Adega de Monção colhe menos uvas, mas aumenta lucros
Adega de Monção, que soma perto de 1.600 cooperantes, aumentou o lucro bruto de 3,5 milhões de euros para 4,6 milhões no ano passado. Vendas subiram 9%, com destaque para as exportações.
Mesmo num cenário de guerra, inflação e com uma quebra na produção vitivinícola de 10%, o que corresponde a menos 900 toneladas de uvas, a Adega de Monção conseguiu fechar o ano passado com um lucro bruto de 4,6 milhões de euros, acima dos 3,5 milhões registados no ano anterior.
A diminuição da quantidade produzida — nas castas alvarinho, trajadura e tinto –, foi contrariada pela Adega de Monção através de uma política comercial que, sublinha, permitiu a “valorização do produto”: alcançou em 2022 um crescimento de 9% do volume de negócios face a 2021.
Este resultado permitiu à empresa do Alto Minho distribuir dois milhões de euros aos cooperantes, como bónus da colheita anterior. Em comunicado, adianta que esse valor “soma-se aos oito milhões de euros pagos pela colheita, totalizando mais de dez milhões de euros que ficam na região de Monção e Melgaço”.
Este crescimento foi sentido em Portugal (7%), mas sobretudo nos mercados externos, onde obteve um aumento de 17% nas vendas, destacando-se destinos como a Polónia, os Estados Unidos e o Reino Unido.
Além do mercado britânico, apesar dos efeitos adversos do Brexit, a Adega Cooperativa de Monção destaca a performance obtida na Suécia e em Espanha, face ao ano anterior. Por outro lado, entrou em novos mercados como a Coreia do Sul, Bulgária e Hungria.
A Adega de Monção quer “continuar a acrescentar qualidade e inovação” e, fruto dessa ambição, no ano passado investiu 400 mil euros na qualificação industrial e na sustentabilidade ambiental, através da compra de 287 painéis fotovoltaicos para aproveitamento da energia solar.
Para Armando Fontainhas, presidente da Adega fundada em 1958 com 25 viticultores da região, este caminho “tem trazido frutos indesmentíveis, patentes na fixação de empresários agrícolas e na atração de novos empreendedores vitivinícolas, muitos deles jovens, na sub-região de Monção e de Melgaço, alcançando hoje os 1.600 cooperantes“.
“O sonho de alguns é, hoje, um legado de extrema importância assumido por todos os cooperantes da Adega de Monção para com o desenvolvimento económico e sociocultural de Melgaço e de Monção e de todo o Alto Minho”, acrescenta o gestor.
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