Alcanena quer fábrica de construtor mundial para o parque empresarial
Município do Médio Tejo vai dar início às infraestruturas da primeira fase, com 40 hectares. Autarca acredita na chegada de um gigante mundial, possivelmente do setor automóvel.
Com vista para a placa azul da autoestrada do Norte, A1, que indica 94 km até Lisboa, e com o nó de ligação desta autoestrada à A23 ao alcance da vista a um par de quilómetros, o parque empresarial de Alcanena, cujo plano de pormenor foi aprovado na câmara por unanimidade dos três partidos ali representados, vai ter os trabalhos iniciados no primeiro trimestre de 2025, disse ao ECO/Local Online o autarca Rui Anastácio.
A primeira fase, com 40 hectares, está dividida em 12 lotes, com espaço para um hotel junto à A1, para o qual já existem conversações de investidores nacionais para a construção. A segunda fase, ainda sem data para arranque – mas que poderá ser até antes da primeira, caso surja um investidor de peso com interesse na construção de uma fábrica em parte ou na totalidade dos 50 hectares – tem em perspetiva um cenário como o que se vive em Palmela na A2.
Quem chega de Sul e olha à sua direita antes das portagens de Coina na auto-estrada do Sul, vê ali a Autoeuropa. Face aos contactos já encetados, o social-democrata Rui Anastácio não descarta a chegada de um grande construtor automóvel mundial a estes 50 hectares situados à direita da A1 a uns 2 km da saída para a A23. Apontando esta autoestrada que rasga as Beiras até à Guarda, e dali, pela A25, até Espanha, por Vilar Formoso, o autarca destaca Alcanena como “o quilómetro zero para Madrid”.
“Estamos em contacto quase semanal com AICEP e alguns players mundiais para nos ajudarem a captar bons investimentos, de alto valor acrescentado. Queremos que o rácio de metro quadrado/quadro superior contratado seja o mais elevado possível, por isso queremos uma indústria diferenciadora. Na nossa área não queremos logística, está claro para nós”, salienta o autarca. “Naquela área não é por acaso que existe a base do Intermarché [Mosqueteiros], a base do Auchan, é porque aquela localização tem aptidão para logística. Na nossa área não queremos logística, isso está claro. A AICEP concorda connosco”, assegura.
Estamos em contacto quase semanal com AICEP e alguns players mundiais para nos ajudarem a captar bons investimentos, de alto valor acrescentado. Queremos que o rácio de metro quadrado/quadro superior contratado seja o mais elevado possível, por isso queremos uma indústria diferenciadora
“Em cima da mesa está um grande investimento âncora, e isso agrada-nos. Mas também nos agrada muitos pequenos bons investimentos. Não vamos fechar para já porta a nenhum desses cenários. Queremos empresas de elevado valor acrescentado que possam pagar bons salários aos jovens que cá estão e aos que queiram vir para cá”, salienta.
Para já, e conforme o presidente a câmara de Alcanena mostrou in loco ao ECO/Local Online no viaduto rodoviário sobre a A1 que une os dois lados do futuro parque empresarial, veem-se apenas terrenos de caça municipal. Contudo, antes do final da década já poderá ser possível ver ali a laborar a fábrica de um grande construtor automóvel internacional, de uma farmacêutica ou de um grande produtor de painés fotovoltaicos, as mais destacadas manifestações de interesse que a autarquia recebeu.
Repartido entre os dois lados da A1, o espaço envolve um total de 140 hectares, com lotes entre 2 mil e 40 mil metros quadrados. A fase inicial estende-se ao longo de 40 hectares, dos quais o município já adquiriu cerca de 75% da área a um valor a rondar dos três euros por metro quadrado, sem litígios com os proprietários, assegura Rui Anastácio.
O remanescente, perto dos 13 hectares, será fechado em breve, afirma. Ao todo, a Câmara Municipal da Alcanena gastará cerca de 1,2 milhões de euros nos terrenos, a que se juntarão entre cinco e seis milhões de euros em infraestruturas. O preço de venda do metro quadrado começará na fasquia dos 50 euros, de modo a ressarcir o município pelo investimento, ou até dar algum lucro, diz o autarca ao ECO/Local Online.
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