Concurso para comboio elétrico chegar à Régua lançado em junho

Governo acena com 118 milhões de euros no concurso público para eletrificação do troço entre Marco de Canaveses e Régua. Até julho serão lançados os primeiros projetos para troço Régua-Pocinho.

O Governo vai lançar, na próxima semana, o concurso público para eletrificar o troço da Linha do Douro entre Marco de Canaveses e Régua. O preço base da empreitada será de 118 milhões de euros, segundo comunicou o ministro das Infraestruturas nesta segunda-feira em reunião na Comunidade Intermunicipal do Douro (CIM Douro). Até julho será iniciado o projeto para eletrificar, na mesma linha, o percurso entre Régua e o Pocinho.

“Nesta reunião foi assumido o lançamento do concurso público referente ao troço Marco de Canaveses – Régua, na primeira semana de junho do corrente ano, no valor de 118 milhões de euros”, refere publicação da CIM Douro na rede social Facebook. O valor triplica a verba indicada em fevereiro de 2016, na apresentação do programa de investimentos Ferrovia 2020, que era de 46,6 milhões de euros.

Reunião juntou ministro e secretário de Estado das Infraestruturas com autarcas da comissão da Linha do Douro na CIM Douro.DR

 

Além da eletrificação do troço, será introduzida sinalização eletrónica na via, permitindo que os comboios suburbanos do Porto possam chegar até à estação da Régua. Nesta estação deverá ainda ser construído um novo edifício para os passageiros e um parque de estacionamento subterrâneo.

A eletrificação da Linha do Douro entre Marco de Canaveses e Régua é a obra mais atrasada do Ferrovia 2020: em 2016, previa-se que as obras começassem no segundo trimestre de 2018 e ficassem concluídas no final de 2019.

A obra, no entanto, sofreu vários percalços. No final de 2019, a IP assumiu que “as dificuldades técnicas, evidenciadas pelo consórcio projetista, obrigaram à revogação do contrato. No início de abril de 2022, as verbas europeias para esta obra foram transferidas para os trabalhos nos troços Caíde-Marco de Canaveses (Linha do Douro) e Meleças-Caldas da Rainha (Linha do Oeste). A eletrificação do Marco-Régua passaria para o quadro financeiro europeu 2021-2027.

“Eletrificar a Linha do Douro e dotá-la dos mais modernos sistemas de sinalização era uma necessidade urgente, numa linha que transportou, o ano passado, cerca de um milhão de passageiros. Esperamos, agora, que este investimento se possa traduzir numa efetiva melhoria dos tempos de viagem e das condições de operação da linha, e que não se cometam os erros que, num passado recente, se têm visto noutros investimentos similares”, sinaliza ao ECO o presidente da Associação d’Ouro, Luís Almeida.

Projeto até ao Pocinho

O Governo também indicou aos autarcas que até ao início de julho serão dados os primeiros passos para eletrificar a linha entre Régua e o Pocinho. A Infraestruturas de Portugal (IP) decidiu repartir esta fase em três partes: na próxima semana será lançado um projeto para colocar as catenárias na linha e um projeto para substituir pontes, no valor de cerca de 2,5 milhões de euros; em julho será colocado em concurso público o projeto geral da obra, orçado em 1,5 milhões de euros.

Antes disso, em 10 de maio, o Governo pôs a concurso o projeto para reativar a linha ferroviária entre o Pocinho e Barca d’Alva, cujo prazo de execução é de dois anos e seis meses para um percurso de 28 quilómetros.

A reunião do Governo com a CIM Douro decorreu a poucos dias das cerimónias oficiais do dia 10 de junho, na cidade da Régua, que irão contar com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

“A região vai manter-se atenta ao cumprimento dos prazos e vai continuar a reivindicar a rápida execução de investimentos que são cruciais para mitigar o desequilíbrio económico e social que esta região sofre.
Esperamos, no final de 2025, que os comboios elétricos cheguem à Régua e, em 2027, a Barca d’Alva”, conclui o líder da Associação Vale d’Ouro.

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