Governo reúne autarcas para lançar Parque Cidades do Tejo
Governo apresentou aos autarcas a proposta de projeto para a zona jusante do Tejo, incluindo nos terrenos do aeroporto de Lisboa, a "nova Expo" na margem esquerda e o túnel entre Algés e Trafaria.
O Governo apresentou nesta sexta-feira o prometido plano para centenas de hectares de terrenos nas margens do Tejo, inseridos na Parque Cidades do Tejo, sociedade que será constituída com um primeiro cheque do Estado central no valor de 26,5 milhões de euros.
Na requalificação do território, à imagem do que foi executado nos anos 1990 no atual Parque das Nações (para a grande exposição mundial Expo 98), haverá lugar para habitação, com o Governo a vislumbrar um potencial de 25 mil casas, embora com limitações atuais dos Planos Diretores Municipais — o número assumido para já seja 10 mil fogos. Ainda assim, no vídeo apresentado, é referido um total de 20 mil fogos só para os terrenos do atual Aeroporto Humberto Delgado.
O projeto, sem data de arranque nem de concretização, irá desenvolver-se em Almada, Barreiro, Lisboa, Loures e Seixal, estendendo-se maioritariamente pelo território do Arco Ribeirinho Sul e, na margem direita, pelo Ocean Campus — na antiga Docapesca em Pedrouços –, zona de onde partirá o túnel entre Algés e a Trafaria.
Sob o chapéu da Parque Cidades do Tejo fica ainda a requalificação dos terrenos do atual Aeroporto Humberto Delgado, para onde se vislumbra um parque verde e 20 mil habitações, e a construção do novo aeroporto Luís de Camões, em Alcochete, Benavente e Montijo.
A intervenção na Parque Cidades do Tejo abrangerá mais de 4500 hectares — em que se inclui o novo aeroporto, responsável pela esmagadora maioria desta área –, com especial enfoque na revitalização do Arco Ribeirinho Sul.
A Sociedade Parque Cidades do Tejo S.A terá uma posição igualitária entre o Estado central e as autarquias envolvidas, assegurou o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, aos presidentes de Câmara presentes.
A intervenção na Parque Cidades do Tejo abrangerá mais de 4500 hectares — em que se inclui o novo aeroporto, responsável pela esmagadora maioria desta área –, com especial enfoque na revitalização do Arco Ribeirinho Sul, projeto cuja génese reporta ao primeiro Governo de José Sócrates, mas que nunca saiu do papel em mais de década e meia, mantendo-se como ilha degradada dentro dos territórios de Almada, Barreiro e Seixal.
No encontro marcado para a sede da Autoridade Metropolitana de Lisboa, o Governo mostrou, em primeira mão, aos 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa e ao autarca de Benavente o projeto em forma de vídeo. Presente no encontro, o primeiro-ministro defendeu não se tratar de uma ação de pré-campanha, mas sim do cumprimento do calendário previsto, após o próprio Luís Montenegro ter anunciado, durante o congresso do PSD em outubro, a constituição do Parque Humberto Delgado. Uma declaração que, na altura, deixou surpresos os autarcas dos concelhos envolvidos.
Agora, fica-se a saber que o projeto adquiriu uma nova designação, Parque Cidades do Tejo, o qual, só na margem esquerda, abrange mais de 500 hectares de terrenos de géneses industrial.
Almada terá 58 hectares de área de intervenção, a que se soma o acesso ao túnel entre a Trafaria e Algés, defendido ao ECO/Local Online pela autarca Inês de Medeiros e também por Isaltino Morais, presidente da Câmara de Oeiras, onde estará a outra extremidade desta ligação entre as duas margens.
Fica prometida uma “nova mobilidade fluvial” no Tejo e maior articulação de transportes públicos, incluindo o LIOS em Oeiras, com 24 km de linhas e 37 estações e a criação de um canal para transporte público.
Na margem esquerda, o túnel interliga com o interface a construir na expansão do Metro Sul do Tejo desde a universidade, e que, no projeto, chegará a Alcochete. O vídeo do Governo revela intervenção profunda também na zona norte de Almada, designadamente nos terrenos da antiga Lisnave, incluindo a construção de uma nova casa da ópera.
No Barreiro, por onde a terceira travessia do Tejo atravessará para sul, haverá a requalificação de 214 hectares, com um centro de congressos internacional e um cluster ligado à indústria naval, aproveitando-se a história da Quimiparque. Já para o Seixal, onde existiu a Siderurgia, está prevista a intervenção da Sociedade Parque Cidades do Tejo S.A. em 247 hectares do território, com o surgimento de um parque empresarial ecológico.
A zona de influência desta nova entidade chegará a Benavente, concelho abrangido pelo campo de tiro de Alcochete. No terreno hoje ocupado pela infraestrutura militar, a ANA ocupará 3.000 hectares na construção do anunciado aeroporto Luís de Camões, enquanto a cidade aeroportuária se desenvolverá ao longo de um terreno de 4.000 metros quadrados em Benavente e Montijo.
Na margem direita, o plano mostra o avanço do Ocean Campus, na interceção de Lisboa e Oeiras, parcialmente em antigos terrenos da Docapesca, num total de 90 hectares. A projeção do Executivo, revelada neste exercício com imagens virtuais, aponta para a criação de 15 mil empregos em 180 mil metros quadrados de comércio e serviços. Outro tanto haverá para equipamentos, designadamente uma marina.
No vídeo apresentado aos autarcas fica prometida uma “nova mobilidade fluvial” no Tejo e maior articulação de transportes públicos, incluindo o LIOS em Oeiras, com 24 km de linhas e 37 estações, e a criação de um canal para transporte público que no mapa virtual surge sobre a auto-estrada A5. Dados do Executivo apontam para mais de 3 milhões de viagens diárias na Área Metropolitana de Lisboa, com uma duração média de 25 minutos.
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