Moedas alerta que “Lisboa não pode estar sozinha” no problema dos sem-abrigo
Moedas reúne-se esta sexta-feira com o ministro da Presidência e com a ministra do Trabalho, da Solidariedade e Segurança Social para debater problema dos sem-abrigo na capital.
Carlos Moedas diz que “Lisboa não pode estar sozinha na resolução deste grande problema”, como classificou os 3.000 sem-abrigo na cidade e as mais de 300 pessoas que “estão sem documentos” e “dormem em tendas nas ruas” da capital. Num encontro com o primeiro-ministro, o presidente da Câmara pediu mais articulação entre os organismos públicos, como a Santa Casa da Misericórdia e a Segurança Social, e a abertura de mais centros de acolhimento.
“Precisamos de uma solução para que as pessoas possam ser acolhidas. Elas não podem estar em tendas no meio da cidade“, frisou Carlos Moedas, referindo-se aos imigrantes sem documentos. Declarações feitas à saída de uma audiência com Luís Montenegro, na residência oficial, que um dia depois de ter enviado uma carta ao primeiro-ministro e também ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
O autarca social-democrata elogiou a prontidão de Luís Montenegro em recebê-lo. “Eu queria agradecer ao senhor primeiro-ministro pela rapidez. Vou estar já nesta sexta-feira com [António] Leitão Amaro, ministro da Presidência, e também com a ministra [do Trabalho, da Solidariedade e] da Segurança Social, Maria do Rosário Ramalho”, anunciou.
Precisamos de uma solução para que as pessoas possam ser acolhidas. Elas não podem estar em tendas no meio da cidade.
Carlos Moedas saiu da audiência com o compromisso de uma reunião já esta sexta-feira com os dois ministros. “Eu sei que ele [Leitão Amaro] está a trabalhar no funcionamento da AIMA [Agência para a Integração, Migrações e Asilo] para termos um centro em Lisboa que possa acolher estas pessoas, para que elas não estejam na rua com tendas no meio da cidade”, adiantou.
Em cima da mesa estão duas questões distintas para Moedas: primeiro, uma articulação com o ministro da Presidência “em relação às pessoas que estão em Portugal e não estão documentadas”; e depois com a Segurança Social para a “resolução de problemas de todos os dias”.
O autarca contabiliza 3.000 pessoas sem-abrigo, mas com acolhimento. “Mas há 390 que não têm tecto e, dessas, mais de metade é estrangeira e a grande maioria não está documentada“, destacou. Neste ponto, Moedas apontou o dedo à AIMA. “O presidente da Câmara não pode ajudar pessoas que nem sequer têm documentos e que se foram acumulando, no fundo, pelo não funcionamento da AIMA durante tanto tempo. Essas pessoas acabam por estar na rua”, criticou.
Por tudo isto, Moedas defendeu a urgente abertura de “mais centros de acolhimento na região de Lisboa”, e não apenas na capital, assim como “uma política de imigração digna humana” no país.
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