Porto e Gaia investiram 57 milhões no desporto nos últimos quatro anos
Porto e Gaia disputam o título de Capital Mundial do Desporto 2027 com Buenos Aires. O vencedor será anunciado entre abril e maio. Têm de provar até domingo que têm tudo para saírem gloriosas.
Só nos últimos quatro anos, os municípios do Porto e de Vila Nova de Gaia investiram 57 milhões de euros no desenvolvimento desportivo. Agora, finalistas na corrida a Capital Mundial do Desporto 2027, juntamente com Buenos Aires (Argentina), as duas câmaras estão, até domingo, empenhadas numa operação de charme para “convencer” o comité de avaliação de que são merecedoras do título, que deverá ser anunciado em abril ou maio deste ano.
Liderado por Gian Francesco Lupattelli, presidente da ACES Europa Associação das Capitais e Cidades Europeias do Desporto, o comité de avaliação irá “testemunhar o impacto positivo que o desporto tem na vida da população“, começou por notar Rui Moreira, autarca do Porto, convencido de que “a candidatura será levada a bom porto”.
A comitiva conhecerá alguns dos equipamentos fruto de um grande investimento das duas câmaras. “Só no Porto foram investidos em políticas e infraestruturas desportivas cerca de 35 milhões de euros, entre 2021 e 2024“, contabilizou Moreira, antes de a comitiva começar o périplo por vários equipamentos das duas cidades.
“Trata-se de um investimento significativo para a realidade portuguesa e que se concentrou em seis grandes áreas de atuação: incentivo ao exercício físico regular; melhoria das infraestruturas e equipamentos desportivos e democratização do seu acesso; dinamização do desporto escolar; apoio a clubes e associações locais; organização de eventos e programas desportivos; atração de grandes competições nacionais e internacionais”, detalhou o autarca da Invicta.

“Vamos dar uma imagem daquilo que somos na prática desportiva e vamos dizer apenas a esta comissão de que não estamos dependentes de infraestruturas nem da prática desportiva. Estamos apenas dependentes da decisão deles [do comité de avaliação da ACES Europa Associação das Capitais e Cidades Europeias do Desporto]”, assinalou, por sua vez, Guilherme Aguiar, vereador do desporto do município de Vila Nova de Gaia.
“Iremos fazer a defesa da candidatura num passeio de barco pelo rio Douro e vamos visitar equipamentos desportivos que são símbolo das duas cidades”, detalhou o vereador da câmara gaiense.
A comitiva começou esta sexta-feira por visitar o Complexo Desportivo do Monte Aventino e o Estádio do Dragão no Porto, para depois fazer a travessia para o outro lado do rio Douro. Já em Vila Nova de Gaia, os dois municípios tiram da cartola o Pavilhão Multiúsos Nelson Mandela e o Complexo da Lavandeira (Centro de Alto Rendimento, Pavilhão e Estádio Municipal) para convencer o comité a dar-lhes o título.
Para Rui Moreira, as duas cidades que, pela primeira vez, apresentam uma candidatura conjunta, têm razões de sobra para ganharem esta disputa com Buenos Aires, até pelo investimento na ordem de 57 milhões de euros no desenvolvimento desportivo nos últimos quatro anos. Mas, mais do que a rede de equipamentos, o presidente da câmara do Porto destacou as pessoas, os clubes e as associações desportivas como grandes trunfos nesta candidatura que acredita ter tudo para ganhar.
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"Acreditamos que não só preparámos uma candidatura forte, como também temos melhores argumentos que são as pessoas”
“Acreditamos que não só preparámos uma candidatura forte, como também temos os melhores argumentos que são as pessoas”, além da vantagem de ter mar e rio “que poucas cidades têm”. O que proporciona “condições quase únicas ao nível dos desportos náuticos”, sustentou. Acresce o facto de serem palco de eventos desportivos de projeção internacional e terem políticas de incentivo à prática desportiva. Além de apoiarem mais de 20 mil atletas federados como mote de coesão territorial, inclusão e educação para a cidadania. As duas cidades têm, assim, até domingo para mostrar o que valem.
Apesar de admitir ser difícil antecipar o retorno económico no caso do Porto e Gaia vencerem o título, Rui Moreira acredita que o evento terá um “impacto importante” ao trazer também por arrasto o turismo desportivo. Acresce ainda o impacto de fomento. “Vai levar a que seguramente os nossos sucessores — nós, Porto e Gaia, estamos de saída — tenham a motivação para continuar a investir no desporto”. Este é o último mandato do independente Rui Moreira e do socialista Eduardo Vítor Rodrigues à frente das câmaras do Porto e Gaia, respetivamente.
“É também uma forma de deixarmos aqui a semente daquilo que é preciso continuar a fazer”, reiterou Moreira. “Agora tenho a certeza de uma coisa, isto vai apaixonar e vai encantar as pessoas nas várias modalidades”, argumentou Rui Moreira.
Já o presidente da ACES Europa, que depois segue para Buenos Aires para decidir a vencedora, destacou as potencialidades do país para acolher eventos de grande dimensão. Ainda assim, Gianfranco F. Lupattelli acabou por revelar o seu candidato preferido: “Sou europeu, quero que ganhe Portugal. Os americanos [da comitiva] preferem que ganhe Buenos Aires. Esta é a motivação para que vença o melhor”.
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