BRANDS' Local Online Indústria têxtil tem na Suécia um mar de oportunidades
Tema esteve em debate durante a Guimarães Home Fashion Week, onde se juntaram especialistas, compradores e produtores de todo o mundo.
Depois de um 2022 marcado pelo recorde de exportações do setor têxtil, no ano passado as vendas ao exterior encolheram cerca de 5,6% para 5.753 milhões de euros. Ainda assim, assegura a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), “continua a aumentar quota de mercado nos principais destinos da União Europeia (UE)” que se mantém como o maior comprador da produção nacional. Os riscos económicos e geopolíticos, mas sobretudo as oportunidades foram tema central na Guimarães Home Fashion Week e na mesa-redonda sobre os mercados internacionais, numa conversa moderada pela jornalista Patrícia Abreu.
“Existem riscos sobretudo associados às questões geopolíticas”, avisou Bruno Fernandes, economista sénior do Santander, que participava na discussão e analisava a conjuntura económica internacional. Para o especialista, as empresas podem esperar “uma descida sustentada da inflação” no decorrer deste ano e, apesar das dificuldades, os níveis de consumo têm-se mantido elevados em várias regiões do globo.
No campo das oportunidades para os negócios nacionais, Paulo Ramos, técnico da AICEP na Suécia, não tem dúvidas de que questões como a sustentabilidade e a economia circular são trunfos que os empresários portugueses podem, e devem, usar no caminho da internacionalização. “A Suécia é um mercado importante para Portugal”, apontou, lembrando que “cerca de 5% do rendimento dos suecos é gasto na compra de têxteis e mobília”.
De facto, e de acordo com números da ATP, a Suécia foi, em 2023, o nono principal mercado das exportações têxteis nacionais, representando 113 milhões de euros em receitas. “Os suecos conhecem-nos muito bem há muitos anos. Eles valorizam muito a sustentabilidade, são fatores importantes na decisão de compra”, insiste.
Quando o tema é sustentabilidade, Portugal tem na manga vários bons argumentos para convencer os mercados mais exigentes do Norte da Europa – desde logo, pelo percurso de inovação que tem vindo a ser feito nas fábricas nacionais, mas também pela menor pegada carbónica da sua produção. “Quando olhamos para os números e comparamos com 2010, Portugal é hoje mais de 50% mais sustentável e autossuficiente em termos energéticos”, elenca Bruno Fernandes, que sublinha a importância das renováveis para o custo da produção. “A sustentabilidade dos produtos é um fator crítico”, concorda Eftichis Athanassiadis.
“Esta capacidade de produção através de renováveis e os preços mais baixos da energia são vantagens para o mercado doméstico e internacional”, afirma o economista do Santander. O banco, acrescenta Felipa Machado, tem procurado apoiar as empresas nacionais no esforço de internacionalização não apenas por via do financiamento, como também pela disponibilização de informação pertinente sobre os mercados. “Temos uma plataforma onde os nossos clientes podem consultar informação sobre os mercados internacionais. É uma ferramenta muito importante no apoio à internacionalização”, explica.
Fora da UE a 27, a produção nacional de têxtil tem como principal destino os Estados Unidos, que representaram 428 milhões de euros em 2023, o Reino Unido, o Canadá e Marrocos – este último foi, segundo a ATP, o que mais cresceu em valor e quantidade.
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