CCDR/Algarve defende consensos para gerir água e estudar novas captações
CCDR do Algarve diz que é prioritário executar até 2029 os cerca de 340 milhões de euros de fundos europeus "que estão à disposição da região" para o plano de eficiência hídrica.
O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve apontou, esta quinta-feira, a necessidade “de haver consensos” com todas as entidades para gerir a água na região e estudar a viabilidade de novas captações. “É preciso trabalharmos em conjunto, encontrar consensos entre os decisores políticos, as diferentes entidades e setores económicos, porque o tema da água é estratégico para o Algarve”, defendeu José Apolinário à agência Lusa.
De acordo com o responsável, “a prioridade, neste momento, é a de executar nos próximos anos [até 2029]” os cerca de 340 milhões de euros de fundos europeus “que estão à disposição da região” para o plano de eficiência hídrica.
Desta verba, 240 milhões de euros são do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que têm de estar executados no máximo no início de 2026, existindo mais 100 milhões de euros para o ciclo urbano da água e água em alta, que resultam do Portugal2030, que têm de ser executados até 2029.
É preciso trabalharmos em conjunto, encontrar consensos entre os decisores políticos, as diferentes entidades e setores económicos, porque o tema da água é estratégico para o Algarve.
“Precisamos da dessalinizadora, da captação de água a partir do Pomarão, do estudo de viabilidade da barragem da Foupana [no concelho de Castro Marim] e, depois destes projetos estarem concluídos, precisamos de uma eventual ligação entre o Alqueva e Odeleite”, apontou.
José Apolinário assinalou, ainda, que a eventual transferência de água da barragem do Alqueva (Alentejo) para a de Odeleite (Algarve), “não é um transvase, mas sim uma transferência, porque é feita dentro da mesma bacia hidrográfica”.
“É um cenário que não pode ser afastado e tem de ser colocado em cima da mesa a par da construção da barragem da Foupana. Mas será sempre um cenário a ponderar pós PRR”, realçou.
O presidente da CCDR do Algarve reforçou que a ligação entre as duas barragens, numa distância de cerca de 70 quilómetros, “será uma opção que tem de ser ponderada no futuro para fins agrícolas“. Segundo José Apolinário, a ligação entre as duas barragens “pode ser tecnicamente viável, embora seja um trabalho que tem de ser estudado, bem como o seu impacto económico”.
Questionado sobre um eventual transvase de água do Norte para o Sul, solução que tem sido discutida há muito como forma de mitigar a escassez de água no Sul do país, o presidente da CCDR do Algarve recordou que “do ponto de vista da legislação ambiental há uma crítica a dizer que violam diretivas e que criará um problema acrescido ao país“.
O Algarve e o Alentejo são as regiões mais afetadas pela seca em Portugal, com níveis de precipitação muito abaixo da média das últimas décadas.
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