Arcos de Valdevez pede ajuda ao Governo devido a despedimentos na Coindu

  • Lusa
  • 16:50

Presidente da Câmara de Arcos de Valdevez apela a empresários que empreguem os 350 trabalhadores despedidos pelo grupo Coindu.

O presidente da Câmara Municipal de Arcos de Valdevez disse, esta quarta-feira, estar em contacto com o Ministério da Economia e o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) para encontrar soluções para os 350 trabalhadores despedidos pelo grupo Coindu.

Contactado pela agência Lusa, João Manuel Esteves afirmou que a sua “principal preocupação”, após a “surpresa” do anúncio, na segunda-feira, do encerramento da fábrica de Arcos de Valdevez, no distrito de Viana do Castelo, é a de “encontrar soluções” para os 350 trabalhadores que vão ficar sem emprego a partir de 31 de dezembro.

Na segunda-feira, o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) revelou à agência Lusa o encerramento da fábrica de Arcos de Valdevez e o despedimento dos 350 trabalhadores.

Segundo o SIMA, a decisão acontece cerca de um mês após a compra da empresa pelo grupo italiano Mastrotto. “Este processo foi levado a cabo sem qualquer informação e consulta aos trabalhadores, numa completa ilegalidade sem que qualquer ação das autoridades competentes”, destaca o SIMA. Na altura, a Lusa contactou a administração da Coindu, mas ainda não obteve resposta.

O principal objetivo é encontrar, agilizar vários apoios e incentivos à procura de emprego, à contratação, à formação e à criação do próprio emprego.

João Manuel Esteves

Presidente da Câmara Municipal de Arcos de Valdevez

O autarca social-democrata iniciou, na terça-feira, contactos com o Ministério da Economia e com o IEPF e, esta quarta-feira, manterá nova ronda de conversações com as duas entidades governamentais.

“O principal objetivo é encontrar, agilizar vários apoios e incentivos à procura de emprego, à contratação, à formação e à criação do próprio emprego”, afirmou.

João Manuel Esteves referiu estar em curso a definição de “um plano para cada um dos trabalhadores, dando-lhes conta de um conjunto de direitos e de deveres”.

“O objetivo é dar-lhes conta de um conjunto de oportunidades, quer ao nível de emprego como de formação, de incentivos e dos vários apoios a que podem recorrer“, especificou.

O presidente da câmara revelou ainda que a autarquia “está a desenvolver e a acompanhar outros contactos que têm sido feitos no sentido de encontrar investidores” interessados na fábrica.

“A nossa principal preocupação, neste momento, é encontrar soluções para os trabalhadores. Este despedimento tem um impacto grande no concelho, apesar de só um terço dos 350 trabalhadores da Coindu residir em Arcos de Valdevez. Nós preocupamo-nos com todos. Os 350 trabalhadores merecem a nossa atenção, são bons trabalhadores. Por isso, também estamos a apelar a outros empresários que, eventualmente, estejam à procura de mão-de-obra, que deem uma oportunidade às pessoas, porque são trabalhadores qualificados”, referiu.

Contactado pela Lusa, o presidente do SIMA adiantou estar marcado para sexta-feira um plenário de trabalhadores.

Este despedimento tem um impacto grande no concelho, apesar de só um terço dos 350 trabalhadores da Coindu residir em Arcos de Valdevez.

João Manuel Esteves

Presidente da Câmara Municipal de Arcos de Valdevez

Em 15 de outubro último o Gruppo Mastrotto, fundado em 1958 na Itália, anunciou, em comunicado, a aquisição de “uma participação maioritária na Coindu – Componentes Para A Indústria Automóvel, SA, por meio de uma contribuição de capital para apoiar o relançamento do negócio”.

“Esta transação faz com que a Coindu se torne parte de um grupo líder da indústria de couro, consolidando a sua estabilidade financeira e operacional. Para o Gruppo Mastrotto, esta operação visa avançar a integração vertical, aumentando a capacidade da empresa de oferecer soluções de ponta a ponta para os interiores dos automóveis e fortalecendo sua posição competitiva no mercado global”, lê-se da nota.

O Gruppo Mastrotto acrescenta estar, tal como a Coindu, “comprometido em expandir sua presença em segmentos de mercado de luxo”.

Em Portugal, a Coindu, fundada em 1988, tem unidades fabris em Arcos de Valdevez e em Joane (Vila Nova de Famalicão), empregando no total cerca de 2.000 trabalhadores.

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