Marcelo pressiona para que dinheiro do PRR chegue aos beneficiários finais

Para o Presidente da República, não se trata apenas de executar a totalidade das verbas, mas também de "não deixar derrapar no tempo os efeitos" da chamada bazuca europeia.

O Presidente da República voltou a pressionar a aceleração da execução das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Um dia antes de receber em Belém o primeiro-ministro, para este expor “o seu ponto de vista sobre a execução”, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que o problema se situa ao nível dos beneficiários intermédios, já que a diferença entre as verbas pagas aos beneficiários intermédios e aos finais é quase quatro vezes superior.

“Os fundos estão contratualizados em geral, chegou uma boa parte do dinheiro que já foi recebido por Portugal aos destinatários intermédios, mas não chegou aos destinatários finais”, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa em declarações aos jornalistas transmitidas pela RTP3. “Pelo meio existem entidades que recebem esses fundos, há concursos, há contratação e execução”, acrescentou, sublinhando que aos destinatários finais chegaram 1.474 milhões, um volume quase quatro vezes inferior ao que chegou aos destinatários intermédios. “Aí é que está a questão fundamental de aceleração”, concluiu.

De acordo com o último balanço da Estrutura de Missão Recuperar Portugal, aos destinatários finais chegou 9% do PRR, mas aos beneficiários intermédios chegaram 70% (11,65 mil milhões de euros).

Marcelo Rebelo de Sousa rejeita que a culpa seja do Executivo, mas nesta corrida contra relógio é a economia que beneficiará com a injeção anual das verbas do PRR. “Não diria que a culpa é do Governo”, disse o Chefe de Estado. “Portugal, como os outros países, foi chamado em tempo recorde a montar uma máquina para fazer chegar os fundos aos beneficiários finais. É um esforço enorme e uma corrida contra relógio”, acrescentou.

“O Governo é o primeiro a perceber — e espero que as oposições também — que é uma oportunidade que não se pode perder”. Para Marcelo não se trata apenas de executar a totalidade das verbas, mas também “não deixar derrapar no tempo os efeitos” da bazuca. Os efeitos são “injetar na economia portuguesa, além de deixar obra, cerca de 1.500 ou 2.000 milhões de euros por ano ou menos”.

“Não é indiferente para o crescimento da economia e para a vida dos portugueses”, completou o chefe de Estado. Até porque Portugal terá este ano um forte abrandamento do Produto Interno Bruto (PIB), já que, de acordo com as previsões da Comissão Europeia passará de uma progressão de 6,7% em 2022 para 1% este ano e 5,4% no próximo.

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