
Um milhão de dólares não chega para comprar 100 metros quadrados em Lisboa
Quantos metros quadrados compra um milhão de dólares? No principado do Mónaco 19 e, em Lisboa, 92 (menos 51% do que há uma década). São conclusões do The Wealth Report, da Knight Frank.
Os preços do imobiliário de luxo continuam a crescer a nível global, e Lisboa surge, sem surpresa, como um dos mercados com maior valorização na última década. De acordo com o The Wealth Report, o principal relatório da consultora Knight Frank, a capital portuguesa regista uma das maiores reduções na quantidade de metros quadrados que um milhão de dólares pode comprar. Em 2014, esse valor permitia adquirir 187 metros quadrados em Lisboa; em 2024, apenas 92 metros quadrados – uma redução de 51%.
O aumento dos preços de habitação de luxo tem sido uma tendência consistente, com um crescimento de 3,6% em 2024, ligeiramente acima dos 3,3% registados em 2023. A análise da Knight Frank compara ainda o poder de compra nos principais mercados imobiliários de luxo do mundo. No Principado do Mónaco, por exemplo, um milhão de dólares permite adquirir apenas 19 metros quadrados, enquanto em Hong Kong esse valor equivale a 22 metros quadrados e, em Singapura, a 32 metros quadrados.
Lisboa está entre as cidades onde o valor por metro quadrado mais valorizou na última década, apenas ultrapassada por Miami e Dubai. Em Miami, a mesma quantia que em 2014 permitia comprar 126 metros quadrados, hoje equivale a apenas 58 metros quadrados. No Dubai, o decréscimo foi de 188 para 78 metros quadrados.
Liam Bailey, diretor mundial de investigação da Knight Frank, diz que esta ano a consultora forneceu “uma visão das mudanças no poder de compra ao longo da última década, mostrando até onde o mesmo orçamento teria chegado em 2014, bem como atualmente. A principal conclusão é o impacto do aumento de preços em mercados como Miami, Dubai e Lisboa e o impacto das correções de preços e das alterações cambiais em Londres, no Mónaco e em Nova Iorque.”
Francisco Quintela, sócio fundador da Quintela e Penalva, destaca que as localizações prime na cidade de Lisboa continuam a apresentar potencial de valorização para os próximos anos. “Lisboa, Estoril e Comporta tornaram-se destinos apetecíveis, com um lifestyle vibrante, onde investidores ou pessoas com segunda ou terceira habitação encontram um porto seguro, dado o contexto político-económico e geoestratégico mundial.”
A valorização acelerada do mercado imobiliário de luxo em Lisboa reflete uma tendência global de escassez de oferta e aumento da procura em localizações privilegiadas. Com uma economia estável, uma qualidade de vida elevada e um crescente interesse por parte de investidores internacionais, a capital portuguesa continua a afirmar-se como um destino de topo para o imobiliário de luxo.
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