Autarca de Viseu preocupado com redução de voos da carreira aérea que liga Trás-os-Montes ao Algarve
A Sevenair informou que a carreira aérea Trás-os-Montes-Algarve tem um novo horário e menos voos, com dois dias sem serviço, outros sem escala em Vila Real e outros só com ligação Bragança-Cascais.
O presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas (PSD), mostrou-se esta quinta-feira preocupado com a redução de voos da carreira aérea que liga Trás-os-Montes ao Algarve, que deixa a região servida apenas três dias da semana. “Não nos agrada, achamos que é muito redutor em relação ao serviço que prestava”, afirmou Fernando Ruas aos jornalistas, no final da reunião do executivo camarário.
Na última noite, a empresa que presta o serviço, a Sevenair, informou que a carreira aérea Trás-os-Montes-Algarve tem um novo horário e menos voos, com dois dias sem serviço, outros sem escala em Vila Real e outros só com ligação Bragança-Cascais.
O contrato da concessão do serviço de transporte aéreo regular Bragança/Vila Real/Viseu/Cascais/Portimão terminou na quarta-feira. Na semana passada, fonte oficial do gabinete do secretário de Estado Adjunto e das Infraestruturas tinha dito à agência Lusa que o Governo e a Sevenair “encontraram uma solução contratual transitória” para que a ligação aérea não fosse interrompida a partir desta quinta-feira.
“Para além de ser uma situação provisória, ainda por cima é provisória e redutora”, lamentou Fernando Ruas, acrescentando que Viseu só ficará servido por voos à segunda-feira, sexta-feira e sábado.
Segundo o grupo Sevenair, no âmbito do novo horário que vigorará até 07 de junho, os voos de segunda e sexta-feira são feitos em todas as escalas, às terças e quintas-feiras os voos são diretos entre Bragança e Cascais e aos sábados não há escala em Vila Real. Às quartas-feiras e domingos não há voos.
A carreira é deficitária e o Governo fazia um grande esforço para que o interior tivesse um meio expedito. Deixou-se esgotar o concurso e quando à pressa as pessoas tiveram reação fez-se o tal ajuste direto, que ainda por cima é redutor.
Até agora os voos eram feitos de forma regular entre Bragança e Portimão, com paragem em Vila Real, Viseu e Cascais. O autarca social-democrata lembrou que esta carreira aérea sempre foi apontada como uma ajuda à coesão territorial. “A carreira é deficitária e o Governo fazia um grande esforço para que o interior tivesse um meio expedito. Deixou-se esgotar o concurso e quando à pressa as pessoas tiveram reação fez-se o tal ajuste direto, que ainda por cima é redutor”, referiu.
Só no início de fevereiro é que o Conselho de Ministros aprovou autorização da despesa de 13,5 milhões de euros para a adjudicação de uma nova concessão, escolhida através de um concurso público, processo que poderá demorar vários meses.
De acordo com uma resolução publicada, a 7 de fevereiro, em Diário da República , o Governo autorizou a despesa de 13,5 milhões de euros para a adjudicação em regime de concessão do serviço aéreo regular Bragança-Vila-Real-Viseu-Cascais-Portimão, por quatro anos. A resolução prevê o lançamento de um concurso público, com publicação no Jornal Oficial da União Europeia, para selecionar a transportadora que irá concessionar o serviço.
O objetivo deste modelo foi “garantir a diminuição do distanciamento geográfico e social e assegurar a mobilidade dos cidadãos residentes no interior e nordeste transmontano ao sul do país com horários, tempo de viagem e preços competitivos, salvaguardando deste modo o interesse público e a não-discriminação das populações aí residentes”.
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