António Costa realça que é necessário cumprir para receber os fundos do PRR
"Para não desperdiçarmos esta oportunidade única, não há duas opções, aqui há só mesmo uma, que é cumprir” um conjunto de reformas, disse o primeiro-ministro.
O primeiro-ministro, António Costa, afirmou esta sexta-feira que só há uma hipótese para receber os fundos atribuídos a Portugal do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que é cumprir os projetos traçados.
“Ou cumprimos ou não recebemos e, por isso, para não desperdiçarmos esta oportunidade única não há duas opções, aqui há só mesmo uma, que é cumprir”, ressalvou Costa no encerramento do V Congresso da SEDES – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, no Palácio da Bolsa, no Porto.
Num discurso de mais de 40 minutos, o governante realçou que o PRR pode ter muitos defeitos, mas tem uma enorme virtude assente no facto de não se tratar, como é habitual nos fundos comunitários, de um cheque prefixado e que se vai descontando com total liberdade.
“Não, o PRR é um contrato firmado entre a República Portuguesa e a Comissão Europeia cuja libertação das tranches de financiamento está condicionada à realização do conjunto de reformas que aí estão identificadas, da verificação das metas e dos marcos contratados, bem como da concretização dos investimentos que foram também definidos”, reforçou.
Para o primeiro-ministro, este novo modelo e novo pacto será “seguramente inspirador” dos futuros quadros financeiros plurianuais, associando aquilo que é a solidariedade europeia com a responsabilidade nacional de cumprir objetivos comuns.
A estratégia de Portugal está alicerçada num emprego de qualidade, nomeadamente nas qualificações, no investimento e na inovação, estratégia que “tem dado provas” e que colocou o país, pela primeira vez desde a viragem do século, numa trajetória de convergência sustentada com a União Europeia, entendeu.
Segundo Costa, é agora necessário reforçar essa trajetória com um crescimento ainda “mais robusto, verde e digital”, um crescimento de futuro que afirme o potencial competitivo do país e que não pode deixar ninguém para trás.
“É esta a nossa visão, seguramente há outras visões diferentes, mas tal como as instituições da sociedade civil, como a SEDES cabe contribuir para um debate gerador de consenso, cabe também aos responsáveis políticos a capacidade e necessidade de tomarem as decisões e assumirem a responsabilidade de lhes dar corpo”, concluiu.
No final, Costa saiu em passo apressado e recusou prestar declarações aos jornalistas sobre a data das eleições legislativas, anunciada na quinta-feira à noite pelo Presidente da República, dizendo já ter dito tudo.
“Já falei tanto. Não vale a pena virem todos a correr, só se cansam, o que eu tinha a dizer hoje já tive oportunidade de dizer na minha intervenção, falando sobre o nosso futuro de desenvolvimento do país”, afirmou apenas.
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