
A renovação do compromisso com as regiões atlânticas
O INTERREG Espaço Atlântico 2021-2027 foi formalmente aprovado pela Comissão em setembro, reforçando o investimento em estratégias inovadoras que contribuam uma Europa mais inteligente, ver e social.
No âmbito da política de coesão da União, a Comissão Europeia tem reforçado o seu compromisso com a promoção da coesão económica, social e territorial da União Europeia. Por conseguinte, tem investido na implementação de políticas e mecanismos que permitam superar os desafios e desequilíbrios regionais no âmbito da competitividade, inovação e eficiência de recursos, bem como minimizar as disparidades de desenvolvimento e crescimento sustentável.
O Espaço Atlântico – constituído por regiões com conexão ao Oceano Atlântico e com semelhanças ao nível dos sectores económicos, cultura e biodiversidade – é um fragmento do hemisfério norte em evolução contínua, mas que, actualmente, enfrenta desafios ao nível do desenvolvimento económico e das alterações climáticas, agravados recentemente pelas consequências da crise pandémica de Covid-19.
Neste contexto, através do programa INTERREG Espaço Atlântico 2021-2027, a Comissão Europeia pretende promover, uma vez mais, a cooperação transnacional entre 25 regiões atlânticas de quatro Estados Membro — Espanha, França, Irlanda e Portugal –, estimulando a intervenção nos domínios da inovação, eficiência de recursos, ambiente e bens culturais.
Apesar da abordagem maioritariamente focada nas regiões ocidentais do Oceano Atlântico, este programa promove, ainda, interacções com territórios do interior numa perspectiva complementar e sinérgica entre terra e mar, de modo a minimizar disparidades regionais, bem como consolidar a sustentabilidade do território através do crescimento equilibrado e inclusivo. Assim, e tendo por base uma análise territorial, o programa encontra-se estruturado nas seguintes prioridades temáticas e respectivos objectivos específicos:
Prioridade 1: Inovação Azul e competitividade (Europa mais inteligente)
- Desenvolver e reforçar as capacidades de investigação e inovação e a adopção de tecnologias avançadas;
- Colher os benefícios da digitalização para os cidadãos, empresas, organizações de investigação e autoridades públicas.
Prioridade 2: Ambiente Azul/Verde (Europa mais verde):
- Promover a eficiência energética e reduzir as emissões de gases com efeito de estufa;
- Promover a adaptação às alterações climáticas e a prevenção dos riscos de catástrofes, a resiliência, tendo em conta as abordagens baseadas no ecossistema;
- Promover a transição para uma economia circular e eficiente em termos de recursos;
- Melhorar a protecção e preservação da natureza, biodiversidade, infra-estruturas verdes, incluindo em áreas urbanas, e reduzir todas as formas de poluição.
Prioridade 3: Turismo Azul sustentável e Cultura (Europa mais social)
- Reforçar o papel da cultura e do turismo no desenvolvimento económico, na inclusão social e na inovação social.
Prioridade 4: Uma melhor governação no espaço de cooperação atlântico.
O INTERREG Espaço Atlântico é o único programa europeu de cooperação transnacional gerido em Portugal pela CCDR-NORTE – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte. A concretização deste programa prevê um orçamento para o horizonte temporal de 2021 a 2027 correspondente a 113 milhões de euros do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. A taxa de co-financiamento dos projectos aprovados poderá ascender a 75% do investimento total.
As iniciativas e projectos a financiar serão realizados em parceria entre organizações públicas e privadas – como comunidades locais, clusters, universidades, instituições de investigação/inovação, empresas e associações, entre outras – e têm por objectivo melhorar a
competitividade regional e a qualidade de vida das regiões atlânticas.
Este novo programa representa a renovação de um compromisso com as regiões atlânticas no apoio a iniciativas inovadoras que contribuam para o seu crescimento sustentável, equilibrado e inclusivo, promovendo acções conjuntas e intercâmbio de boas práticas para a resolução de desafios além-fronteiras.
Nota: Os pontos de vista e opiniões aqui expressos são os meus e não representam nem refletem necessariamente os pontos de vista e opiniões da KPMG.
A autora, por opção própria, escreve ao abrigo do antigo acordo ortográfico.
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