o INE dá conta de que apenas a Área Metropolitana de Lisboa (AML) e a Área Metropolita do Porto (AMP) registavam um valor acima da média nacional. Já o Alentejo Central situava-se entre as onze sub-regiões do Continente com poder de compra por habitante superior a 90% da média nacional.
Segundo dados do INE, o município de Lisboa apresentava em 2021 o Indicador per capita do poder de compra (IpC) mais elevado, com os seus residentes a terem um poder de compra 86,3% acima da média nacional. Segue-se Oeiras e Porto, que contabilizaram um nível de poder de compra de 65,5% e 47,6% acima a média nacional, respetivamente.
De realçar ainda Cascais e Alcochete, ambos da AML, e de Matosinhos e São João da Madeira, da AMP, com níveis de poder de compra entre 17% e 22% acima da média do país.
Também as capitais de distrito Coimbra, Aveiro, Faro e Évora assinalavam um nível de poder de compra per capita entre 12% e 20% superior à média nacional em 2021. Estes dados levam o INE a associar positivamente o grau de urbanização das unidades territoriais com o poder de compra manifestado quotidianamente nesses concelhos. Por região, o maior poder de compra foi ainda registado nem Sines (Alentejo Litoral), Loulé (Algarve) e Azambuja (Lezíria do Tejo), com os seus residentes a apresentaram níveis de poder de compra entre 11% e 20% acima da média nacional.
Entre os 17 municípios cujo IpC se posicionava acima da média nacional em 2021, constavam Maia, Setúbal, Almada, Mafra, Montijo, Loures, Amadora e Vila Nova de Gaia (AMP), Leiria, Braga e Beja, Funchal e Ponta Delgada (estes dois nas regiões autónomas da Madeira e Açores, respetivamente), e ainda Albufeira e Portimão (Algarve), Castro Verde (Baixo Alentejo), e Arruda dos Vinhos (Oeste).
No quadro da AML, os dados do INE revelam que, em 2021, oito dos 18 municípios registavam um poder de compra abaixo da média nacional, com destaque para Moita, Sesimbra e Odivelas, que mostravam níveis de poder de compra de 18%, 6% e 5,3%, respetivamente, abaixo da média nacional. Ainda assim, apenas três concelhos da AML apresentavam um valor superior à média metropolitana (que é de 21,4% acima da média nacional): Lisboa, Oeiras e Cascais.
Já na AMP cinco concelhos situavam-se em 2021 com um nível de poder de compra acima da média nacional: Porto (mais 47,6% do que a média do país), Matosinhos (mais 18%), São João da Madeira (mais 16,7%), Maia (mais 8,7%) e Vila Nova de Gaia (mais 1%). Entre os 12 municípios desta área metropolitana, o INE sublinha ainda Arouca e Paredes, como sendo os dois municípios com níveis de poder de compra per capita abaixo da média do país.
O estudo do INE dá ainda conta que 119 dos 308 municípios (39% do total) assinalavam níveis de poder de compra de 25% ou mais abaixo da média nacional, e 20 com uma capacidade de poder de compra abaixo de 35% da média do país.
Dos 10 municípios com menor poder de compra per capita, cinco situavam-se no Interior da região Norte (sub-regiões de Terras de Trás-os-Montes, Tâmega e Sousa e Alto Tâmega), um na região Centro (Beira Baixa), três na Região Autónoma da Madeira e um na Região Autónoma dos Açores.
24 municípios apresentavam um IpC acima do poder de compra nacional:
- Região Norte: Porto, Matosinhos, São João da Madeira, Maia, Vila Nova de Gaia, Braga.
- Região Centro: Coimbra, Aveiro, Leiria, Arruda dos Vinhos.
- Lisboa, Oeiras e Cascais eram os únicos municípios da AML que ultrapassavam, em simultâneo, as médias nacional e regional.
- Alentejo: Sines, Évora, Azambuja, Castro Verde e Beja
- Algarve: Faro, Loulé, Albufeira e Portimão
- Regiões autónomas: Funchal e Ponta Delgada
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