Atividade económica estagna em julho. Confiança degrada-se com quebra no poder de compra e na procura externa

Indicador de atividade económica registou a variação mais baixa desde o final de 2022, sinalizando uma forte travagem. Indicadores de confiança também se estão a degradar, mostram dados do INE.

O indicador de atividade económica registou uma variação de apenas 0,1% face ao mesmo mês do ano passado, caindo para o nível mais baixo desde o final de 2022. A síntese económica de conjuntura do INE, divulgada esta terça-feira, mostra que a redução do poder de compra e da procura externa estão a penalizar a confiança dos agentes económicos.

“O indicador de atividade económica, que sintetiza um conjunto de indicadores quantitativos que refletem a evolução da economia, abrandou em junho e julho, registando no último mês uma taxa de variação homóloga próxima de zero”, assinala o INE.

A síntese de conjuntura sublinha a desaceleração em volume da construção, que passou de uma variação homóloga de 6,2% em junho para 7,3% em julho. As vendas de cimento continuam a aumentar, ainda que a um ritmo inferior em agosto (6%).

O índice de volume de negócios nos serviços travou de 6,5% para 4,7%. Na indústria, a quebra na produção atenuou-se ligeiramente, com uma variação homóloga de -3,2%. Julho foi, no entanto, o quinto mês consecutivo de contração.

O consumo das famílias está também em travagem. O indicador quantitativo de consumo privado desacelerou em julho, registando uma variação homóloga de 1,7%, a mais baixa desde março de 2021. O INE refere que se verificou “uma diminuição dos contributos positivos da componente de consumo corrente e de
consumo duradouro, mais expressiva no primeiro caso”. Em sentido contrário, o indicador de investimento acelerou, com uma variação homóloga de 4,7%.

Sentimento dos agentes económicos volta a deteriorar-se

O indicador de clima económico, que sintetiza as questões relativas aos inquéritos qualitativos às empresas, caiu em agosto pelo segundo mês consecutivo, registando uma variação homóloga de 1,4%. É a mais baixa desde o final do ano passado.

As quebras são transversais à indústria, comércio, construção e obras públicas e serviços. Destaque para a queda neste último setor, de 6,9% para 1,9%, e a entrada da construção em terreno negativo (-2,8%).

O indicador de confiança dos consumidores também diminuiu em agosto (-26 pontos), após ter registado no mês anterior o valor máximo desde fevereiro de 2022, na sequência da trajetória ascendente iniciada em dezembro.

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