Universidade de Coimbra testa técnica para recuperação de metais na mina da Panasqueira

  • Lusa
  • 16 Setembro 2024

Iniciativa a decorrer nas minas localizadas na Covilhã visa valorizar resíduos, reduzindo simultaneamente a produção de resíduos perigosos e a necessidade de extração noutras fontes de metais.

Um grupo de investigadores da Universidade de Coimbra instalou um sistema piloto na mina de tungsténio da Panasqueira, para testar a melhor técnica para recuperação de metais naquela exploração.

“Neste sistema piloto estamos a implementar as estratégias desenvolvidas em laboratório, com o objetivo de comparar e perceber, em termos de quantificação, qual a técnica mais funcional para a recuperação dos resíduos”, explicou Paula Morais, docente do Departamento de Ciências da Vida (DCV) e investigadora do Centro de Engenharia Mecânica Materiais e Processos (CEMMPRE), citada numa nota de imprensa enviada à agência Lusa.

"Neste sistema piloto estamos a implementar as estratégias desenvolvidas em laboratório, com o objetivo de comparar e perceber, em termos de quantificação, qual a técnica mais funcional para a recuperação dos resíduos”

Rita Branco

Investigadora na Universidade de Coimbra

O sistema piloto instalado pelos investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) vai usar metodologias com base em microrganismos para recuperação de metais críticos a partir de resíduos da atividade mineira.

Segundo uma nota da Universidade de Coimbra, esta instalação é um dos resultados do projeto “REVIVING – Revisiting mine tailings to innovate metals recovery”, focado na “valorização dos rejeitados mineiros como recursos, no fornecimento de metais que hoje são extraídos através de outros processos, na promoção da reciclagem, na minimização da produção de resíduos perigosos e, assim, na contribuição para a adoção de uma economia circular na Europa”.

“Consideramos que os resíduos da mina da Panasqueira têm um valor económico que pode ser relevante, principalmente numa época em que a Europa pretende voltar a ser autossuficiente em termos de metais”, afirmou Rita Branco, também docente do DCV e investigadora do CEMMPRE, no mesmo comunicado.

A investigadora acrescentou que, “além disso, está em linha com o ‘Raw Material Act’ da Comissão Europeia, que pretende garantir o acesso a um fornecimento seguro e sustentável de matérias-primas provenientes de fontes europeias”.

“O grupo de microbiologia focou-se nos processos de biolixiviação não ácida, utilizando microrganismos produtores de moléculas orgânicas. Desta forma, conseguimos retirar uma quantidade de metal relevante. Os resultados que temos em laboratório são promissores”, explicaram as docentes.

Neste novo sistema piloto, as microbiologistas, em colaboração com o Departamento de Engenharia Civil da FCTUC, referiram que pretendem obter o máximo possível de informações sobre o processo, ajudando a desenvolver o novo processo de extração, sem incorrer em custos ou problemas de uma possível falha na aplicação.

“Este é um bioprocesso limpo, económico e inovador para recuperação de metais a partir de resíduos, que devolverá estes remanescentes ao ciclo produtivo, apoiando a transição da União Europeia para uma economia circular”, concluíram.

O projeto REVIVING tem como parceiros investigadores e empresas ligadas ao setor mineiro de França, Roménia e Portugal.

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