Miguel Albuquerque e Paulo Cafôfo juntos no pedido de eleições rápidas na Madeira
À saída das respetivas audiências com o representante da República, os líderes regionais do PSD e PS coincidiram ainda na assunção da própria legitimidade para irem a eleições pelos seus partidos.
Os líderes regionais do PSD, partido no poder na Madeira há quase cinco décadas, e do PS coincidem na noção de urgência relativa à marcação das eleições regionais, que se espera venham a ocorrer no final de fevereiro ou no início de março.
À saída das audiências com o representante da República, Ireneu Barreto, no contexto da crise política na Região Autónoma da Madeira, Miguel Albuquerque e Paulo Cafôfo disseram que as eleições antecipadas têm de ser marcadas no mais curto espaço de tempo. Ambos os líderes usaram a mesma formulação, com a única diferença do uso do advérbio de modo pelo presidente que foi alvo de uma moção de censura e que quer a marcação “o mais rapidamente possível”.
Outro ponto de encontro entre os dois líderes é a garantia da sua própria legitimidade. Paulo Cafôfo recorda que teve “quase 99% dos votos” nas últimas internas socialistas e uma moção global estratégica aprovada por unanimidade. Já Miguel Albuquerque refere que a marcação de eleições internas no PSD “não tem qualquer cabimento”.
O líder social-democrata considerou ainda que os partidos que aprovaram a queda do seu Governo – de que foram exceção apenas o PSD e o CDS — serão penalizados nas urnas.
Já Cafôfo entende que a solução é realizar novas eleições antecipadas e as “pessoas darem força ao Partido Socialista”. “Nós estamos preparados para governar. Estamos preparados para ser a esperança da região e os madeirenses aqui têm uma grande responsabilidade e o poder está mesmo nas pessoas”, acrescentou.
Albuquerque lembrou que até que haja novo Governo, a Madeira terá um orçamento em regime de duodécimos. “Nós estamos, neste momento, sem Orçamento [para 2025], temos um governo de gestão, que vai fazer a governação por duodécimos, e é fundamental reinstalar o mais rapidamente possível a confiança no mercado, garantir que através das eleições voltamos a ter um governo estável e com um horizonte de futuro”, resumiu.
“Viemos dizer que o PSD/Madeira quer que se realizem as eleições o mais rapidamente possível, uma vez que essa decisão, que cabe ao senhor Presidente da República, é aquela que está em conformidade com os interesses da região autónoma”, insistiu Albuquerque, sublinhando que a região não pode andar, de forma recorrente, numa “situação de instabilidade”.
Por outro lado, Paulo Cafôfo entende que “não há qualquer condição no atual quadro parlamentar para outra solução”, pelo que defende eleições, “dissolvendo o senhor Presidente da República a Assembleia Regional, o mais rápido possível dentro do calendário que a lei permite”, afirmou.
A expectativa generalizada é de que Marcelo Rebelo de Sousa venha a convocar eleições antecipadas, após a aprovação, na terça-feira, da moção de censura apresentada pelo Chega. A acontecer, será o terceiro ato eleitoral no espaço de ano e meio — depois de 24 de setembro de 2023, os madeirenses voltaram às urnas a 26 de maio de 2024. Após a decisão de avanço para eleições, o Presidente da República terá de definir uma data no espaço dos 55 dias subsequentes.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Miguel Albuquerque e Paulo Cafôfo juntos no pedido de eleições rápidas na Madeira
{{ noCommentsLabel }}